Sobre a sequência da temporada, treinador negou benefício no calendário de jogos: "Não há benefício em eliminação, pelo contrário, há um prejuízo"
O Botafogo foi eliminado pelo Athletico-PR da Copa do Brasil. Depois de vencer por 1 a 0, com gol de Tiquinho, o time foi derrotado nos pênaltis e está fora da competição. Após o jogo, apesar da eliminação, Luís Castro não poupou elogios para a torcida do Botafogo, que lotou o estádio Nilton Santos:
Botafogo 1 (2) x (4) 0 Athletico-PR - Melhores momentos - Oitavas da Copa do Brasil 2023
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- Quero dar os parabéns a torcida e é assim que estamos com ela. É o espírito da estrela solitária. Nós sentimos essa responsabilidade de dar o máximo. As vezes não conseguimos a vitória. Hoje não conseguimos nos pênaltis, perdemos. Mas vamos seguir em frente juntos e muito obrigado pela noite que os torcedores me proporcionaram. É um exemplo para todos o que a torcida do Botafogo fez hoje. Não só para nós, mas para todos - falou o treinador, que ainda completou:
- Somos uma família: a família Botafogo. Enquanto um cai, todos tentam o levantar. Foi o que a torcida fez hoje. O time chegou ao vestiário triste, mas com um espírito de união muito forte. Quando estamos unidos, estamos mesmo. Eu só olho o futebol desta maneira, não consigo olhar sem união, é assim que olho o futebol - concluiu.
Botafogo 1 (2) x (4) 0 Athletico-PR - Pênaltis - Oitavas de final da Copa do Brasil 2023
Nas cobranças de pênalti, o Botafogo viu o goleiro adversário assumir o protagonismo. Bento defendeu as cobranças de Tiquinho e Tchê Tchê. Ao ser questionado sobre o que teria dado errado, o treinador foi enfático e direto na resposta:
- Os pênaltis. Foi o que deu errado. Tivemos um bom jogo, não conseguimos fazer uma vantagem maior ao longo dos 100 minutos e acabamos indo para os pênaltis. Me perguntou o que deu errado, foram os pênaltis No placar geral da eliminatória ficou 3 a 3. Uma (equipe) dominou o primeiro jogo e a outra no segundo - falou o treinador, que analisou:
- Conseguimos criar espaços com as nossas movimentações, com boas entradas em profundidade. Servimos bem, tivemos várias situações de jogo aéreo, cumprimos o que era o plano do jogo. Conseguimos fazer o que queríamos, mas não queríamos ir para os pênaltis. Queríamos resolver no tempo normal, fizemos muito por isso. Percebemos que o Athletico ditou o jogo num ritmo mais baixo antes de sofrer o gol, tentamos desde o início ir para cima, tentar marcar. Não conseguimos conseguir nosso objetivo - concluiu.
Luís Castro em Botafogo e Athletico, pela Copa do Brasil — Foto: André Durão
O Botafogo volta a enfrentar o Athletico-PR neste sábado, às 18h30, só que em partida válida pela 9ª rodada do Brasileirão, na Arena da Baixada. O time de Castro é líder, com 21 pontos, e não pode ser ultrapassado nesta rodada. Já o Furacão é 11°, com 12. Na coletiva, o treinador já visa o confronto e lamenta o sentimento da torcida:
- Vamos seguir em frente com aquilo que temos nas mãos. Temos um jogo daqui a dois dias, mais uma vez um jogo daqui a dois dias, mesma coisa serve para o adversário. Há jogadores que vão ficar pelo caminho hoje porque vão se recuperar de lesões, outros vão seguir conosco. É a nossa realidade, temos que seguir juntos e unidos. Temos que seguir com a nossa torcida fantástica, que nos apoiou, como de costume, desde o início. Mereciam ir para casa com a alegria da classificação, mas vamos com a alegria de termos a certeza que o futuro do Botafogo é um bom futuro.
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Como reorganizar a equipe para o próximo jogo?
- Há vários futuros. Há o futuro imediato e ao longo prazo. O longo prazo está na cara que será um bom futuro, a volta de um Botafogo forte em todas as competições, em termos de ambição e tudo. A médio prazo, teremos uma melhor infraestrutura, uma base mais estruturada, com uma performance elevada, que depois vai gerar o nosso futuro.
