Em setembro de 2016, clube alvinegro venceu o Corinthians por 2 a 0 para levantar uma conquista histórica; apenas dois jogadores daquele elenco permanecem em General Severiano
A última segunda-feira, 20 de setembro, marcou os cinco anos de uma conquista histórica da base do Botafogo. Em 2016, o time sub-20 alvinegro vencia o Corinthians por 2 a 0, em Itaquera, e conquistava pela primeira vez o Campeonato Brasileiro da categoria.
Sob o comando de Eduardo Barroca, atualmente técnico do Atlético-GO, o Botafogo, que também havia sido campeão carioca em 2016, formou uma geração de promessas para o time profissional.
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Botafogo foi campeão brasileiro sub-20 em 2016 — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Passados cinco anos, apenas dois jogadores daquela conquista ainda vestem a camisa alvinegra. O goleiro Diego Loureiro e o zagueiro Kanu são titulares de Enderson Moreira na boa campanha que o time faz na Série B do Campeonato Brasileiro.
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Dos atletas que disputaram a final, Matheus Fernandes é o único que rendeu dinheiro ao Botafogo. Um dos grandes nomes daquele time, o volante foi integrado ao profissional em 2017, chamou atenção de outros clubes e foi negociado com o Palmeiras por 3,5 milhões de euros em 2019.
Além dele, outros tiveram oportunidades nos últimos anos, mas a maioria não deu retorno nem técnico e nem financeiro ao Botafogo. Pela delicada situação financeira em que se encontra, o clube tem apostado nos "crias" nas temporadas recentes. Em 2021, por exemplo, 13 dos 35 jogadores do elenco profissional saíram da base alvinegra.
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Remanescente de 2016, Kanu é titular e um dos líderes do Botafogo — Foto: Heber Gomes/AGIF
A maior promessa da atual geração é Matheus Nascimento, de apenas 17 anos. O centroavante foi integrado no ano passado, mas ainda se reveza entre base e profissional. O clube tem um planejamento especial para a joia, que já recebeu proposta milionária. Titular da posição, Rafael Navarro chegou ao Botafogo para o sub-20 e agora é o artilheiro do time na Série B.
A exemplos desses, o Botafogo deve ganhar outros reforços da base em breve. Isso porque o time sub-20 também faz campanha notável em 2021. Foi vice-campeão da Copa do Brasil, chegou à semifinal do Campeonato Carioca e está em sexto lugar no Brasileirão, a três pontos do líder Atlético-MG. Na última rodada, os garotos venceram o São Paulo de virada, com golaço de Matheus Nascimento (vídeo abaixo).
Veja o gol de Matheus Nascimento, do Botafogo, contra o São Paulo, pelo Brasileirão Sub-20
Veja por onde andam os jogadores que disputaram a final em 2016:
Diego Loureiro: titular em 2016, o goleiro seguiu na base do Botafogo até ser promovido ao profissional em 2018. Com apenas nove jogos entre 2018 e 2020, o jogador de 23 anos assumiu a titularidade nesta temporada, atuando em 17 partidas.
Marcinho: o lateral-direito foi promovido ao profissional e se tornou titular em 2018. Em 2020, sofreu uma lesão grave que o tirou dos gramados por 11 meses. Após 105 jogos e dois gols, não chegou a um acordo por renovação e deixou o clube em dezembro do último ano. Um dia antes do fim do vínculo, Marcinho atropelou e matou um casal na zona oeste do Rio de Janeiro e foi denunciado por homicídio culposo. Em março, ele foi contratado pelo Athletico-PR e é titular do time rubro-negro.
Marcelo Benevenuto: no ano seguinte ao título na base, o zagueiro chegou ao profissional e participou de 27 partidas. Assumiu a titularidade na reta final de 2019 e virou peça importante em 2020, mas terminou a última temporada em baixa. Após 142 jogos e seis gols, Marcelo foi emprestado ao Fortaleza, onde disputa a Série A como titular em 2021.
Marcelo Benevenuto está emprestado pelo Botafogo ao Fortaleza — Foto: DUDU MACEDO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Kanu: em 2016, ele fez o segundo gol da vitória sobre o Corinthians na final. Ao contrário de Marcelo, o zagueiro teve poucas oportunidades no Botafogo até 2019 e chegou a ser emprestado para a Cabofriense. Em 2020, Kanu mudou de patamar e se tornou a principal peça da defesa alvinegra. É titular absoluto e um dos líderes do atual elenco. Tem 92 jogos pelo profissional.
Victor Lindenberg: lateral-esquerdo titular no título do sub-20, o jogador fez apenas um jogo na equipe de cima e foi emprestado algumas vezes pelo Botafogo até o fim do contrato em 2019. Nesta temporada foi para o ABC.
Gustavo Bochecha: o volante, visto com muito potencial internamente, começou a ganhar espaço no profissional em 2018, mas não se firmou e, após dois anos, 54 jogos e um gol, foi negociado com o Juventude. Atualmente está emprestado ao Coritiba.
