Treinador reorganiza setor ofensivo e tenta trazer clima novo ao elenco
Fabio Matias completa, nesta sexta-feira, uma semana no comando técnico interino do Botafogo. Desde então, foram cinco treinos, dois jogos e muitas conversas com foco na reabilitação alvinegra nos resultados e no desempenho. Assim, ele converteu o pouco trabalho em vitórias e, por último, na classificação na Conmebol Libertadores com goleada sobre o Aurora.
Seleção Sportv discute favoritismo entre Botafogo e Bragantino para próxima fase da Libertadores (https://ge.globo.com/sportv/programas/selecao-sportv/video/selecao-sportv-discute-favoritismo-entre-botafogo-e-bragantino-para-proxima-fase-da-libertadores-12397908.ghtml)
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O treinador era admirado pelo executivo de futebol André Mazzuco, que monitorava o trabalho dele na intenção de trazê-lo ao Rio de Janeiro. Com isso, ele chegou ao clube em janeiro e acompanhou de perto o trabalho do técnico Tiago Nunes, que tinha sua equipe, mas contava com o auxilio do paranaense no dia a dia. Foram 40 dias até assumir o comando do elenco.
Atento às dificuldades do time, principalmente no setor ofensivo que tinha o baixo rendimento de Tiquinho Soares e Eduardo, ele optou por uma reorganização e motivação coletiva, sempre na base da conversa.
Intensidade
Com apenas quatro treinos até a partida contra o Aurora e uma partida de Carioca no meio do caminho - vitória por 2 a 0 sobre o Audax -, Fábio Matias não teve tempo hábil para promover uma revolução nos treinos.
O auxiliar focou as forças em intensidade e na questão de pressionar e pisar no campo adversário. Toda questão, porém, passava em conversar com os jogadores antes de qualquer coisa. Logo no primeiro dia, antes de iniciar o treinamento, Fábio perguntou aos atletas se eles topariam este estilo de jogo e a resposta foi positiva.
Internamente, o funcionário considerou importante colocar a opinião do grupo à tona para ter um feedback do que os jogadores estavam sentindo nos treinos. Por isso, quis saber o que eles achavam sobre a forma se comportaria em campo. A partir disso, colocou em prática os treinos que haviam sido criados com a comissão técnica e departamento físico.
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Conforme explicou em coletiva de imprensa, ele trabalha com planos A, B e C para os jogos, e assim fez contra Audax e Aurora. Antes do duelo da Libertadores, ele apresentou a ideia aos jogadores de que o time fizesse um jogo agressivo desde o início, ocupando o campo ofensivo em bloco alto. O elenco respondeu positivamente e concordou com o plano inicial do treinador.
- Pedi que pressionassem o adversário e que fizéssemos o adversário sentir o nosso peso jogando dentro de casa. Compartilhei com os atletas e eles compraram. Uma das coisas que enfatizamos muito é que, com o peso da torcida a favor, isso geraria uma energia muito forte - explicou.
Fábio Matias, do Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo
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Injeção de ânimo
O trabalho de Fábio foi além da parte tática. Em um Botafogo com aspecto mental alterado desde a perda do Campeonato Brasileiro de 2023, o treinador fez questão que a conversa fosse parte presente do trabalho.
Ele tenta virar a chave, e evita ao máximo citar acontecimentos de 2023 - seja para citar exemplos positivos ou negativos. O profissional acredita que a correção para a mudança de mentalidade começa de dentro para fora e que os jogadores já estavam dentro desse pensamento.
- A gente já recomeçou em janeiro, não é agora, começou hoje, começou semana passada. Desde o dia 7 de janeiro a gente começou uma nova temporada. Acho que isso é uma coisa que tem que ficar bem clara na cabeça. Na nossa cabeça, na cabeça de vocês também, jornalistas, dos atletas. Isso já está muito claro internamente também, né? - afirmou após o jogo contra o Aurora.
Uma característica negativa do time nos últimos jogos era diminuir o ritmo e ceder empates e viradas no segundo tempo. E um dos objetivos cruciais do treinador era manter o time ligado 100% do jogo até o apito final.
Time do Botafogo posa para enfrentar o Aurora — Foto: André Durão
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Desta forma, na beira do gramado, incentivou o tempo todo para que não deixassem cair o ritmo, independente da goleada. E isso justificou as substituições tardias de determinados jogadores.
- No intervalo pedimos pra deixar cair e repetimos. Orientação para um comportamento geral e individual de cada um, e eles conseguiram executar isso. Na minha parte, no campo, era frisar para manter o ritmo. Saiu igual como treinamos.
Fabio também tem uma estratégia específica para analisar os duelos após o jogo. Com passagem por comissões técnicas como auxiliar e treinador, ele entendeu que o modelo ideal para ter um detalhamento do jogo era com a "cabeça fria".
Pedro Dep exalta atuação de Tiquinho após protesto da torcida do Botafogo (https://ge.globo.com/video/pedro-dep-exalta-atuacao-de-tiquinho-apos-protesto-da-torcida-do-botafogo-12397292.ghtml)
Assim, ele conversa após o jogo com as pessoas envolvidas no confronto, coleta informações e só depois para para assistir o jogo completo e fazer seus apontamos. Conversas com o departamento de scout, direção e jogadores são pontos importantes para compor a avaliação geral do duelo e tirar as conclusões posteriores.
O técnico interino, agora, terá uma semana de maiores desafios: no domingo, o Botafogo enfrenta o Fluminense na última rodada da Taça Guanabara, a fase inicial do Campeonato Carioca. Dias depois, no meio da semana, o primeiro jogo da terceira fase da Libertadores contra o RB Bragantino.
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Fonte: Por Jéssica Maldonado e Sergio Santana — Rio de Janeiro
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