Clube coloca resultado na conta da arbitragem, mas verdade é que time alvinegro perdeu para si próprio; em jogo equilibrado e com chances para ambos, pesou a favor do Náutico errar menos
A primeira derrota do Botafogo na Série B aconteceu na tarde do último domingo, no 3 a 0 para o Náutico nos Aflitos, pela quinta rodada. Ao fim do jogo, o clube colocou o resultado na conta da arbitragem, mas a verdade é que o time alvinegro perdeu para si próprio em Recife.
Os números finais apontam um jogo equilibrado com um Botafogo que poderia ter saído, sem grandes problemas, com um empate de Pernambuco. Marcelo Chamusca tem conseguido, nesta Série B, exibir um time mais intenso e criativo e, diante do Náutico, fez as substituições surtirem efeito num primeiro momento. O técnico, caçado nas últimas semanas, viu o ponto fora de casa escapar pelos erros individuais.
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Erros individuais decretam primeira derrota do Botafogo na Série B: PV cometeu dois pênaltis infantis — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press
O Botafogo teve pouca posse de bola em quase todo o primeiro tempo, mas isso não significou domínio total do Náutico, apesar da superioridade e controle em quase todos os setores. O domínio alvirrubro se deu também pelo meio-campo alvinegro que pouco reteve a bola e deu liberdade para os pernambucanos trabalharem na intermediária e no campo de ataque. Luis Oyama foi o meio-campista mais lúcido do Bota.
O controle do Náutico não representou chances significativas para o time mandante, que só apareceu pela primeira vez aos 15 minutos, em cobrança de escanteio (mal marcado pela arbitragem) que terminou com gol contra de Pedro Castro. O lance fez o Botafogo adotar uma postura mais intensa, e a reação em busca do empate terminou em lances perigosos. Foram seis finalizações no primeiro tempo contra cinco do Timbu, que viu seu goleiro ser mais exigido do que Douglas Borges.
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Ronald fez falta ao time de Chamusca. Fora após choque de cabeça que sofreu contra o Londrina, na última rodada, o atacante foi substituído por Guilherme Santos. O lateral-esquerdo ajudou Paulo Victor na cobertura defensiva, mas não correspondeu às necessidades ofensivas da equipe. O Botafogo optou, em grande parte, pelas jogadas em profundidade pelos lados do campo, mas não conseguiu ocupar bem o ataque a ponto de superar o Náutico na primeira parte do jogo.
No segundo tempo, o jogo ficou aberto e ambas as equipes estiveram, mais de uma vez, perto do gol. O Botafogo não aproveitou a melhor chance da partida, com Pedro Castro desperdiçando duas vezes no mesmo lance. O momento crucial foi aos 21 minutos. Paulo Victor cometeu pênalti infantil em Erick, e Douglas Borges defendeu cobrança de Kieza como quem dizia: "Vamos, estou dando a chance para irem atrás do gol e do nosso ponto fora de casa".
Era a hora dos alvinegros crescerem, e isso aconteceu com dedo de Marcelo Chamusca. Dois minutos após o pênalti defendido por Douglas, o técnico mandou Rafael Moura e Felipe Ferreira a campo. Bastaram cinco minutos para o gol de empate, com a participação dos dois e de outro escolhido pelo comandante para mudar o jogo.
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Pedro Castro marcou gol contra e perdeu chance inacreditável contra o Náutico — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press
He-Man roubou a bola na esquerda e, com calma e inteligência, tocou para Diego Gonçalves. O atacante, que substituiu Chay no intervalo, não foi fominha e viu Felipe Ferreira em condição melhor para bater de primeira e vencer o goleiro Alex Alves. O momento era ideal para o empate que o Botafogo já vinha ensaiando desde o primeiro tempo. Com o Náutico sem oferecer grandes riscos, o ponto nos Aflitos parecia muito palpável ali, aos 29 minutos da etapa final.
Assim como aconteceu contra o londrina, na quinta-feira passada, o Botafogo começou a se complicar aos 42 minutos. O "vilão" foi Paulo Victor. O jovem lateral-esquerdo, surpresa positiva na temporada alvinegra, cometeu outro pênalti, este ainda mais desnecessário que o primeiro, já que a bola estava prestes a sair pela linha de fundo. Desta vez não teve segunda chance, e Jean Carlos marcou.
Sem mais o que perder, o Botafogo se abriu para buscar o empate no abafa final e viu o Náutico fechar o placar no penúltimo minuto. O goleiro Alex Alves deu um chutão pra frente, Paiva apareceu nas costas de Paulo Victor e garantiu a vitória do Timbu nos Aflitos.
A Voz da Torcida - Pedro: "Esse time está difícil, tira o prazer de viajar para assistir" (https://ge.globo.com/futebol/voz-da-torcida/video/a-voz-da-torcida-pedro-esse-time-esta-dificil-tira-o-prazer-de-viajar-para-assistir-9620627.ghtml)
Em um jogo equilibrado e com chances para ambos os lados, pesou a favor do Náutico errar menos, o que também explica a liderança do clube alvirrubro. Com falhas individuais, o Botafogo perdeu pela primeira vez na Série B. É preciso reconhecer e aceitar o placar. O time desempenhou bem, mas foi derrotado pelas próprias limitações. Só de passes errados foram 89 para uma equipe que teve 42% de posse de bola nos 90 minutos. A bola aérea defensiva também incomoda.
Agora, o Botafogo terá uma semana cheia para se recuperar, treinar e conversar sobre as falhas que aconteceram em Recife. Com o jogo contra o CSA adiado, o time só volta a campo às 16h30 do próximo sábado, quando vai enfrentar o Sampaio Corrêa, no Maranhão, pela sétima rodada da Série B. Hora de levantar a cabeça e manter a competitividade da reta inicial do campeonato.
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Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro
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