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sábado, 18 de dezembro de 2021

Personagem oculto no Botafogo: Ricardinho foi consultado e "deu aval" para vinda de Enderson


Volante de 36 anos jogou com pouca frequência na temporada, mas é considerado peça importante nos bastidores por contribuir com experiência na relação com o elenco




Foram apenas 19 jogos na temporada, sendo sete como titular - a maioria pelo Campeonato Carioca. Se foi pouco escalado na campanha do título da Série B, Ricardinho teve outro papel de destaque no Botafogo em 2021. Foi um personagem oculto, que, aos 36 anos, usou a experiência para motivar os companheiros e "trocar figurinhas" com a diretoria.


O jogador, com contrato até o fim deste mês, não está nos planos do Botafogo para 2022. Mas o clube reconhece a importância de Ricardinho, que teve influência na decisão que decretou a virada de chave do time na Série B. Longe de ser o responsável pela contratação, o volante contribuiu com sua opinião ao departamento de futebol sobre a possível vinda do técnico Enderson Moreira, que estava negociando com o Bota após a demissão de Marcelo Chamusca.


- Eu apenas falei a verdade sobre o Enderson. Um profissional com um belíssimo trabalho, a maneira dele olhar o futebol, exercer sua liderança e passar o conhecimento, a maneira como ele gosta como o time joga... Eu penso muito parecido com ele. Foi o cara que, nos meus 36 anos, mais conseguiu me estimular para que eu pudesse evoluir. Só falei a verdade para o Freeland sobre o trabalho dele. Conseguimos com que o grupo comprasse a ideia e tudo deu muito certo. As coisas aconteceram rapidamente - afirmou Ricardinho ao ge.





Ricardinho teve importância nos bastidores em conquista do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Ricardinho é considerado um líder diferente de Kanu e Joel Carli, que são os representantes do elenco alvinegro. Mas, ao longo da temporada, o volante foi flagrado conversando com os companheiros e levando mensagens que agradaram Enderson Moreira, comissão técnica e dirigentes.



- Importante o atleta entender o seu momento e eu procurei fazer isso, passar para o grupo toda a minha experiência, tudo aquilo que vivi no futebol, as conquistas e os acessos. Tentar elevar cada um deles nos treinamentos, fazendo acreditarem que podiam evoluir, acreditarem no trabalho. Somente com uma mesma linguagem poderíamos buscar nossos objetivos. É empatia, procurar saber sobre a vida de cada um ali para fazer diferença. Eu entendi, mesmo não jogando, que podia entregar aquilo que o momento pedia.



Relembre a temporada do Botafogo na visão do treinador Enderson Moreira (https://ge.globo.com/video/relembre-a-temporada-do-botafogo-na-visao-do-treinador-enderson-moreira-10097058.ghtml)


Veja abaixo mais do papo com Ricardinho:

Após o título, em Pelotas, o vice-presidente Vinicius disse que você o emocionou com algumas palavras que direcionou ao grupo. Lembra o que falou?

- Não lembro exatamente o que eu disse. Sei que nos ajoelhamos no meio de campo, e a intenção era agradecer a Deus pela maneira como nos conduziu. O que eu falei era pro clube não perder essa essência, essa unidade de grupo, de família, de um ambiente alegre e sadio, esse vestiário onde predomina a coletividade. O importante era fazermos a diferença na vida dos outros, mudar ambientes, que pudéssemos ter mais tempo um com o outro, criar mais empatia.


- Sou grato ao Botafogo por ter me dado oportunidade de vivenciar essa temporada aqui, que foi de muito aprendizado, em que eu pude contribuir muito com o clube, me sentindo útil, mesmo não jogando tanto como eu estava acostumado. Foi um ano diferente e muito bom.


Pela sua experiência, o que faltou na primeira parte da temporada para o Botafogo encaixar com o técnico Marcelo Chamusca?


- Chamusca foi muito importante na montagem do elenco, nas contratações, ele deixou uma base, deixou muita coisa boa. Infelizmente não vieram os resultados, a estabilidade, mas ele deixou seu trabalho, sua semente, que acabou ajudando muito para que as coisas caminhassem depois. É lógico que, com o trabalho do Enderson, com a experiência que ele tem, o pessoal acabou dando frutos com ele. Mas também teve a semente do trabalho do Chamusca. Difícil falar porque deu errado, futebol não tem fórmula exata. Infelizmente não aconteceu da forma que ele esperava.




Ricardinho comemorando conquista da Série B com os companheiros — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Na série documental "Acesso Total" alguns jovens jogadores aparecem como líderes no vestiário, indignados com os resultados e tentando motivar os colegas. Qual a importância de ter esses garotos da base, que conheciam a realidade do clube, no elenco desta temporada?

- Importantíssima essa participação dos jovens, essa responsabilidade de assumir um papel dentro do clube. Principalmente o Kanu, que tem uma liderança nata, está sempre buscando o melhor para o grupo. Diego Loureiro também participou muito. O Kanu, por ter vivido muita coisa no clube, precisou assumir essa responsabilidade porque não teve quem exercesse essa liderança na temporada passada. Isso só agregou. Ele amadureceu muito, ganhou bagagem para poder continuar exercendo essa função que é natural pra ele. É um grande exemplo para os outros.


Em que momento você percebeu a virada de chave do Botafogo e que seria possível alcançar o principal objetivo da temporada?

- Criei esperança já no momento que se confirmou a vinda do Enderson e da sua comissão por eu já conhecer o trabalho deles, saber que iriam exigir muito do grupo. Se todos comprassem a ideia, o time iria ter uma performance muito boa. Mas ter certeza mesmo foi com as vitórias, começando contra o Confiança na estreia dele. E embalar vitória atrás de vitória foi dando certeza de que estávamos no caminho correto.



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Fonte: Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

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