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domingo, 30 de julho de 2023

Bruno Lage, do Botafogo, explica escolha por Gustavo Sauer: "Vim para tomar decisões e correr riscos"



Técnico conquistou sua primeira vitória em três jogos e comandou o time no título simbólico do primeiro turno



O Botafogo venceu o Coritiba por 4 a 1 na tarde deste domingo, em jogo que marcou o recorde de público do Estádio Nilton Santos. O técnico Bruno Lage, que promoveu a entrada de Gustavo Sauer, explicou a decisão logo após a partida.




Botafogo 4 X 1 Coritiba | Melhores Momentos | 17ª rodada do Campeonato Brasileiro


- A equipe vinha com dois alas muito fortes na situação de um contra um. E percebemos que contra este adversário, especialmente depois da vitória contra o Fluminense, viria jogar com uma grande equipe, pois vem de uma recuperação fantástica. E sentimos que se tivéssemos um homem que pudesse jogar entre linhas, juntamente com Eduardo, poderíamos ir bem. E graças a Deus as coisas foram bem. Se o Sauer não tivesse feito um bom jogo, a pergunta seria ao contrário, sobre o motivo que ele não vinha jogando. Vim para tomar decisões e correr riscos. Nós pensamos que valia à pena o risco. O jogador e toda equipe corresponderam - explicou o técnico.


O técnico, que ficou visivelmente animado na beira do campo ao saber do recorde de público, também destacou a presença do torcedor para apoiar o time.


- Já percebi que essa pergunta vai me acompanhar até o final. O registro do Bruno Lage não é importante. O que é importante é o registro do Botafogo. E foi uma vitória muito saborosa para nós. Queria dedicá-la aos torcedores. Batemos hoje o recorde de público. É fundamental sentir esse apoio desde o primeiro minuto. Foi um apoio fantástico durante 90 minutos.





Bruno Lage em entrevista coletiva após vitória do Botafogo sobre o Coritiba — Foto: Giba Perez / ge


A equipe venceu o time paranaense com boa parte do placar construída no primeiro tempo, com destaque para Gustavo Sauer. A escolha pelo camisa 10 do Botafogo surpreendeu boa parte dos torcedores, que aguardavam por Júnior Santos ou Matías Segovia. Mas Sauer correspondeu e deixou o campo aplaudido pela torcida, com dois gols e uma assistência para Tiquinho Soares.


O técnico também fez questão de elogiar o camisa 9, quem já conhecia enquanto esteve no futebol de Portugal.


- Há quem pense que não tem que marcar atrás para estar fresco para marcar gols na frente. O Tiquinho em 90 minutos voou, ajuda a defesa e marca os gols. É um exemplo. Muito orgulhoso de trabalhar com ele. Ele merece nessa altura ser uma referência, mais uma vez, de um grande clube.


O Botafogo se volta agora para o duelo contra o Guaraní, do Paraguai, na próxima quarta-feira, às 19h. O duelo é pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana.


Abaixo, outras respostas de Lage:


Escolha por Gustavo Sauer

- Nossa forma de trabalhar é desenvolvendo a equipe. Não deixamos ninguém para trás. Vamos treinando com todos, estou nesse momento de conhecer todos. E depois temos que tentar analisar o adversário e perceber quais são as nossas características. A equipe vinha com dois alas muito fortes na situação de um contra um. E percebemos que contra este adversário, especialmente depois da vitória contra o Fluminense, viria jogar como uma grande equipe, pois vem de uma recuperação fantástica. E sentimos que se tivéssemos um homem que pudesse jogar entre linhas, juntamente com Eduardo, poderíamos ir bem. E graças a Deus as coisas foram bem. Se o Sauer não tivesse feito um bom jogo, sua pergunta sobre o Sauer seria ao contrário porque ele não vinha jogando. Vim para tomar decisões e correr riscos. Nós pensamos que valia a pena o risco. O jogador e toda equipe corresponderam


Controle emocional

- Independente das questões que treinamos, temos que ter um controle emocional. O clube está vivendo um grande momento, e o torcedor entende que tudo está feito. Não podemos nos distrair. Senti que a equipe entrou muito bem, mas tomou um grande gol, em uma segunda bola. Um lance de gênio. Estávamos bem posicionados, mas foi um grande gol. Com o estádio cheio, muita emoção, percebemos que tínhamos que continuar com a cabeça fria. Em determinado momento a equipe perdeu algumas situações, mas depois se estabilizou. A equipe não permitiu os contra-ataques. Muito mérito dos jogadores nessa vitória.


Tiquinho Soares

- Conheço o Tiquinho muito bem. Fomos adversários quando ele estava no Porto e eu no Benfica. Era um adversário muito difícil. Agora, é um enorme prazer trabalhar com ele. O Tiquinho é o exemplo, e trabalhei com outros jogadores assim, como Raul Jimenez, João Félix, que estão sempre ligados no jogo, nos momentos ofensivos e defensivos. Há quem pense que não tem que marcar atrás para estar fresco para marcar gols na frente. O Tiquinho em 90 minutos voou, ajuda a defesa e marca os gols. É um exemplo. Muito orgulhoso de trabalhar com ele. Ele merece nessa altura ser uma referência, mais uma vez, de um grande clube.


