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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Pescaria, extravagâncias árabes e vida no Rio: as versões de Eduardo, do Botafogo



Jogador, que diz preferir ficar em casa a ter vida agitada, coleciona histórias inusitadas. Ele fez os dois gols que abriram o placar na vitória sobre o Fortaleza


Os dois gols que abriram o placar do Botafogo sobre o Fortaleza no fim de semana delegaram a Eduardo o papel de protagonista no momento atual do time de Luís Castro. Mas se engana quem pensa que o jogador de 32 anos, nascido em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, vive sob holofotes. Pelo contrário: é na calmaria que o meia prefere viver.


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E foi de fininho, com certa timidez, que ele chegou ao fundo de um dos campos suplementares do Espaço Lonier, o CT alvinegro, para conversar com a reportagem de ge e do Grupo Globo na tarde do feriado de quarta-feira (7).





Eduardo, do Botafogo — Foto: Renata de Medeiros/ge


O sorriso revelava a felicidade (e o alívio) pelos dois gols e pela vitória no domingo. Por outro lado, o jeito discreto esconde um mundo de histórias inusitadas vividas nos 13 anos em que atuou fora do Brasil - como ter recebido um leão de presente, por exemplo.


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Nas passagens por Portugal, França, Arábia Saudita e Emirados Árabes, Eduardo chegou ao Botafogo com três idiomas na bagagem, além do português: inglês, francês e árabe. Um cidadão do mundo, que tem, como principal hobby a pescaria. Ele chegou, inclusive, a comprar um jet-ski específico para pesca em Dubai - dando, ao pacato hábito, uma bela pitada de extravagância, típica do mundo árabe.





Eduardo, do Botafogo, pesca com a esposa, Stephannie — Foto: arquivo pessoal


Abaixo, confira um pouco de cada versão de Eduardo:

Os dois gols sobre o Fortaleza


Estou muito feliz mesmo. A gente fica naquela expectativa, ansioso pra sair o primeiro gol. Foi uma emoção muito grande. Meu último gol tinha sido em maio, se eu não me engano. Mas a gente sente saudade. Passam dois, três jogos e a gente já sente saudade.



Aos 18 min do 1º tempo - gol de dentro da área de Eduardo do Botafogo contra o Fortaleza (https://ge.globo.com/futebol/video/aos-18-min-do-1o-tempo-gol-de-dentro-da-area-de-eduardo-do-botafogo-contra-o-fortaleza-10908843.ghtml)



Início já como titular

Primeiro, foi uma adaptação, né? Eu passei 13 anos fora. Chegar e já logo jogar... Foi uma adaptação, os primeiros jogos. Mas estou muito bem entrosado com todos. Chegaram atletas novos também há a pouco tempo, e a gente está se conhecendo, sabendo onde o outro se posiciona no campo, o que faz... Então isso demora um pouquinho, vai um tempinho a mais. Estou supercontente, super feliz com o grupo. O pessoal me acolheu super bem e agora a gente tenta fazer o mesmo com o pessoal que chegou há pouco.


Pressão por vitórias

O futebol, não só aqui no Brasil, no mundo todo, é resultado, né? As pessoas não querem esperar. O processo não é uma coisa fácil. Quantos jogadores foram trocados? Chegaram novos jogadores e não é uma coisa fácil, da noite para o dia. Vai chegar e dizer que foi investido, então agora o time tem que ganhar, mas não é assim. Tem que ter essa paciência, essa calma. Como aconteceu no jogo contra o Fortaleza, a gente já vinha jogando bem em outros jogos e acabou que, contra o Fortaleza, ganhamos.




Aos 35 min do 1º tempo - gol de cabeça de Eduardo do Botafogo contra o Fortaleza (https://ge.globo.com/futebol/video/aos-35-min-do-1o-tempo-gol-de-cabeca-de-eduardo-do-botafogo-contra-o-fortaleza-10908859.ghtml)



Jogo contra o América-MG

É um adversário duro. Estamos na nossa casa e pedimos o apoio da nossa torcida os 90 minutos e que encham nosso estádio para tentarmos essa sequência de vitórias.


Onde pode chegar o Botafogo?

A gente espera ficar na melhor posição possível. A gente tem um pensamento muito de jogar jogo a jogo, sabe? O pensamento é no próximo jogo e no final vemos qual posição ficaremos. A gente pensa muito no hoje.


