Fica ou sai do Botafogo? Entenda o que vai pesar na decisão de Artur Jorge

Treinador deixou o futuro em aberto após a derrota para o Pachuca na Copa Intercontinental

Confira a íntegra da coletiva de Artur Jorge, do Botafogo, após eliminação no Intercontinental (https://ge.globo.com/video/confira-a-integra-da-coletiva-de-artur-jorge-do-botafogo-apos-eliminacao-no-intercontinental-13176512.ghtml)



A temporada histórica de 2024 do Botafogo chegou ao fim com a eliminação nas quartas de final da Copa Intercontinental para o Pachuca. O clube agora inicia a preparação para o próximo ano com uma decisão crucial a ser tomada: a permanência ou não do treinador Artur Jorge.


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Alguns pontos serão decisivos na decisão. O português tem contrato firmado até o fim de 2025, porém já recebeu sondagens de clubes tanto do exterior quanto do Brasil, dispostos a pagar a multa rescisória, que é de 2 milhões de euros - R$ 12,5 milhões na cotação atual.


As conquistas da Libertadores e do Brasileirão colocam em evidência o treinador para outros mercados, assim como aconteceu com os conterrâneos que foram bem-sucedidos no Brasil. Jorge Jesus, por exemplo, foi contratado pelo Benfica, e Abel Ferreira quase deixou o Palmeiras ao receber oferta milionária do Al Sadd, do Catar.


A questão central diz respeito ao salário do treinador. Ao longo deste ano, ele descobriu que recebe consideravelmente menos do que ganhavam Luís Castro e Bruno Lage, os outros dois treinadores portugueses contratados por Textor. A informação não caiu bem para Artur Jorge.


O clube entende que um importante aumento salário é ponto primordial na negociação para manter o treinador. Com as conquistas da temporada, o treinador está valorizado no mercado internacional. Antes do Botafogo de 2024, somente Santos (1962 e 1963) e Flamengo (2019) haviam conquistado Brasileiro e Libertadores no mesmo ano.

Botafogo 0 x 3 Pachuca | Melhores momentos | Quartas de final | Intercontinental de Clubes (https://ge.globo.com/futebol/mundial-de-clubes/video/botafogo-0-x-3-pachuca-melhores-momentos-quartas-de-final-intercontinental-de-clubes-13176351.ghtml)



Outro fator determinante na decisão do treinador é a distância da família. Ele tem três filhos, um deles também chamado Artur Jorge - jogador de futebol do Farense, em Portugal -, Bárbara e Maria. Vivendo no Brasil, o técnico precisa pegar um voo de 10 horas de ver os familiares.


Os últimos oito meses foram duros neste sentido, e é preciso convencer o treinador de que vale a pena continuar distante, abrindo mão da convivência familiar, algo que ele sempre prezou quando morava em Braga.


Entre pessoas próximas ao treinador, existe o temor de que a pressão extracampo volte a subir em caso de algum insucesso no começo de 2025, que será mais uma temporada desgastante em termos de calendário e com provável perda de jogadores importantes.

Artur Jorge - Botafogo x Pachuca — Foto: Vitor Silva/Botafogo



John Textor afirmou após a conquista do Campeonato Brasileiro que terá uma reunião "cara a cara" com Artur Jorge para tomar a decisão após a Copa Intercontinental. A ideia era de que essa conversa ocorresse ainda em Doha, mas os planos mudaram com a queda precoce no Mundial.


O empresário norte-americano não assistiu ao jogo contra o Pachuca e chegaria ao Catar para a partida contra o Al-Ahly, no sábado, mas, com a derrota alvinegra, cancelou a viagem. Textor vai conversar com Artur esta semana. O desejo do dono da SAF Alvinegra é ficar com o treinador para os próximos anos, mas sem fazer loucuras financeiras.


Por outro lado, o português entende que merece uma valorização à altura do que entregou ao clube, chegando ao Brasil com status de "aposta" e terminando o ano como um técnico que colocou o time na prateleira dos melhores do mundo, apesar do tropeço no Intercontinental.


Em caso de saída do treinador campeão nacional e continental, a tendência é que o Botafogo busque um novo nome fora do Brasil, especialmente em Portugal. Há mais confiança internamente nesses profissionais.


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Fonte: Por Giba Perez, Jéssica Maldonado e Sergio Santana — Rio de Janeiro