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terça-feira, 13 de abril de 2021

Em 10 jogos, Botafogo de Chamusca mostra evolução nos números, mas muitas incertezas


Treinador precisa encontrar estabilidade em meio a mudanças no clube dentro e fora de campo



Marcelo Chamusca alcançou no último sábado a marca de 10 jogos como treinador do Botafogo. Quais os pontos positivos e negativos do trabalho do comandante? Na próxima quarta-feira, às 21h30, o time enfrentará o segundo grande desafio da temporada: uma vitória sobre o ABC, em Natal, leva os alvinegros à próxima fase da Copa do Brasil.


Em 10 jogos, Chamusca tem três vitórias, seis empates e uma derrota, aproveitamento de 50%. O time marcou 15 gols e levou oito.


Quarenta e cinco dias é um período muito curto para avaliar o trabalho de um treinador, ainda mais com mudanças drásticas após uma eleição e um rebaixamento. Sem espaço entre o fim da temporada 2020 e o início da temporada 2021, Chamusca tem o desafio de construir uma equipe no decorrer das competições oficiais e com pouco tempo para treinos.


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Treinador tem missão de remontar time e elenco — Foto: ge


Pontos positivos


Variação tática


O início do trabalho de Chamusca é marcado pela variação tática, artifício que ele utilizou em praticamente todos os jogos até aqui. Alguma vezes funcionou, outras nem tanto. Mas o técnico, estudioso do futebol, tenta apresentar diferentes facetas do Botafogo de acordo com o adversário. Esquemas com dois ou três zagueiros, três ou mais meias, dois ou mais atacantes, um ou dois centroavantes... O treinador utilizou de diferentes propostas nos últimos dez jogos.


Testes


Chamusca abusou do elenco que tem à disposição e utilizou 31 jogadores nesses 45 dias. Sinal que o comandante está aberto às possibilidades para construir uma equipe competitiva para o Botafogo. Veja abaixo os atletas escalados pelo treinador:



Goleiros: Diego Loureiro e Douglas Borges;
Zagueiros: Marcelo Benevenuto (deixou o clube), Kanu, Gilvan e Sousa;
Laterais: Kevin (dispensado), Jonathan, Hugo, Guilherme, Paulo Victor e Rafael Carioca;
Meias: Luiz Otavio, Rickson, Ze Welison (deixou o clube), Pedro Castro, Matheus Frizzo, Kayque, Ricardinho, Bruno Nazario (deixou o clube), Marco Antonio, Felipe Ferreira e Cesinha;
Atacantes: Marcinho, Ênio, Warley, Ronald, Davi Araujo (dispensado), Matheus Nascimento, Rafael Navarro e Matheus Babi (deixou o clube).



Classificação na Copa do Brasil


De cara, em seu terceiro jogo pelo Botafogo, Chamusca passou pelo primeiro grande desafio da temporada com mestria e garantiu a classificação na primeira fase da Copa do Brasil em jogo com domínio do time alvinegro, que amassou o Moto Club e venceu por 5 a 0. Naquele primeiro momento, o técnico conseguiu retomar a confiança dos jogadores e o ânimo do torcedor.


Melhora dos números ofensivos


Uma das grandes preocupações de Chamusca, o sistema ofensivo apresentou evolução, apesar de ainda estar longe do esperado. Problema grande nos últimos anos, o número de finalizações aumentou, e a média de 1,5 gol por jogo também é superior a de 0,97 da temporada passada.



Por mais que o time ainda precise de muitos chutes, em média, para fazer gol, os números melhoraram em comparação com a última temporada. Chamusca precisa substituir o artilheiro do time, Matheus Babi, que foi para o Athletico-PR, e definir um trio de ataque confiável em meio aos muitos testes desse início de ano.




Matheus Babi é o artilheiro do Botafogo na temporada 2021



Pontos negativos


Excesso de empates


O resultado que incomodou o torcedor e comprometeu o Botafogo em 2020 volta a ser pedra no sapato em 2021. Dos nove jogos do Campeonato Carioca, seis terminaram empatados. Em alguns, o time merecia e poderia ter saído com a vitória não fossem erros evitáveis. Em outros, a equipe não fez o básico para alterar o placar.


Não que os resultados sejam parâmetro para avaliar o trabalho do treinador, até porque eles são colocados em segundo plano no Estadual que serve como laboratório. Mas o desempenho é o que preocupa de verdade. Depois de um início animador, o Bota tem oscilado nas atuações e não deu indícios de melhora nas últimas partidas.


Falta de um time base


Se por um lado os testes são parte positiva do trabalho de Chamusca, por outro eles levam à conclusão de que o treinador ainda está longe de encontrar o time ideal. O Botafogo hoje não tem um time base e poucos jogadores se firmaram como titulares. É fato que o elenco ainda sofrerá mudanças até o início da Série B, mas falta pouco mais de um mês para o início da principal competição na temporada.



Nesse início de temporada, jogadores de defesa foram os que ganharam mais minutos: Douglas Borges, Jonathan e Kanu. De resto, há muitas incertezas. No último jogo do Campeonato Carioca, oito titulares foram recém-contratados. A mudança é grande dentro e fora de campo, e a comissão técnica precisa encontrar estabilidade.


O drama do meio de campo


Apesar de ter contratado mais meias com características ofensivas para 2021, o Botafogo ainda não tem um articulador e sofre por isso. Além de pouco criativo, o meio-campo alvinegro é também combativo. O time sofre com a falta de um primeiro volante, um marcador nato, e de um armador.


Chamusca ainda não esgotou os testes no setor e também aguarda a chegada de reforços, mas a insistência dos treinadores em alguns jogadores irrita a torcida alvinegra.


Sistema defensivo frágil



Contra o Volta Redonda, Botafogo esteve duas vezes à frente do placar, mas cedeu empate


Se conseguiu melhorar os números ofensivos, o sistema defensivo alvinegro preocupa. O setor sofreu trocas em todas as posições no início da temporada e trabalha para se firmar. Foram oito gols sofridos nos primeiros 10 jogos.


Além dos quatro homens de trás, o técnico precisa melhorar o trabalho coletivo da equipe. A dificuldade de recomposição dos atacantes e os poucos desarmes dos meio-campistas facilitam as chegadas dos adversários. Contra o Volta Redonda, por exemplo, o Bota conseguiu apenas nove desarmes contra 21 do adversário.


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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro

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