Justiça do Trabalho aponta “sobra” de R$ 9 milhões em penhora contra o Botafogo

Valor é excedente do acordo para salários em dia que o clube firmou em 2020 e 2021 e tem origem em receitas do próprio clube. Processo está no balanço final



Acostumado à rotina ingrata de perder dinheiro nos tribunais, o Botafogo viu o jogo virar: o clube está de olho em cerca de R$ 9 milhões que estão presos na Justiça do Trabalho. O valor é excedente da ação civil pública que garantiu salários em dia nos últimos dois anos e ainda está separado em juízo, mas será liberado.


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Presidente receberá reforço no caixa — Foto: Thayuan Leiras/ge


O ge consultou os números no processo público no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1). Ao todo, esse acordo movimentou quase R$ 80 milhões de receitas do Botafogo em um ano e meio. As folhas de 2020 e 2021 foram quitadas integralmente. O valor na casa dos R$ 9 milhões “sobrou” dos depósitos judiciais mesmo após os pagamentos. A ação já está na reta final. Restam prestação de contas e outras burocracias, como pagamento de honorários.


A ação é anterior à formação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). As receitas saíram do clube ainda como associação, vindas principalmente de premiações e direitos de transmissão. Procurado pela reportagem, o Botafogo não quis se manifestar sobre assuntos internos.


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O acordo foi feito pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Sindicato dos Empregados em Clubes, Federações e Confederações Esportivas e Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Sindeclubes). Em tese, o Botafogo seria vítima das penhoras. Na prática, no entanto, o clube avaliou o movimento como positivo por garantir segurança aos funcionários nos momentos mais graves da pandemia.


A partir de 2022, o Botafogo viu o acordo expirar, mas ganhou outra segurança nos tribunais: o Regime Centralizado de Execuções. O novo modelo organizou as dívidas e impede penhoras em troca de 20% da receita mensal do clube. Para pagar os salários, os alvinegros contam com os repasses de John Textor para reforçar o caixa. Novo dono da SAF, o americano já investiu R$ 150 milhões nesse ano.


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Fonte: GE/Por Thayuan Leiras — Rio de Janeiro