Lateral-direito passou por cirurgia no pé esquerdo na última quarta-feira e tem recuperação longa pela frente. Ex-médico da Seleção, José Luiz Runco detalha procedimento
Os próximos meses serão desafiadores para Rafael. Depois de passar por cirurgia, o lateral-direito de 31 anos começa nesta quinta-feira a recuperação de uma lesão delicada, a ruptura no tendão calcâneo, o popular tendão de Aquiles. A contusão não acontece com tanta frequência no futebol e demanda cuidados especiais.
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Rafael machucou o pé esquerdo depois de sofrer um pisão na última quarta-feira, no primeiro jogo da temporada. O choque poderia ter atingido o tornozelo, o que é mais comum, mas acertou em cheio o tendão que une o osso do calcanhar aos músculos da panturrilha. Para entender os riscos e os desafios da lesão, o ge conversou com o médico José Luiz Runco, que tem mais de três décadas de carreira e 16 anos de serviço à Seleção.
Jogador tem recuperação longa pela frente — Foto: Jorge Rodrigues/AGIF
- Necessita de um preparo muito grande para o pós-operatório, além da técnica que o cirurgião vai escolher. Normalmente, se faz o enxerto de algum tendão daquela região. O período de imobilização gira em torno de seis a oito semanas, para cicatrizar. Depois, o trabalho de fisioterapia é longo. É fundamental que esse atleta tenha tranquilidade para fazer esse trabalho com paciência e dedicação - disse.
- O tendão de Aquiles é o da impulsão, o atleta usa para a capacidade de saltar, para explosão, corrida... Se bem trabalhado, ele retorna normalmente à atividade. O período de recuperação deixa o jogador afastado do grupo, gera um desgaste. Mas, com tranquilidade, ele volta à atividade normal por volta de seis meses - completou.
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— Foto: ge
O Botafogo não estipulou prazo oficial, mas a média de recuperação de outros casos dessa lesão dá uma estimativa. Antes da pressa, o foco é na recuperação bem feita, que não deixará sequelas no atleta.
- O protocolo comum é 24 horas de internação, um período de imobilização de até seis semanas, sem colocar o pé no chão, e o trabalho de fisioterapia na sequência. Não pode querer acelerar demais, porque o resultado pode não ser o melhor. É preciso paciência para conseguir um resultado positivo. Não é uma lesão que aparece todo dia no futebol, mas faz parte do esporte de maneira geral. Tem que ser tratado com carinho - finalizou Runco.
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O tendão de Aquiles é o mais forte do corpo humano, responsável por alongar, absorver impactos e dar impulso nos movimentos. Machucar o local pode significar um estiramento, uma lesão parcial ou total - esta última é o caso de Rafael. Em comparação com outros esportes, como o basquete ou o vôlei, a gravidade no futebol é atenuada. A reportagem relembra outros atletas que passaram pelo mesmo problema.
Central do Mercado: Thayuan Leiras explica os próximos passos da tratativa de John Textor com o Botafogo (https://ge.globo.com/video/central-do-mercado-thayuan-leiras-explica-os-proximos-passos-da-tratativa-de-john-textor-com-o-botafogo-10243379.ghtml)
Exemplos de quem sofreu a lesão
Benteke: um jogador do Crystal Palace passou pelo mesmo drama. O atacante belga, em 2014, perdeu a Copa do Mundo por conta da lesão, sofrida em abril. Na época, ele estava no Aston Villa, também da Inglaterra. Voltou a jogar no fim de setembro do mesmo ano.
Beckham: em 2010, o meia britânico teve a lesão em março, aos 35 anos, pelo Milan, da Itália. Quase cinco meses depois, voltou para defender outra camisa, a do Los Angeles Galaxy, dos EUA.
Adriano Imperador: na época, 2011, estava no Corinthians, aos 29 anos. O atacante rompeu o tendão em abril e voltou menos de seis meses depois. Ainda jogou o Brasileirão e fez gol importante na campanha do título do clube.
Spinazzola: o lateral italiano sofreu a lesão nas quartas de final da última Eurocopa, na campanha do título da seleção, em julho de 2021. Continua em tratamento desde então, e a expectativa é por um retorno em março.
Kevin Durant: a recuperação foi sofrida. O jogador lesionou no jogo 5 das finais da NBA, em junho de 2019. Só voltou 552 dias depois, em dezembro de 2020, já com a camisa de outra equipe.
Lucarelli: em outro esporte muito dependente da impulsão, o vôlei, o brasileiro também sofreu. O ponteiro teve a lesão em novembro de 2017 e passou o ano seguinte inteiro fora da Seleção.
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Fonte: GE/Por Ricardo Lay e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro
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