Oswaldo de Oliveira conversa com Maicosuel em treino do Botafogo Foto: Jorge William / O Globo |
RIO — Sem saber que minutos antes o próprio Renato
confirmara sua ausência enquanto cruzava os corredores do Engenhão com o
tornozelo inchado à mostra, na sala de entrevistas Oswaldo de Oliveira mantinha
no ar a dúvida sobre a participação do volante diante do Vasco. A passagem do
tempo, dizia, ensinara-lhe a lidar melhor com as ansiedades. Renato não é a
chave do mistério alvinegro para a decisão da Taça Rio, tampouco Fellype
Gabriel. Se há uma questão ainda implícita, é onde este jogará, o que vai
depender da escolha do técnico do Botafogo entre o novato Jádson e Maicosuel.
Oswaldo não deu mais
do que uma pista sobre qual pode ser sua opção. Em determinado momento do
treino, chamou Fellype, Elkeson, Andrezinho e Maicosuel para conversar. No
início da semana, Fellype já havia treinado como segundo volante, posição em
que terminou a semifinal contra o Bangu. Mas, assim como fez Cristóvão na
semana da semifinal contra o Flamengo, em que testou Juninho ao lado de Felipe
e entrou em campo com Fellipe Bastos, nada impede que a formação titular seja a
surpresa de última hora.
— Não confirmo, não —
respondeu Oswaldo, à pergunta se Fellype Gabriel formaria a dupla de volantes
com Marcelo Mattos. — Estou preparando o time ainda, tenho a possibilidade do
Jádson, que estreou muito bem contra o Boavista. Amanhã (neste sábado),
possivelmente, sai a confirmação.
Se não trata a
questão como a solução de seus problemas, Oswaldo também evita dar armas para
Cristóvão Borges. Apesar da larga experiência e do currículo recheado de
títulos em comparação com o rival, em início de carreira, para o técnico
alvinegro a importância do momento ajuda a diluir diferenças.
— Só tem uma
diferença entre mim e o Cristóvão: ele jogava muito — brincou. —Vi jogos em que
o Vasco passou por momentos ruins e deu a volta por cima. Ele faz manobras de
jogo com autoridade.
Para Loco Abreu, a
falta de Renato é um fato que deve ser tratado com pragmatismo:
— Ele é um jogador
titular, experiente, com uma ótima leitura do jogo, mas temos que nos preocupar
em não transformar a ausência dele em algo importante. Seja quem for o
escolhido, temos que fazer suas características darem certo, pois o meio-campo
é onde se ganha o jogo.
Novo cobrador de pênaltis
Embora nunca tenha
deixado de ser uma liderança, o capitão precisou de um trabalho especial de
recondicionamento físico para retomar a condição de artilheiro. Após os três
gols contra o Bangu, a final da Taça Rio contra o Vasco é uma espécie de
primeiro passo rumo a duas conquistas para Abreu: a do estadual e da condição
de cobrador oficial de pênaltis, já que, nas entrelinhas, Oswaldo disse que, ao
menos nos 90 minutos, a tarefa de cobrar as penalidades caberá a outro.
Andrezinho é o favorito para assumir o posto.
— O cobrador já foi
determinado, mas as circunstâncias do jogo podem causar mudanças — afirmou
Oswaldo. Nesse caso, se Herrera estiver em campo, será o cobrador.
Nesta sexta-feira,
Jóbson, Lucas Zen e Fábio Ferreira ficaram na academia, mas apenas o primeiro é
problema. Jóbson voltou a sentir dores musculares e deixou de ter presença
certa no banco. Oswaldo tem planos de usá-lo assim que entrar em forma. Só não
quis falar do holandês Seedorf, embora tenha confirmado que o meia do Milan,
que recebeu proposta oficial do Botafogo no ano passado, faz parte de um
projeto de marketing do clube. Antes de planejar o futuro, o técnico só tem
olhos para o presente, e nada melhor do que conquistar um inédito título em
casa.
—Nossa campanha
precisa de um encerramento com chave de ouro. Temos de vencer no domingo e
depois mais duas vezes o Fluminense — lembrou. — A concentração dos jogadores
me faz acreditar num grande jogo domingo.
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