Zagueiro de 27 anos tem negociação avançada com o clube e a equipe francesa divulgou que ele irá se transferir para o Brasil
Desconhecido para boa parte do público brasileiro, a notícia de que o Botafogo está perto de contratar o zagueiro Philipe Sampaio pegou muito torcedor de surpresa. O Alvinegro chegou a vencer a concorrência do Lech Poznan, líder do campeonato polonês, para contar com o defensor. Titular do EA Guingamp, da segunda divisão francesa, o defensor fez a carreira profissional basicamente na Europa. Por lá, se destacou pelo temperamento sereno, a atuação segura no alto, mas também mostrou que peca um pouco quando o assunto é velocidade.
A opinião é de dois jornalistas que acompanharam o futebol de Philipe Sampaio consultados pelo ge. Para o francês Mathieu Huet, do jornal "Le Télégramme", que cobre a equipe de Guingamp, os pontos positivos do zagueiro brasileiro estão na força que ele apresenta. Tanto física, quanto mentalmente, em especial dentro de campo para orientar os companheiros. Não à toa, foi um dos capitães no período que esteve na França.
- Sampaio é um jogador muito forte fisicamente, não desiste e é bom de cabeça. Tem uma personalidade forte, fala muito no campo. Por outro lado, tem dificuldades com a bola no pé e nos contra-ataques. É seu ponto fraco.
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Philipe Sampaio em ação no último jogo pelo Guingamp, contra o Paris FC — Foto: Divulgação/Guingamp
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Antes de ficar duas temporadas na França, Philipe passou um ano na Rússia e cinco em Portugal. Em terras lusitanas, ficou três temporadas seguidas no Boavista, logo que chegou na Europa. Lá, jogou bem por dois anos, até foi cotado para ir ao Benfica, mas acabou no Akhmat Grozny e voltou a Portugal. Quando retornou, no Feirense, não teve tanto destaque por ter sofrido duas lesões que o tiraram de campo por quase quatro meses. Na temporada seguinte, foi bem no Tondela, de onde se transferiu para o Guingamp.
Pedro Morais, repórter do jornal Record, de Portugal, concorda com a avaliação feita pelo jornalista francês sobre o tempo que Philipe passou por lá. De acordo com Morais, o brasileiro consegue recompensar a ausência de velocidade com um bom posicionamento. O português também exaltou o cabeceio do zagueiro e a tranquilidade em campo.
- É um zagueiro experiente, apesar dos 27 anos, dado que já passou por vários clubes de Portugal e já jogou na Rússia e na França. É forte, sobretudo, no jogo aéreo. Em termos de comportamento, sempre passou a imagem de ser um jogador tranquilo, não havendo memória de comportamentos desviantes. Ponto negativo eu diria o fato de não ser muito rápido. Acaba por conseguir manter-se nos lances pelo posicionamento, não tanto pela rapidez.
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Projeto social em São Paulo
Além das qualidades dentro de campo que agradaram o departamento de scout da Eagle Holdings, Philipe Sampaio também se destaca fora das quatro linhas. Nascido em São Paulo, o zagueiro tem um projeto chamado Meninos Cohab Raposo Tavares, no bairro onde cresceu.
A iniciativa atende gratuitamente crianças carentes de 7 a 14 anos no bairro. Para quem quiser participar do projeto são feitas apenas quatro exigências: atestado médico, carteirinha do projeto, ter até três faltas sem justificativa e boas notas na escola.
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Numa das paredes do projeto social tem até mesmo um grafite com o rosto de Philipe. No ano passado, o Meninos Cohab Raposo Tavares realizou festa de dia das crianças com doações de brinquedo e na Páscoa entregou ovos de chocolate para os assistidos. Em entrevista em 2020 para o jornal Record, de Portugal, Philipe diz que a ideia não é gerar jogadores de futebol. O objetivo principal do projeto vai além.
Eu via muitas crianças se perdendo, o campo abandonado... Falei com o professor para darmos um pontapé inicial, chamei o meu melhor amigo e o meu pai e hoje temos 70 crianças inscritas. A ideia não é formar jogadores mas sim cidadãos, cultivando os valores do respeito, educação e compromisso, e tentar tirá-los da rua o máximo possível. Eu vim de uma favela para Portugal, quem diria? Então a ideia é que alguma criança possa tornar-se o novo Philipe Sampaio.
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Fonte: GE/Por Davi Barros — Rio de Janeiro
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