Restrição estava prevista desde o início no acordo para evitar atrasos, mas tribunal abriu exceções enquanto dinheiro era suficiente. Direitos de imagem também ficam pendentes
O pagamento dos salários dos últimos dois meses no Botafogo não ultrapassou o máximo de 60 salários mínimos (R$ 66 mil) por funcionário. A limitação foi imposta pelo Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, que garante o acordo feito entre clube e poder público para evitar o atraso dos depósitos.
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Este teto estava previsto na ação judicial desde o início, mas para ser acionado quando o dinheiro começasse a ficar mais escasso, o que acontece nessa reta final de 2021. Pelo acordo, o Botafogo ganhou o direito de separar em juízo R$ 39 milhões para pagar salários, livres de outras penhoras. Desde que arrecadasse o suficiente para chegar a esse valor. Hoje, o clube tem o suficiente para garantir os salários até outubro (a pagar em novembro). Com a grana mais curta, o Bota e os outros interessados fazem as contas para garantir os pagamentos até o fim do ano.
Além do limite definido, direitos de imagem do atleta e algumas rescisões mais caras também ficam pendentes nesse período. O valor em aberto em cada mês fica na casa do R$ 1 milhão, incluindo, também, funcionários que ganham mais de R$ 66 mil na carteira de trabalho, mas que têm os depósitos limitados a esse valor.
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Clube tem auxílio da Justiça para pagar salários — Foto: Fred Huber/ge
Para arrecadar o suficiente para honrar os compromissos, o clube buscou novas receitas com a chegada de patrocinadores e fez cortes no elenco profissional que aliviaram a folha. Nomes como Diego Cavalieri, Guilherme Santos e Lecaros saíram e deixaram a conta mais barata no momento.
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Essa limitação serve para garantir que a grande parte dos funcionários do Botafogo não ficará sem receber até o fim do ano, já que o grosso do quadro do clube não recebe mais do que R$ 66 mil por mês.
Relembre o acordo
Esta é uma ação civil pública feita pelo Sindicato dos Empregados em Clubes, Federações e Confederações Esportivas e Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Sindeclubes) e pelo Ministério Público do Trabalho em acordo com o Botafogo. A iniciativa, aprovada pela 75ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, serve para assegurar o pagamento de salários aos trabalhadores em meio ao estado de calamidade resultado da pandemia da Covid-19.
Depois de discutir com torcedores, Enderson Moreira pede apoio ao Botafogo contra o CRB (https://ge.globo.com/video/depois-de-discutir-com-torcedores-enderson-moreira-pede-apoio-ao-botafogo-contra-o-crb-9923364.ghtml)
Trata-se de uma penhora "positiva" na visão do clube, já que tem preferência sobre outros credores mais antigos até o limite de R$ 39,5 milhões. O dinheiro é usado obrigatoriamente para pagar os compromissos trabalhistas com jogadores e outros funcionários durante esse ano. As partes solicitaram que a ação seja estendida até março de 2022 caso haja valores pendentes.
O acordo chegou a ser contestado por funcionários mais antigos que estão na fila há anos para receber o que devem. O caso mais emblemático é o do técnico Oswaldo de Oliveira, que chegou a bloquear parte do dinheiro de uma negociação do clube. Apesar da disputa, a Justiça mantém a ação de pé a poucos meses do prazo final.
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Fonte: GE/Por Davi Barros, Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro
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