Orientação a Marlon Freitas

- Falei para ele continuar arriscando, a fazer as coisas que estamos aos poucos trabalhando. Com o objetivo de perceber como a equipe está jogando e tentar melhorar um ou outro aspecto que achamos que pode deixar a equipe ainda melhor. Um desses aspectos é o Marlon saber rodar o jogo de um corredor para outro. Fez um jogo fantástico e disse para ele continuar fazendo isso.


Time fez muitos gols. Esse é o padrão Bruno Lage?

- Esse é o padrão dos jogadores do Botafogo. Só estou aqui para dar continuidade. Esse é o padrão que encontrei aqui. Só quero dar continuidade e verificar no que a equipe pode melhorar.


Momento do Botafogo

- Ainda não ganhamos nada. E essas têm sido as palavras do nosso capitão Marçal, sempre que ele fala com a equipe. Temos que continuar a trabalhar. No final do jogo foi assim. Repeti as palavras do Marçal. Mas realmente foi uma energia muito forte hoje. Estamos em um momento muito bom, mas amanhã vai haver um deslize, um jogador que vai falhar, tomar um gol primeiro... Mas se a energia continuar assim, não podemos perder o controle emocional ou deixar de apoiar a equipe por um deslize de um dia.


Primeiras impressões do futebol brasileiro

- A primeira impressão foi que os times chegam ao minuto 80 sempre muito organizados e depois o jogo fica muito aberto. Com transições, um contra-ataque atrás do outro. É um desgaste imenso. Com 40 mil pessoas no estádio, os jogadores sentem a emoção e é difícil controlar. E foi isso que pedi aos jogadores. Fomos atrás do quarto gol, mas de uma forma controlada. A equipe fez isso. Entrou muito forte no segundo tempo.


Rodagem da equipe

- Não vim aqui ensinar nada, mas podemos mudar alguns termos. Não é rodar a equipe. Os treinadores querem sempre ter a melhor equipe. Mas a melhor equipe envolve muitas coisas, como os jogadores se recuperam. Temos jogadores que se recuperam em 24 horas, outros demoram 48 horas para treinar. É importante para nós observar os adversários também. Vou olhar para os meus 28 jogadores disponíveis para apresentar uma equipe competente que consiga vencer o próximo jogo.


A torcida contagiou o Bruno?

- Não. O Bruno vive as emoções a cada momento. Eu tenho que ser o primeiro a mostrar controle emocional. No final, se acabar como está agora, vocês vão ver. Mas até lá vou mostrar que sou um cara frio, mas só eu sei o que sinto aqui dentro.


Família e funcionários

- Quero dedicar a vitória para a minha família que está a sofrer em Portugal por causa do pai. Sofrer porque tenho dois filhos, um de 13 e outro de 8 anos. Eles ficam confusos ao ver o pai na televisão e depois no facetime. Por isso, é para eles, que me apoiam constantemente. Depois é a família que encontrei. Já falei dos jogadores, mas todas as pessoas e estrutura do Botafogo têm uma humildade tremenda. Me receberam de braços abertos.


- Vou contar uma história que mexeu muito comigo ontem. Temos um podologista, o Bruno, que seria uma das pessoas que sairia no momento que o Botafogo estava em dificuldades financeiras. Ele abriu mão do salário. Vinha trabalhar por paixão e pelo amor do clube. Levou isso durante um ano. Quando sentimos isso de pessoas que trabalham de forma anônima aqui. Nós profissionais temos que dar tudo. Só temos a cabeça para fazer o trabalho bem feito. São esses exemplos de vida que levamos para sempre.


Como evitar o "oba-oba"?

- O mais importante é o compromisso dos jogadores de continuar nesse percurso. Se hoje foi o melhor público da temporada é por causa deles, que estão fazendo o trabalho deles. Por outro lado, quando acontecer algo que não for positivo, os torcedores têm que seguir apoiando. Os jogadores estão fazendo o melhor deles.


Como evitar tropeços na caminhada?

- Ter a mentalidade que o time vem tendo. Conseguimos um ponto contra o Santos, tivemos uma semana fantástica e conseguimos vencer o jogo. Não podemos olhar par ao lado. Temos que fazer o que temos que fazer. A caminhada é somar pontos. Sempre pensando no próximojogos. É normal a torcida pensar mais à frente, mas nós não podemos, ou vamos nos perder. É o que eu prometo, o controle emocional e o foco jogo após jogo.



"Mais um que cai no tapetinho do Nilton Santos", diz Pedro Dep | A Voz da Torcida (https://ge.globo.com/futebol/voz-da-torcida/video/mais-um-que-cai-no-tapetinho-do-nilton-santos-diz-pedro-dep-a-voz-da-torcida-11824370.ghtml)


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Fonte: ge/Por Giba Perez — Rio de Janeiro

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