Técnica consiste, basicamente, em não separar treinos físico do tático, pois entende que, durante o jogo, não há como o jogador tomar decisões utilizando apenas uma valência isoladamente
Intensidade é a palavra que define os dez primeiros dias de treino de Luís Castro no Botafogo. Em pouco tempo, o técnico português começa a implementar atividades diferentes, que exigem mais do grupo, pois exercitam, simultaneamente, as valências físicas, técnicas, táticas e emocionais dos jogadores.
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- O tempo para o trabalho ainda é pouco, mas podemos ver que o nosso treinador tem ideias modernas e avançadas. São treinamentos em alta intensidade, assim como acontece na Europa. A preparação tem sido muito bem feita, estamos trabalhando bastante para que a gente possa desempenhar um ótimo futebol - afirma o atacante Victor Sá, reforço do Botafogo.
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A metodologia adotada por Castro chama-se periodização tática, que ganhou popularidade quando José Mourinho foi campeão da Champions League com o Porto na temporada 2003/2004. E é a cidade do Porto, no Norte de Portugal, o berço dessas ideias.
Luís Castro em treino do Botafogo — Foto: Vitor Silva/BFR
- A ideia da periodização vem do professor Victor Frade da Universidade do Porto. Ele defendia que não há como separar as vertentes físicas, táticas, técnicas e emocionais durante um treino. E isso é o que dá vida ao modelo de jogo da equipe - explica Marc dos Santos, treinador luso-canadense, que conheceu Luís Castro na base do Porto, entre 2006 e 2007, e hoje é auxiliar técnico do Los Angeles FC, dos EUA.
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Na época, Castro era diretor técnico da base do clube, onde permaneceu por 10 anos exercendo diferentes funções. Em meio ao seu estágio nas divisões inferiores, Marc tinha contato com o português para compartilhar experiências de jogo.
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- Minhas primeiras conversas com ele foram muito teóricas, falamos sobre periodização tática. Eu me perguntei: "Por que ele não está treinando?". Eu pensava: "Essa pessoa tem de treinar em alto nível". E foi o que aconteceu logo depois. Anos adiante, quando reencontrei Luís, ele foi muito aberto, é uma pessoa muito boa, capacitada. Torço muito para que ele dê certo no Botafogo.
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E por que a periodização técnica ainda é, de certa forma, novidade no Brasil? Marc acredita que aqui ainda há muitos treinos segmentados. Por exemplo: é comum que os trabalhos sejam divididos em duas partes. Na primeira, os jogadores ficam sob orientação do departamento de preparação física fazendo exercícios específicos de condicionamento. Quando esse trabalho termina, só então que o treinador comanda a atividade com bola.
Treinador Marc dos Santos no Vancouver FC — Foto: Arquivo pessoal
Já no método "popularizado" por Mourinho, não há divisão. Ou seja, não existem treinos táticos, técnicos ou físicos de forma isolada. Todas essas valências são concentradas em um treinamento só.
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- Precisamos preparar o jogador para tomar uma decisão técnica em um contexto tático, que exigirá uma ação física, que estará sujeita à condição mental. É tudo integrado para maximizar o modelo de jogo. Quando treinamos a força, é para que possamos pressionar o adversário, reagir à perda da bola. Não adianta treinar velocidade de forma isolada, com sprints, se no jogo precisamos desses movimentos em meio a uma jogada que pode ser um contra-ataque, uma transição, um movimento com ou sem a bola...
"Sem corridinha e futevôlei"
- O grande obstáculo é a falta de tempo de treino. É só viagem, recuperação física e jogo. É importante que o Botafogo tenha essa inter-temporada antes do início do Brasileirão para que as ideias de Luís Castro e de Vítor Severino (auxiliar técnico) comecem a ser implementadas - destaca Eduardo Dias, diretor da Footure, consultoria para clubes de futebol profissional e produtora do podcast The Pitch Invaders, que, entre outros nomes, já entrevistou Luís Castro e seu auxiliar Vítor Severino.
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Diante deste desafio, Marc acredita que a solução é aproveitar os treinos de recuperação para que os jogadores absorvam ideias que ajudem no entendimento do modelo de jogo. Vídeos também podem ser utilizados, mas o segredo, segundo o treinador luso-canadense, é não desperdiçar tempo.
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- É impressionante como é no Brasil. É muito difícil executar em campo ideias que não puderam ser treinadas. Então, temos de arranjar uma alternativa para o time adquirir mais conhecimento do seu modelo de jogo. Recuperar de uma forma tática, por exemplo. Não com corridinha, futevôlei. Claro que não será um treino com a intensidade de um jogo, mas você não pode colocar os treinos de recuperação no lixo - sugere.
A temporada de jogos para Luís Castro no Botafogo começa no domingo, às 16h, contra o Corinthians, no Nilton Santos, pelo Brasileirão. Não há mais ingressos para a partida.
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Fonte: GE/Por Davi Barros, Renata de Medeiros e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro
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