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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Análise: rodízio do elenco do Botafogo deixa sinais para Luís Castro



Técnico português deu oportunidades para todo o grupo nas primeiras rodadas do estadual e algumas carências ficaram claras




O Botafogo precisou ser adaptável no começo da temporada. Com mudanças no planejamento por conta do estadual, Luís Castro pretendia inicialmente só usar a equipe principal em parte dos jogos, mas alterou a rota e passou a rodada o elenco nas partidas.


O próprio treinador destaca nas entrevistas que não faz "testes" em jogos. Segundo ele, o laboratório é o centro de treinamentos, o que entra em campo já foi testado antes. Então podemos dizer que o português deu "oportunidades" a todo o elenco.




Luís Castro orienta o time do Botafogo durante o duelo com o Nova Iguaçu — Foto: Vítor Silva/Botafogo


Alguns jogadores souberam aproveitar, outros nem tanto. A rotação deixou claro que alguns setores do elenco são muito fortes e profundos e outros concentram as principais necessidades. Pensando em desempenho, o meio-campo foi quem teve o melhor aproveitamento no período.


Todos os jogadores usados no setor ao longo dos quatro jogos da Taça Guanabara até aqui (o primeiro foi disputado pelo time B comandado por Lúcio Flávio) tiveram bons momentos. Tchê Tchê, Patrick de Paula, Danilo Barbosa, o recém-chegado Marlon Freitas e Gabriel Pires, muitas vezes criticado pela torcida, participaram bem de ao menos um jogo.


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Se os questionamentos sobre a falta de criatividade são constantes, vale lembrar que Lucas Fernandes e Eduardo ainda se recuperam de lesão e vão entrar nesta rotação, tornando o setor ainda mais qualificado e profundo.





Segovia, em Botafogo x Nova Iguaçu — Foto: Jorge Rodrigues/Agif


Na zaga, também há motivos para otimismo. Adryelson e Cuesta formaram uma ótima dupla em 2022, Philipe Sampaio também teve bons momentos e Luís Segovia, um dos reforços para 2023, agradou nas duas primeiras partidas, especialmente pela qualidade com a bola no pé.


- Segovia joga pelo lado esquerdo e disputa com Cuesta, no lado direito temos Adryelson, Carli e Sampaio e eles lutam por um lugar. No dia que o Segovia estiver melhor que o Cuesta, mais para frente porque agora todos têm oportunidade de jogar, joga o Segovia e o contrário também. Há sempre meritocracia e consciência - destacou Luís Castro.




Melhores momentos: Botafogo 0 x 0 Nova Iguaçu pela 6ª rodada do Campeonato Carioca



A meta também está segura, com Lucas Perri fazendo ótimas partidas na ausência de Gatito Fernandez, ídolo e estrangeiro que mais vestiu a camisa do Botafogo, que renovou recentemente o contrato até 2024.


Incertezas pelos lados

Se a parte central do campo está recheada de possibilidades, os lados, tanto no ataque quanto na defesa, enchem o torcedor de dúvidas. A lateral-esquerda tem um claro e confiável titular em Marçal, o reserva imediato é Hugo, que faz um bom estadual, mas ainda precisa cair nas graças da aquibancada.


Do outro lado, Rafael e Daniel Borges disputam a titularidade. O primeiro tenta se firmar após sequência de lesões enquanto o segundo sofre com críticas e saiu vaiado no empate contra o Nova Iguaçu. O setor foi foco no mercado até aqui, mas a contratação ainda não saiu. A certeza é que há necessidade.


É nas pontas do ataque onde há mais incerteza. Gustavo Sauer desponta como um destaque no começo do ano, mas ainda precisa de mais regularidade. Depois de perder a vaga para Jeffinho, vendido ao Lyon, Victor Sá tenta recuperar o prestígio com o torcedor (e já deu um bom primeiro passo com gol no clássico vovô).





Luís Henrique, Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo



Promessa do América-MG, Carlos Alberto mostrou qualidade nas poucas oportunidades que teve, mas ainda precisa de mais experiência, especialmente na tomada de decisão e finalização. Já Luis Henrique e Lucas Piazon vivem sob desconfiança dos torcedores e já lidaram com vaias nos poucos jogos do Carioca.


A contratação de ao menos um jogador do setor para elevar a disputa é um clara necessidade olhando para o desempenho recente de todas as peças, assim como um reserva para o centroavante Tiquinho Soares, referência no ataque. Matheus Nascimento tem dificuldades de manter o nível quando entrar e o torcedor já não tem a paciência que o jovem precisa para se desenvolver.


A rodagem do elenco dá sinais das forças e das necessidades do elenco do Botafogo. A estrutura do ano passado ainda existe e é o pontapé inicial para os jogos mais pesados deste primeiro semestre nos próximos meses, mas o torcedor alvinegro segue sonhando - e pedindo - reforços agora que a janela europeia fechou.


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Fonte: GE/Por Giba Perez — Rio de Janeiro

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