Diretoria coloca pontos positivos e negativos na balança e tendência é que treinador seja mantido para a disputa da principal competição da temporada; postura no clássico pesa a favor
A evolução que tanto se cobrou do Botafogo nas últimas semanas apareceu no apagar das luzes da preparação para a Série B. No último teste antes da principal competição da temporada, o time de Marcelo Chamusca derrotou o Vasco por 1 a 0 no tempo normal, no último sábado, mas perdeu a Taça Rio na disputa de pênaltis.
O resultado final não importou, mas sim a atitude alvinegra em São Januário. Isso vai influenciar em decisões importantes da diretoria antes da estreia no Brasileiro.
Jogadores do Botafogo comemoram gol de Gilvan contra o Vasco — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Com Gilvan e Ricardinho como novidades no time titular, o Botafogo ganhou mais experiência e foi superior ao Vasco nos 90 minutos. Em um primeiro tempo de boa intensidade, organização, pressão no campo adversário e velocidade pelas pontas, a equipe conseguiu ser mais aguda e criar mais chances. Na etapa inicial, a principal saiu em chute de Rafael Navarro após boa jogada de Ronald.
O ponta-direita, aliás, foi um dos principais jogadores do ataque alvinegro. Veloz, Ronald levou vantagem sobre a defesa vascaína e fez o Botafogo ser agressivo por aquele lado. Outro destaque foi Pedro Castro, que se apresenta como grande nome do time até o momento. O volante fez jogo lúcido e com bastante mobilidade, aparecendo em várias partes do campo. Só não foi melhor porque desperdiçou uma das cobranças.
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Melhores momentos de Vasco 0 (3) x (0) 1 Botafogo pela Taça Rio
Pressionado por um bom resultado e, acima de tudo, uma atuação convincente, Marcelo Chamusca viu a bola entrar no segundo tempo para tirar um peso das costas. O gol teve influência do treinador, que escolheu Gilvan para a vaga de Sousa no clássico. O zagueiro aproveitou rebote e garantiu a vitória aos 26 minutos da etapa complementar.
Após o gol, Gilvan correu para abraçar e comemorar com o comandante.
As substituições do treinador também foram fator positivo para o time, que havia perdido "perna" no segundo tempo e chegou a ser incomodado pelo Vasco nos primeiros minutos. Chamusca foi rápido nas alterações, e o Botafogo ganhou fôlego para se impor novamente.
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A evolução foi nítida, mas velhos hábitos voltaram a assombrar. Com mais objetividade, o Botafogo finalizou 15 vezes no gol de Vanderlei, mas oito foram pra fora, além de três bloqueadas. A ineficiência nas conclusões pesou, e a equipe perdeu chances de ampliar e matar o jogo. A mais óbvia foi em chute de Felipe Ferreira, que depois ainda desperdiçou também sua cobrança de pênalti.
O último clássico que o Botafogo havia vencido foi justamente contra o Vasco, há mais de oito meses: 1 a 0, pela Copa do Brasil, em 17 de setembro de 2020.
Gilvan correu para comemorar gol com Marcelo Chamusca — Foto: Jorge Rodrigues/AGIF
Além de Pedro Castro e Felipe Ferreira, Matheus Frizzo também parou em Vanderlei nos pênaltis. Com as três cobranças defendidas pelo goleiro vascaíno, o Botafogo perdeu por 3 a 0.
- Acabamos o Carioca com um time consistente, a gente mereceu vencer nos 90 minutos, tivemos mais oportunidades, posse, controle de jogo, contra uma equipe que vai jogar a mesma divisão que nós e deve brigar por uma vaga. Vamos começar com o sentimento que podemos evoluir muito - avaliou Marcelo Chamusca após o clássico.
Chamusca fica?
A atitude do Botafogo no sábado vai refletir nas decisões do clube nesta semana. Sob análise da diretoria nos últimos dias, Chamusca ganha ponto e provavelmente terá voto de confiança para a disputa da Série B. Além da evolução, a chegada de reforços nos próximos dias é elemento importante para a aposta na continuidade do trabalho do treinador. Ele ganhará pelo menos cinco jogadores antes da estreia na segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
Na última semana, a diretoria debateu a permanência do treinador, que não alcançou bons resultados na primeira parte da temporada e acabou eliminado da Copa do Brasil e do Campeonato Carioca. O clube precisava de motivos para seguir acreditando no trabalho, e a avaliação da postura no clássico foi positiva. Soma-se a isso o clima bom no vestiário e a confiança dos jogadores no professor.
Em 17 jogos com Chamusca, o Botafogo teve seis vitórias, oito empates e três derrotas, o que corresponde a um aproveitamento de 50,9%.
Chamusca orienta jogadores do Botafogo em São Januário — Foto: Fred Gomes/ge
A decisão é difícil, tendo em vista o desempenho geral nos 17 primeiros jogos da temporada, e a pressão é maior com a possibilidade de apenas uma troca no comando durante a Série B, de acordo com as novas regras. Mas a balança indica a permanência de Chamusca no Botafogo.
O volume no clássico é suficiente para acreditar que o Botafogo está preparado para a Série B? Marcelo Chamusca, agora um pouco mais tranquilo, terá que provar isso a partir da próxima sexta-feira, quando o time alvinegro estreia contra o Vila Nova, às 21h30, em Goiás.
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Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro
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