Yuri: autor do primeiro gol da vitória sobre o Corinthians em 2016, o meia passou a ser emprestado até retornar ao Botafogo em 2019, quando foi utilizado também na lateral esquerda. Com o fim do contrato naquele ano e, depois de 20 jogos pelo profissional alvinegro, Yuri fechou com a Ponte Preta e, em 2021, se transferiu para o FC Lugano, da Suíça.
Matheus Fernandes: uma das grandes promessas da geração, o volante ganhou a titularidade no time principal em 2017 e 2018, com 85 jogos e um gol. Em 2019, Matheus Fernandes foi negociado com o Palmeiras por 3,5 milhões de euros. No ano seguinte, o clube paulista o vendeu ao Barcelona, mas o meia teve poucas oportunidades na Europa e rescindiu com o time catalão em 2021 para retornar à equipe alviverde.
Matheus Fernandes rendeu 3,5 milhões de euros ao Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Alison: titular na final em 2016, o meia não ganhou oportunidades dentro do Botafogo e deixou o clube em 2017. Atuou pela última vez no Grêmio Prudente em 2018.
Renan Gorne: outra joia daquele elenco, o atacante também não conseguiu se firmar no time profissional, fez um jogo apenas e conviveu com muitos empréstimos. Em 2019, foi emprestado ao Confiança e, após ter o contrato com o Botafogo encerrado, permaneceu no time time de Aracaju. Em 2021, se transferiu para o Remo, onde tem oito gols em 38 jogos.
Pachu: o atacante de 25 anos é outro que não teve muito espaço no elenco profissional, com apenas nove partidas. Depois de alguns empréstimos, Pachu deixou o Botafogo ao fim de 2019. Neste ano, teve boa participação no Cianorte, com sete gols em 20 jogos, e agora está no Trofense, de Portugal.
Victor Hugo: reserva na final contra o Corinthians, o goleiro foi emprestado para o UD Oliveirense, de Portugal, e Cabofriense nos anos seguintes. Na temporada 2018/2019 foi para o CF Ciudad de Benidorm, da Espanha. Passou ainda por América-MG em 2020 até chegar ao Marcílio Dias, onde fez 14 jogos neste ano.
Fernando Costanza: lateral-direito reserva em 2016, o defensor de 22 anos foi emprestado para o Lille, da França, em 2019, e retornou para o profissional do Botafogo logo depois. Fernando chegou a ganhar sequência como titular, mas não se firmou e deixou o clube no ano passado após 34 jogos. Hoje, ele está no Sheriff, da Moldávia.
Fernando deixou o clube no ano passado após 34 jogos — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Helerson: depois de quatro jogos no profissional, o zagueiro foi emprestado para o Estoril Praia, de Portugal, em 2020. No retorno ao clube alvinegro, foi afastado por descumprir o isolamento social durante a pandemia. Com contrato até o fim da última temporada, Helerson foi desligado antes pelo Botafogo e atualmente defende o Joinville.
Mauro Gabriel: o lateral-esquerdo reserva passou a ser emprestado pelo Botafogo depois da final do Brasileirão Sub-20 e não jogou no profissional. Com contrato encerrado em 2017, Mauro Gabriel fechou com o Volta Redonda e ainda passou por São Gonçalo, Portuguesa-RJ e Flamengo-PI até chegar ao Maricá em 2021.
Jordan: no ano seguinte ao título, o meia se transferiu para o time sub-20 do Corinthians, mas não conseguiu chances no time principal. Em 2021, fechou com o Treze, de Campina Grande.
Wenderson: o volante permaneceu no Botafogo até 2020 e fez 11 jogos na equipe principal, mas não se firmou. Wenderson foi liberado no ano passado para fechar com o Mafra, de Portugal. O clube alvinegro manteve parte de seus direitos econômicos.
Lucas Campos: depois de empréstimos ao Nova Iguaçu e ao Atlético Tubarão, o atacante defendeu o Botafogo nas temporadas 2019 e 2020, mas não se firmou. Deixou o Bota antes do fim do contrato, com 16 jogos, para fechar com o Valletta F.C., de Malta. O clube carioca ficou com 20% do atleta para uma eventual venda futura.
Lucas Campos fez 16 jogos pelo profissional do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Mateus Jorge: sem chances no profissional do Botafogo, o atacante deixou o clube em 2018. Passou por Nacional de Muriaé, Rio Branco-ES, Amazonas FC e este ano foi para o Camboriú.
Amilcar: o atacante não chegou ao time principal alvinegro e, depois do fim do contrato em 2019, se transferiu para o Anápolis. Nesta temporada, foi para o Altos, do Piauí.
Igor Cássio: promessa da geração, o centroavante não se firmou no time principal. Depois de 22 jogos e três gols nas temporadas 2019 e 2020, foi negociado com o Porto no meio do ano passado. O Botafogo manteve 20% dos direitos econômicos do jovem de 23 anos. Esse ano, Igor Cássio foi emprestado pelo time português ao Tombense, de Minas Gerais.
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Por Redação do ge — Rio de Janeiro
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