O que repercutiu mais no vestiário: seus dois gols ou o golaço do Marçal?


Não foi nenhum dos dois que repercutiu. O que repercutiu mesmo foi a vitória. A gente estava precisando, foi o que deu um up na galera ali. Todo mundo fica naquela alegria, naquela felicidade. Tem sido assim, o ambiente do Botafogo é muito bom, de pessoas honestas, que estão aqui para dar o melhor para o clube.




Fim da seca: Marçal, do Botafogo, voltou a marcar depois de 152 jogos (https://ge.globo.com/video/fim-da-seca-marcal-do-botafogo-voltou-a-marcar-depois-de-152-jogos-10916953.ghtml)


Com quem melhor se entende em campo?

Me dou bem com o Lucas. A gente, nesse jogo, jogou pelo lado direito. Eu e ele nos damos superbem.


Se sente confortável da maneira como vem jogando?

Na França, Portugal, Arábia eu também fazia volante, fazia meia. Sempre fiz as duas funções. Inclusive, quando fiz cinco gols na França em um só jogo, eu estava de volante. Sou um jogador está sempre chegando na área, sempre buscando os espaços para poder fazer gol, porque eu gosto também de fazer gol.


Como vê o time com Tiquinho Soares?


Eu já o conhecia de Portugal. Ele é muito inteligente, sabe fazer gol e tem ajudado bastante pelo fato de fazer um-dois, escorar, o momento de segurar, o momento de fazer finalização. Então assim, é um jogador muito experiente que vai nos ajudar muito.





Fortaleza x Botafogo: Tiquinho e Eduardo — Foto: Vítor Silva/Botafogo


Facilitou sua vida?


Me ajudou bastante (risos).


Por que o número 33 na camisa?

Eu sempre usei o número três. E aí, como aqui já tinha, eu peguei o 33. E, nesse ano, também eu vou fazer 33 anos. Então foi meio que proposital. Eu sou cristão, então o três significa a Santíssima Trindade: pai, filho e Espírito Santo. Eu sempre usei a camisa três e deu sorte.





Eduardo, do Botafogo — Foto: Vitor Silva/BFR


O que está achando do Rio de Janeiro?

Eu amo o Rio, cara. Amo o Rio, é uma cidade muito linda, minha esposa é daqui também. Ainda estou conhecendo alguns lugares, mas é uma cidade maravilhosa, perfeita.


O que já conheceu na cidade?


Conheço o Cristo, o Pão de Açúcar, algumas praias... Mas eu sou muito de ficar em casa, então aos pouquinhos vou conhecendo o restante do Rio.


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Passagem pelo Fluminense

Foi em 2009. Foi um ano do inferno ao céu. A gente quase caiu naquele ano, mas também chegamos também na final da Sul-Americana. Então foi um ano bacana, com emoções fortes, fortíssimas. Nosso elenco era um dos melhores do Campeonato Brasileiro na época. Era Fred, Conca, Thiago Neves, Luiz Alberto, Fabinho, Wellington Monteiro, era um time muito bom.


Idolatria na Arábia

Era uma coisa diferente. Criei uma história muito bonita lá no clube, no país. Ao longo do dos anos, a gente foi vendo muitas, muitas coisas ali. Já teve vários casos, de ganhar presente, ganhar leão, ganhar isso, aquilo. Eu falei pro cara: "Eu vou fazer o que com esse leão?". Aí, ele falou: "Fica com ele, se você não quiser, eu pego de volta". Mas não teve jeito, o leão arrebentou todo o sofá, a casa... Para mim não deu (risos). O máximo que consigo é um cachorro (risos).





Eduardo, reforço do Botafogo, com leão que ganhou na Arábia — Foto: Arquivo Pessoal


E tem bastante histórias legais assim, sabe? É uma idolatria. Um dia, meu pai queria ir no shopping jantar e eu falei: "pai, aqui não é igual no Brasil, que eu posso sair, fazer o que quero e tal". Mas ele queria ir, então fomos. A gente entrou no shopping, deu três minutos e já veio o segurança, falando "você tem que sair agora porque já virou um tumulto". Foram experiências bacanas que eu vivi lá fora, que é uma coisa muito doida, realmente. Imagina chegar um leão na sua casa (risos)


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