Discussão entre Enderson Moreira e torcedores marcam mais uma atuação ruim do time, que perde pela primeira vez em casa sob o comando do treinador; falha da defesa é decisiva
O Botafogo sofreu a primeira derrota no Nilton Santos sob o comando de Enderson Moreira. O 2 a 1 para o Avaí, na noite do último sábado, foi marcado por mais uma atuação sem brilho do time alvinegro e por clima tenso entre torcedores e o treinador no estádio.
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Atrito entre torcedores e Enderson Moreira pode afetar ambiente favorável criado pelo Botafogo — Foto: André Durão/ge
Além das lições do jogo, o Botafogo precisa lidar com os atritos de fora das quatro linhas para não deixar contaminar o ambiente, que tem sido um dos méritos do clube na temporada.
O Botafogo vai perder, vai jogar mal, e a torcida precisa assimilar isso. O torcedor vai cobrar, vai se irritar, e Enderson também tem que aceitar isso. Não cabia ao treinador entrar na pilha e protagonizar as discussões que vimos no Nilton Santos no sábado.
Cabe a Enderson se preocupar com o campo e bola. E ele tem trabalho a fazer. A queda no desempenho já dura quatro jogos: mesmo na vitória sobre o Sampaio Corrêa, o Botafogo não apresentou o melhor futebol. Contra o Avaí, o time teve poucos momentos de controle, mas mesmo assim poderia ter tido um fim diferente. O adversário não precisou de muito para vencer.
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Por outro lado, não se pode assumir que a lua de mel acabou. São 11 vitórias, dois empates e três derrotas com Enderson. No meio do caminho, o time sofreu com desfalques e com desgaste. A oscilação é normal, só não pode virar rotina.
Assim como contra o Vitória, o Botafogo começou melhor o jogo, mas não transformou a intensidade inicial em chances. Com um nível técnico parecido, as equipes transpiraram muito e criaram pouco na primeira etapa. O Avaí ainda foi levemente superior e finalizou quatro vezes. Os alvinegros apenas uma.
O melhor momento do Botafogo no primeiro tempo foi quando Enderson inverteu os pontas, e Marco Antônio teve boa participação pelo lado esquerdo. Já Diego Gonçalves errou quase tudo que tentou.
O time sente muito quando Luís Oyama e Chay não jogam bem. A dupla de meio-campistas não conseguiu fazer as transições e servir os companheiros de frente. Chay ainda é voluntarioso e corre muito, mas não tem performado no melhor nível e isso compromete a mecânica da equipe.
A Voz da Torcida - Pedro Dep: "A gente gosta de complicar umas coisas que são tão simples" (https://ge.globo.com/futebol/voz-da-torcida/video/a-voz-da-torcida-pedro-dep-a-gente-gosta-de-complicar-umas-coisas-que-sao-tao-simples-9914116.ghtml)
A conversa no intervalo foi boa, e o Botafogo voltou melhor e mais intenso. A pressão inicial surtiu efeito logo aos 3 minutos. Depois de não ter conseguido só dois escanteios no primeiro tempo, o time abriu o placar justamente numa cobrança de Chay completada por Diego Gonçalves - dois jogadores que não vinham de boa partida. Como o Avaí também não agredia tanto, o Bota tinha a faca e o queijo nas mãos, mas não soube aproveitar a vantagem.
Superior após o gol, o time de Enderson ficou mais perto de ampliar do que de sofrer o empate, mas foi prejudicado por falhas individuais. Diego Loureiro e Gilvan entregaram o primeiro gol do Avaí, em lance que Jean Cléber levantou a bola na área e acabou achando o fundo da rede. O zagueiro não cortou, e o goleiro deixou passar. São dois jogadores que precisam da atenção da comissão técnica. As falhas e más atuações acarretam em falta de confiança num dos setores mais importantes.
A partir daí, a melhora que o time apresentou deu lugar ao desespero e esquentou o clima nas arquibancadas. Enderson não conseguiu mudança com as substituições e não aceitou a insatisfação dos torcedores. Entre vaias e gritos de apoio, o Botafogo viu o Avaí virar aos 33 minutos com Bruno Silva, jogador que já vestiu a camisa alvinegra e foi hostilizado no estádio.
Não teve mais clima para a reação. Enquanto Enderson se desentendia com a torcida à beira do campo, dentro dele o Botafogo pouco produzia. Foi uma noite ruim de todos, do goleiro ao técnico, mas, mesmo com o desempenho coletivo ruim, a derrota fica na conta da defesa e tem a cara de Gilvan e Diego Loureiro.
Gilvan falhou em gol de empate do Avaí — Foto: André Surão/ge
O zagueiro precisa recarregar as energias. Kanu, que cumpriu suspensão, volta na próxima rodada e deve jogar ao lado de Carli. No gol, a ansiedade do torcedor é pelo retorno de Gatito Fernandez, que ainda não cumpriu todas as etapas do recondicionamento físico após um ano parado. Por isso, dar confiança a Loureiro é essencial nesse momento.
Na próxima sexta-feira, às 19h, o Botafogo volta ao Nilton Santos para enfrentar o CRB, outro adversário direto pelo acesso. Uma semana para Enderson e o elenco esfriarem a cabeça. Não há mais lugar para erros. Na busca pela recuperação, a torcida tem papel fundamental e volta ao estádio na expectativa de ver um time mais consistente e consciente.
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Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro
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