Time, que tem números piores sem o volante, pode ser escalado com um
jogador mais defensivo ou ser montado com esquema altamente ofensivo
Uma torção no tornozelo ainda no primeiro tempo da semifinal da Taça Rio
contra o Bangu causou um dilema no Botafogo. O jogador que saiu machucado de
campo foiRenato, considerado pelos especialistas sem um substituto com as
mesmas características no elenco alvinegro. Por isso, enquanto espera que seu
camisa 8 melhore, o técnico Oswaldo de Oliveira pensa na melhor maneira de
montar sua equipe sem ele. Pode optar por colocar Lucas Zen na função e, com
isso, ter um jogador com características mais defensivas do que o titular, ou
utilizar a mesma tática empregada contra o time de Moça Bonita: recuar Fellype
Gabriel e colocar Maicosuel. Nesse contexto, teria uma equipe ofensiva, com
quatro meias de origem.
Renato conta com o carinho dos torcedores na recuperação (Foto: André Casado / Globoesporte.com) |
Após a partida, Oswaldo despistou e disse que ainda vai pensar no melhor
esquema. Mas deve mesmo levar a dúvida até a véspera do jogo, já que aguardará
até o último instante para saber se poderá contar com o volante mais experiente
do grupo, que não foi desfalque em 2012 ainda.
Na verdade, desde que chegou ao Botafogo, no meio do ano passado, Renato
quase não saiu mesmo da lista de relacionados. Em apenas cinco jogos o camisa 8
não esteve em campo. Neles, o time obteve duas vitórias, um empate e duas
derrotas. O aproveitamento de 46,6% é inferior aos 56,4% com ele: o Glorioso
venceu 23 jogos, empatou 14 e perdeu apenas 12.
- O Botafogo não tem substituto para o Renato no elenco. Ele fecha o
meio de campo com o Marcelo Mattos. Mesmo sem ter tanta pegada na marcação, ele
tem qualidade no passe para sair jogando. Sem ele, o time perde em organização,
em tranquilidade, já afunila mais com jogadas individuais do Elkeson,
Maicosuel. Com o Renato, o jogo fica mais pensado. Contra o Bangu, funcionou
com o Fellype Gabriel, mas as chances do Oswaldo repetir a formação são
pequenas. A opção deve ser o Lucas Zen, que não vai fazer nem de perto o que
faz o Renato. Falta um jogador com as mesmas características no elenco. Se
houvesse um, mesmo que com menos qualidade, o desfalque seria menos sentido. Se
for Marcelo Mattos e Zen, o time ganha em marcação, mas perde qualidade no
meio. Ficaria mais quadradão, com praticamente dois primeiros volantes, já que
o Mattos não assume a função do Renato - analisou o comentarista Raphael
Rezende.
Sem
Renato, que ficou fora de só cinco partidas em quase um ano, o aproveitamento é
baixo: 46,6%. Com o volante em campo, já sobe para 56,4%. Na temporada, ele não
saiu da equipe, a exemplo do goleiro Jefferson e do zagueiro Fábio Ferreira
apenas
Opinião parecida tem o também comentarista André Loffredo. Para ele,
Oswaldo não tem um substituto que faça as mesmas funções que Renato e, por
isso, o desfalque do volante seria uma perda considerável para decisão.
- Vejo no Renato técnica, liderança e experiência. Ele chama a bola o
tempo inteiro, sai para o jogo, é bom no primeiro passe. Considero a dupla de
volantes Marcelo Mattos e Renato uma das melhores do Brasil. O Botafogo tem
jogadores mais jovens, e pode pesar perder a experiência do Renato. Por mais
que o Bangu tivesse crescido, é diferente usar uma formação dessa (com Maicosuel
no lugar de Renato) no clássico, e ainda desde o início. Se não me engano, o
Lucas Zen não estava nem no banco na semifinal (ficaram os mais jovens Gabriel
e Jadson). Ou seja, o Oswaldo não tinha peça defensiva - salientou Loffredo,
complementando em seguida.
- Foi uma decisão muito mais por falta de opção. Com o Lucas Zen, não mudaria muito taticamente a equipe. Até tenho visto que o Oswaldo acaba trocando as peças sem mexer muito no esquema. Faz diferença na qualidade técnica. O Lucas não apresentou ainda tanta qualidade para que a torcida pudesse acreditar nele, ainda falta experiência. Ele tem muito empenho na função de marcação, tem alguma qualidade na saída de bola, mas precisa desenvolver muito ainda. Com o Maicosuel já mudaria o sistema tático. Ele precisaria de um empenho maior do Fellype Gabriel na marcação, do Maicosuel fechando os lados do campo, além de que a marcação terá que começar mais na frente para suprir a falta de pegada de um volante. E o Loco não vai começar marcando.
- Foi uma decisão muito mais por falta de opção. Com o Lucas Zen, não mudaria muito taticamente a equipe. Até tenho visto que o Oswaldo acaba trocando as peças sem mexer muito no esquema. Faz diferença na qualidade técnica. O Lucas não apresentou ainda tanta qualidade para que a torcida pudesse acreditar nele, ainda falta experiência. Ele tem muito empenho na função de marcação, tem alguma qualidade na saída de bola, mas precisa desenvolver muito ainda. Com o Maicosuel já mudaria o sistema tático. Ele precisaria de um empenho maior do Fellype Gabriel na marcação, do Maicosuel fechando os lados do campo, além de que a marcação terá que começar mais na frente para suprir a falta de pegada de um volante. E o Loco não vai começar marcando.
Apostas diferentes
Fellype Gabriel pode ser improvisado na função de Renato (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com) |
Embora concordem na análise do time e na falta que Renato pode fazer,
André Loffredo e Raphael Rezende discordam sobre o melhor esquema a ser adotado
para a final contra o Vasco, com o volante fora.
- Eu faria o que o Oswaldo fez contra o Bangu. Tentaria com o Fellype
Gabriel, quem sabe segurando um pouco mais o Andrezinho, deixando o Maicosuel e
o Elkeson abertos. Fellype voltou muito bem taticamente. Se conseguir manter a
posse de bola, não tem problema o Fellype não marcar tão forte - disse Rezende.
- Para esse tipo de jogo, o Lucas Zen seria o substituto, a princípio,
mais indicado. Tem a responsabilidade de não começar tão exposto, poderia ser
um risco. Depois, durante a partida, a substituição com o Maicosuel poderia até
ser utilizada - aponta Loffredo.
Vasco e Botafogo se enfrentam no próximo domingo, no Engenhão. O jogo
será disputado a partir das 16h (horário de Brasília) e vale vaga na decisão do
estadual, contra o Fluminense.
Por Thiago Fernandes e Thiago Lima/GE
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