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sexta-feira, 15 de julho de 2022

Luís Castro minimiza pressão e protesto da torcida do Botafogo: "Nada me perturba"


Apesar de eliminação na Copa do Brasil, técnico português exalta vontade do time: "Tivemos 26 finalizações"



A derrota do Botafogo por 2 a 0 para o América-MG eliminou a equipe da Copa do Brasil. Agora, Luís Castro terá o Campeonato Brasileiro pela frente até o fim da temporada. Na entrevista coletiva que concedeu após o jogo desta quinta-feira, o técnico português garantiu que a pressão pelos recentes maus resultados, escancarada pelo protesto da torcida, não mudará o rumo do trabalho.



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Logo após o segundo gol do América-MG, os alvinegros presentes no Nilton Santos gritaram "time sem vergonha". No agregado, o Botafogo perdeu por 5 a 0.


- Já percebi que a coletiva quer ser encaminhada para o que é meu trabalho dentro do Botafogo. Estou há muitos anos no futebol e estou habituado a tudo. Portanto, nada me perturba e se a torcida se manifesta de forma negativa tem razões para se manifestar. Não estamos esperando que sejamos elogiados quando perdemos. Ainda mais numa eliminatória que perdemos os dois jogos. É normal a torcida se manifestar - disse, para completar:


- Sobre como sinto isso, é normal. Antes de vir para o Brasil eu sabia para onde vinha, sei qual é a cultura do futebol brasileiro, que não é igual a de outros países. Portanto eu tenho que saber qual cultura que estou vindo e tenho que estar preparado para isso. Estou totalmente preparado para essa cultura, que é de vaias quando perdemos e de elogios quando ganhamos. Claramente isso aconteceu algumas vezes e vai continuar acontecendo. Estamos conversados sobre esse tema, mas se alguém quiser voltar ao tema, volto a dizer que no futebol é assim. Já tenho 25 anos de carreira e estou habituado a essas situações.















Melhores momentos: Botafogo 0 x 2 América-MG, pelas oitavas de final da Copa do Brasil 2022 (<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/SqEEBO35aT8" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>)


Luís Castro fez questão de elogiar o empenho do elenco alvinegro:

- Nesse momento, interessa dizer que comando um grupo de jogadores muito digno, trabalhador, que nunca chegam atrasados aos treinos, vão embora muito depois de terminar o treino. São concentrados, dão exemplo. Hoje, apesar da desvantagem de 3 a 0, entraram em campo muito determinados. Tivemos 26 finalizações, quisemos muito ganhar esse jogo.


A saída da equipe na Copa do Brasil deixa o Botafogo apenas com o Campeonato Brasileiro para disputar até o fim da temporada. A equipe volta a entrar em campo contra o Atlético-MG no próximo domingo, às 18h (de Brasília), no Nilton Santos, pela 17ª rodada do Brasileirão. O Bota está em 10º, com 21 pontos, três acima da zona de rebaixamento e seis atrás do G-6.


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Protesto da torcida! Após o segundo gol do América-MG, torcedores sem manifestam contra o time nas arquibancadas (https://ge.globo.com/futebol/video/protesto-da-torcida-apos-o-segundo-gol-do-america-mg-torcedores-sem-manifestam-contra-o-time-nas-arquibancadas-10760046.ghtml)


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Confira outros tópicos da entrevista de Luís Castro

Quanto dói a eliminação?

- A eliminação dói muito. Nós queremos ganhar sempre e ultrapassar os desafios com sucesso.





"É rir para não chorar", comenta Pedro Dep | A Voz da Torcida (https://ge.globo.com/futebol/voz-da-torcida/video/e-rir-para-nao-chorar-comenta-pedro-dep-a-voz-da-torcida-10760117.ghtml)



União e cumprimento com jogadores no campo


- Nossa união é muito forte porque cada um dos elementos do grupo sabe o que temos sofrido ao longo desta temporada. Cada um deles sabe quantos companheiros eles têm perdido e quantos eu tenho perdido ao longo da semana de trabalho, quantas vezes temos que nos adaptar ao contexto existente e alterar dinâmicas de jogo, quantas vezes preparamos o time para jogar de uma forma e temos que alterar tudo...


- Ao longo do próprio jogo, ainda hoje, fomos perdendo jogadores ao longo da partida. Essa tem sido a nossa vida. Eles têm a consciência de que a nossa vida tem sido muito difícil. Apesar de ter pessoas que não têm essa consciência, sabemos o quanto tem sido difícil a temporada para nós. Já era difícil por estarmos construindo uma equipe nova, e ainda mais difícil tem sido por causa disso. Os jogadores têm consciência disso e são extremamente unidos.