- O curto prazo é agora, o futuro imediato. É o nosso jogo contra o Athletico sábado, é ir para Quito, voltar para o Rio e depois ir para Fortaleza, olhamos nosso futuro com esperança de irmos bem. Tenho certeza e digo aquilo que disse para os jogadores: não temos o que lamentar, é seguir em frente, jogamos contra qualquer equipe do mundo em qualquer lugar do mundo, olhando no olho, isso é o resultado imediato. Uma vez vamos conseguir o resultado, outras vezes não, mas nunca abaixar a cabeça.
- É olhar para sábado. Vi muito falarem dos desfalques do Athletico, mas hoje nos faltou também Rafael, Matheus, Patrick de Paula, Gabriel Pires... pois falem de nós também. Esse é o futuro imediato do Botafogo: eu quero que sejamos respeitados por todos e tratados de forma igualitária.
Sequência da temporada com a eliminação
- Não vejo qualquer benefício em estar fora da Copa do Brasil. Não há benefício em eliminação. Quero sempre jogar e jogar. Muito pelo contrário, há um prejuízo, não financeiro, porque não é a área que domino, porque uma equipe que ganha é uma equipe que está mais pronta que uma que perde.
Sobre o desenrolar do jogo
- Sobre finalizações, acho que não está tudo dito nas estatísticas. Deveríamos ter feito as oportunidades que tivemos. O domínio foi claro, tivemos chances. É natural que o Athletico fosse menos vezes para frente porque estavamos em cima. O jogo ficou mais truncado no início, o Daronco quis também agarrar o jogo. Ele faz o trabalho dele, eu faço o meu. Não tenho que criticar o dele, critico o meu, critico de forma superficial o dos outros. Ele quis segurar mais o jogo, o Paulo Turra também quis segurar mais, quis dominar e agredir a baliza do Athletico, mas foi o jogo. Acho que podia ser melhor para o nosso lado.
Mentalidade vencedor
- A mentalidade vencedora é algo que se constrói com vitórias. É algo que não se diz, se faz. Ao longo do tempo, temos que ganhar mais do que perder. E instalando essa mentalidade, é muito difícil de tirar. Porque o atleta que chega, sabe que o clube entra para ganhar, entra na Sul-Americana para ganhar, na Libertadores, nos campeonatos. Sinto que estamos nesse caminho. Há clubes que têm esse rótulo mais que outros, e isso se constrói ao longo do tempo. Nosso prazo é curto. Queremos isso para hoje e amanhã. Somos uma sociedade imediatista, queremos as coisas prontas. Queríamos comer, íamos fazer a comida e comíamos. Hoje ligamos e pedimos uma comida. Não tem como ligar e pedir um time vencedor, temos que construir ao longo do tempo. Todos construíram ao longo do tempo.
Sobre utilização dos jogadores da base
- É uma preocupação minha (usar a base). Quero o Hugo, Matheus, Raí, Janderson... são jogadores que são o futuro do Botafogo. E estão inseridos no modelo que é hoje o futebol. Desenvolver na base, colocar no profissional, nos dar rendimento e estão expostos para continuar nessa dinâmica. Mas há uma coisa que é importante: o contexto. Não podemos ter um time só de jovens, mas também não podemos ter um time só experiente.
- Ano passado começamos uma alteração no elenco, criar um elenco mais competitivo, que ganhasse mais vezes dentro da introdução do espírito de vitória dentro de um clube com a tradição do Botafogo. Agora criamos o contexto. É criar o contexto de infraestruturas para eles trabalharem e chegarem. Fomos buscar aqueles que entendemos ter mais qualidade e o colocamos na equipe principal.
- Agora é fundamental abrir espaços para eles começarem seu caminho, mas usarmos de forma mais contínua. Também lançamos o JP, mas precisamos continuar o que temos feito: seguir olhando para eles e desenvolve-los ao máximo para terem rendimento. Não é importante, é decisivo o desenvolvimento dos jogadores jovens do Botafogo.
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Fonte: Por Giba Perez e Sergio Santana, Redação do ge — Rio de Janeiro
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