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terça-feira, 10 de maio de 2022

Renovação, treinos com o pai, ambição na temporada: Gatito abre o jogo sobre 2022 no Botafogo


Goleiro detalha drama e suor nos 17 meses sem jogar, comemora bom primeiro semestre e revela que ainda não foi procurado pelo clube para discutir novo contrato





"O maior drama é que eu não sabia se voltaria ao meu nível", diz Gatito, do Botafogo (https://ge.globo.com/sportv/programas/selecao-sportv/video/o-maior-drama-e-que-eu-nao-sabia-se-voltaria-ao-meu-nivel-diz-gatito-do-botafogo-10558375.ghtml)



Na vitória do Botafogo sobre o Flamengo, Gatito Fernández saiu do campo do Mané Garrincha eleito o melhor do jogo por boa parte da torcida e da opinião pública. O paraguaio fez defesaças em sequência que garantiram o 1 a 0 do lado alvinegro no clássico. Atuação de gala para premiar um início de temporada que, em janeiro, rendia mais dúvidas do que certezas.


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Gatito voltou a jogar em 2022 depois de um ano e cinco meses. Uma lesão grave no joelho direito fez o goleiro perder toda a temporada que passou. Tanto tempo que o próprio atleta teve dúvidas da condição que teria ao retornar à meta alvinegra. As primeiras impressões afastam a desconfiança, já que o camisa 1 corresponde física e tecnicamente.


Na última segunda-feira, o paraguaio participou do Seleção SporTV e, depois, atendeu a reportagem do ge no Estádio Nilton Santos. Ele abriu o jogo sobre os receios durante o período da lesão e a ajuda que teve do pai, o ex-goleiro Roberto “Gato” Fernández, para treinar no Paraguai durante as férias e ganhar tempo de preparação. O jogador também foi questionado sobre a situação contratual e as novas exigências feitas pelo técnico Luís Castro.


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Gatito comemora gol do Botafogo no Mané Garrincha — Foto: Vitor Silva/Botafogo


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Confira o papo

Para começar bem essa temporada você passou por um tratamento longo por conta da lesão. A preparação atropelou até as férias, não é?


Nas minhas férias, tirei cinco dias de descanso para passar com os meus pais. Depois, já comecei a trabalhar para a temporada. Foi decisivo para eu voltar muito bem já no início do Carioca e aguentar essa sequência de jogo a cada três dias, praticamente. Fiquei feliz, consegui jogar praticamente todos os jogos e até voltei para a seleção.



O que foi pior nesse momento parado?

O maior drama é não saber se voltaria a estar no nível que apresentei em muitos anos. Tive muitas dúvidas sobre a minha performance. Consegui provar para mim mesmo que posso estar no nível que eu já alcancei no Botafogo. Fico muito orgulhoso pelo trabalho que é feito diariamente. É uma satisfação para mim e para todo o estafe do clube.


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E no Paraguai você contou com a ajuda do seu pai pra manter os treinos, certo? Como foi essa experiência?

Ele teve que abrir o baú para pegar as "ferramentas" de antigamente (risos). Foi legal, ele me ajudou bastante. Eu nunca tinha treinado com o meu pai, nem quando pequeno. Foi bacana essa proximidade, e ele foi importante para que eu voltasse das férias muito bem.





Gatito com o pai em campo de futebol no Paraguai — Foto: Arquivo Pessoal



Por falar em tempo seu contrato vai até o fim desse ano. Já há alguma conversa para renovar?

Ainda não fui procurado. O clube está em um novo processo ainda. Ainda não tive nenhuma conversa, mas sei que vamos sentar e conversar no momento certo. Nunca tive problema com o clube nesse sentido.


Voltando ao campo, foram algumas defesaças contra o Flamengo. Alguma entra na lista das maiores da sua carreira?


Pelo menos uma delas vai entrar. Até porque foi um jogo muito marcante, um clássico, a gente não levou gols. A bola do Lázaro foi a mais difícil. Ele teve dois chutes, e um deles a bola foi longe de onde eu estava parado, foi difícil. Além da velocidade da bola, muito rápida.



Gatito fala sobre a melhor defesa na partida contra o Flamengo (https://ge.globo.com/sportv/programas/selecao-sportv/video/gatito-fala-sobre-a-melhor-defesa-na-partida-contra-o-flamengo-10558318.ghtml)


E qual é a maior?

O lance que eu mais guardo, que foi muito difícil, foi em um jogo contra o Atlético-MG, no Independência, que o Rafael Moura acertou um chutaço e eu coloquei a mão. Foi a defesa mais difícil, fora os pênaltis que eu também lembro com carinho. Mas lance durante os 90 minutos, esse foi o mais difícil.



Reveja a melhor defesa da carreira para Gatito (https://ge.globo.com/futebol/video/gatito-rafael-moura-chuta-de-dentro-da-pequena-area-aos-38-do-2o-tempo-5975162.ghtml)



Por falar no clássico, como foi para o goleiro aqueles minutos finais de sufoco?


A gente ficou muito concentrado no jogo. Nós, que temos mais experiência, percebemos quando o time está no jogo. E estávamos todos muito tranquilos. É claro que sabíamos que havia um time muito forte do outro lado, com um centroavante muito pesado. Sabíamos que daria trabalho, mas havia confiança.


Quando a gente está em campo, o tempo não passa. Para quem está em casa, pode passar muito rápido. Lá dentro, não passa. Foram minutos finais muito difíceis, de muito sufoco. Eles começaram a pressionar mais, vieram até com os zagueiros. Mas deu tudo certo.





Gatito faz defesa em clássico contra o Flamengo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Jogos como esse dão noção de que o Botafogo pode mais do que apenas brigar para continuar na primeira divisão?


Pensar em só ficar na Série A é muito arriscado. Temos que pensar mais alto, em um campeonato internacional. A gente percebe que pode mais pelo elenco que a gente tem, o time, e pelo que estamos fazendo nesse início de campeonato. Agora, é claro que é só um começo de campeonato, um começo de trabalho. A gente tem muito para melhorar, mas precisamos dessa esperança maior.



Espero que seja um ano de muitas vitórias e conquistas com o clube. Que a gente possa reafirmar o trabalho que estamos fazendo, que esse novo estafe possa se consolidar aqui para o trabalho dar certo. É a melhor maneira de seguir o ano.


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É bastante comentado o estilo de jogo do Luís Castro, que exige trabalho dos goleiros com os pés. O que ele pede de você na posição?


Ele exige que a construção venha desde a defesa. Mas também não é uma pessoa totalmente fechada quanto a isso, ele dá liberdade. Se não dá, não dá. Mas a ideia é sempre ter essa construção desde a defesa. Hoje em dia, nos treinamentos, os goleiros participam muito mais dos trabalhos para desenvolver essa habilidade e dar apoio para os companheiros. Esse trabalho do dia a dia já acontecia, a grande diferença é a exigência no jogo, de dar confiança para ter um goleiro como uma opção de passe.


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Fonte: Por Bernardo Serrado, Juliano Lima e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

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