- Nas vitórias essa união é muito fácil. Nas derrotas é que se vê os verdadeiros homens e a união das famílias. Nós estamos realmente muito unidos para seguir em frente com aquilo que é nosso trabalho e nossos desafios. Sabemos que vai ser difícil, mas vamos conseguir. A vida é dura para todo mundo, inclusive para nós.


Mais análise da reação da torcida

- Sobre as duas derrotas, são totalmente distintas. Uma em que perdemos bem e hoje foi uma que não merecíamos ter perdido o jogo. Podem dizer o que quiser, que as 26 finalizações que fizemos não eram suficientes para fazer o gol e que deveríamos ter feito 52, ou que as 11 finalizações dos adversários foram suficientes para fazer os gols, e foram. Ou então que se fizessem 15 poderiam ter feito quatro gols... São muitas hipóteses e a realidade é esta.


- Perante todos esses dados, o dobro de escanteios e mais que o dobro de finalizações em direção ao gol, não conseguimos marcar e o adversário sim. O América passou bem, felicidades para eles. Nós vamos focar no Campeonato Brasileiro que estamos em 10º. Vamos tentar segurar nesse momento difícil do campeonato. Se possível com o apoio de todos que gostam de nós, porque o momento é muito difícil para nós. É um momento complexo motivado por várias coisas que são públicas: o nosso número reduzido de jogadores e opções para muitos dos lugares, mas é nossa realidade.


- E nesse momento precisamos muito do apoio, aliás do apoio que a torcida deu durante quase todo o jogo. É muito interessante o que dizem, sabe? Algum de vocês (imprensa) perguntou sobre o apoio da torcida durante o jogo? Não, mas houve o apoio e muito forte. Mas isso passou despercebido. O que chamou a atenção foi a vaia da torcida. Muitas vezes nós lançamos a confusão no futebol e, por trás, vamos criticar aquilo que aconteceu ontem no jogo... Mas nós próprios é que lançamos o caos no futebol e, depois, muitas vezes de forma hipócrita vamos dizer que está tudo errado no futebol.


- E quem é que põe as coisas certas? E quem as põe certas somos nós que lançamos a confusão. Não estou dizendo que não houve vaias da torcida, mas que também houve apoio muito forte da torcida ao longo do jogo e acho que isso é de enaltecer, pois vínhamos de uma derrota de 3 a 0. Estávamos com muita dificuldade ao longo do jogo. Mesmo no segundo tempo a torcida apoiou muito o time. No fim fomos vaiados, e muito bem vaiados pela torcida, porque não conseguimos o objetivo que queríamos e que a torcida também queria.


Matheus Nascimento


- Sabe a idade dele né? E do Erison? Normalmente os grandes atacantes do mundo custam 50, 60 milhões e são máquinas de fazer gols. Os outros são jogadores que vão fazendo gols ao longo da carreira e são diferentes.


Time ao longo do primeiro tempo

- O que aconteceu com nosso time? Entrou bem no jogo, foi forte nos primeiros minutos de jogo e ao longo do primeiro tempo dominou o jogo. Teve a infelicidade de tomar o gol e, naturalmente, a dimensão psicológica existe dentro do jogo. E quando o time está perdendo por 4 a 0 é diferente de quando perde por 1 a 0. O que pesou em cima dos jogadores não foi o 1 a 0, mas os 4 a 0. O que nós tínhamos como estratégia era chegar ao intervalo ganhando o jogo, porque foi um golpe muito forte para nós.


- Mas foi por isso que enalteci os jogadores, porque mesmo assim eles se mantiveram em pé, fortes e continuaram a criar oportunidades. Eles vieram para o segundo tempo fortes e jogaram o América para trás, não desistiram nunca da obrigação do trabalho. Agora, o resultado é muito cruel para nós. Uma coisa é analisarmos aquilo que fizemos durante o jogo, outra coisa é analisar o resultado do jogo. O resultado é muito negativo.


- Mas aquilo que mostramos em campo não foi tão negativo quanto o resultado. Não foi dos melhores jogos que fizemos, mas foi o que conseguimos. O resultado foi injusto, mas o América passar de fase foi justo. Sobre o jogo de hoje, não posso acusar os jogadores de não terem trabalhado e acho que ficou evidente o que eles fizeram e o que era o merecimento. Tivemos 26 finalizações. Normalmente um jogo com esse número pelo menos alguns gols conseguiríamos.


Treino de finalização

- São os mesmos treinos quando ganhamos os jogos. São os mesmos treinos. Só que no futebol, quando perdemos, vamos perguntar se treinamos, mas quando ganha ninguém pergunta. Futebol é isso, vai ser sempre essa máquina fantástica de análise do futebol. Mas temos que ser muito corretos na nossa análise. Não treinamos só quando ganhamos, mas também quando perdemos. E não jogamos sozinhos, sempre tem o adversário.


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