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sábado, 8 de outubro de 2022

Recordistas no Botafogo, Gatito e Jefferson colecionam momentos marcantes



Paraguaio quebrou o recorde de estrangeiro com mais jogos e conversou com o brasileiro - terceiro jogador que mais atuou pelo clube - por chamada de vídeo organizada pelo ge



O torcedor do Botafogo pode se vangloriar de ter um goleiro ídolo no elenco desde 2009 ininterruptamente. Além da identificação quase instantânea de Jefferson e Gatito Fernández, os dois ainda são recordistas com a camisa do clube. Mais recentemente foi a vez do paraguaio bater a marca que era de Joel Carli e se tornar o estrangeiro com mais partidas pelo Bota, com 188 jogos. Jefferson, por sua vez, atuou 454 vezes com a camisa alvinegra, é o goleiro com mais partidas e o terceiro jogador que mais entrou em campo na história do clube.


Com o brasileiro morando nos Estados Unidos e o paraguaio em Florianópolis após a vitória por 2 a 1 em cima do Avaí, o ge promoveu um encontro virtual entre os dois ídolos. Veja a conversa na íntegra no vídeo abaixo.


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Confira a entrevista de Jefferson e Gatito Fernandes (https://ge.globo.com/video/confira-a-entrevista-de-jefferson-e-gatito-fernandes-11008508.ghtml)



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A convivência diária entre os dois durou duas temporadas: da chegada de Gatito, em 2017, até a aposentadoria de Jefferson, no ano seguinte. Pouco tempo depois de aparecer para treinar no Nilton Santos, o paraguaio conversou com o dono da camisa 1, que fez questão de tranquilizar sobre como seria a vida no clube.


- Uma coisa me marcou muito e eu gostaria de fazer com quem vier depois. Não sei se ele lembra, mas uma vez estávamos indo para o treino e ele falou pra mim: "Gatito, você joga tranquilo, faz o seu trabalho". Ele me apoiou dizendo que sempre estaria 100% do meu lado, se eu tivesse a oportunidade de jogar ou se fosse ele. Foi muito marcante, porque era um ídolo do clube, que é muito querido por todos os torcedores. Poderia ser uma postura contrária, porque a gente vê isso muitas vezes no futebol, acontece. Graças a Deus, nunca aconteceu comigo. Foi uma coisa muito do coração dele.


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Jefferson e Gatito jogaram juntos no Botafogo em 2017 e 2018 — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo



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Jefferson garante que lembra do episódio contado por Gatito e também já passou por algo parecido quando ainda era garoto. O brasileiro jogava pelo Cruzeiro, entre 2000 e 2001, quando Felipão chegou para ele e fez questão de passar confiança, mesmo com a concorrência de Bosco e Gomes na época. Os outros goleiros também deram força ao jovem de menos de 20 anos.


- Acho que o principal é o respeito pelo nosso companheiro. Porque a gente está ali em busca dos objetivos. Mas eu acho que tem que ter o respeito. Eu me lembro que, quando eu me lesionei, o Gatito entrou e entrou muito bem. Estava tendo uma sequência de jogos, consolidando. Tinha todo o reconhecimento dos botafoguenses. Quando eu voltei, melhorei da lesão, eu sabia que havia uma atmosfera. "O Jeferson precisa voltar! O Jefferson é o capitão!" Mas eu sabia que era o momento dele. A gente tem que reconhecer que era o momento do Gatito.


O respeito e admiração não ficou apenas no campo e passou também para a vida pessoal. A segurança e tranquilidade dos goleiros sempre chamou a atenção um do outro. Os dois se tratam como amigos e trocam mensagens até hoje, mesmo sem o convívio de todo dia.


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Mas respeito, admiração e companheirismo não são as únicas coisas que unem Jefferson e Gatito Fernández. Os dois goleiros também passaram por graves lesões que os deixaram de fora por mais de um ano. Enquanto o brasileiro passou por duas cirurgias no tríceps, o paraguaio teve que se ausentar devido a um edema ósseo no joelho.


- Trocamos muitas mensagens durante essa lesão dele. O Gatito sempre foi um cara que sempre se cobrava muito, que nem eu. Via o clube passando por momentos ruins e sabia que poderia ajudar. Eu acompanhava que, mesmo lesionado, ele ia para os jogos. Falei: "Acho que o mais difícil é você controlar o emocional. O mais difícil é ter paciência". Ele precisava de mais tranquilidade, porque na cobrança você acaba fazendo coisas que não está tão acostumado a fazer. Ele soube lidar com essa situação. Ele superou isso e decolou de novo, hoje está vivendo um grande momento. Revivendo, né?


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- Lembro que ele me falou para não me cobrar demais. Porque a gente volta achando que em poucas semanas vai voltar a ser o que foi antes da lesão. Ele me ajudou muito. Essa situação ficou para trás. Só tenho a agradecer pelas palavras, sempre me mandou mensagens na época da lesão. E agora também, com o nosso bom momento, ele também está presente. Só tenho a agradecer, porque essa postura engrandece mais a pessoa que é o Jeferson. Quem conhece fora do campo, no dia a dia, sabe a qualidade de pessoa que ele é e o quanto o pessoal aqui sente saudade dele dentro do clube.


Para seguir no bom momento, o Botafogo enfrenta o São Paulo, fora de casa, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, domingo, às 16h (de Brasília), no Morumbi. A tendência é que Gatito amplie ainda mais o recorde de jogos de um estrangeiro no clube já que deve ser titular. O Bota é o nono colocado, com 40 pontos, mesma pontuação do próximo adversário, e está a dois do América-MG que fecha o G-8 do Brasileirão.


🎧 Ouça o podcast ge Botafogo 🎧



Fonte: Por Davi Barros e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

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