Fernanda Maia, a gandulete botafófis, é um dos grandes estímulos do time para as Guerras da Estrela |
Falei
esses dias com o Jesse, meu botafoguense de referência: sujeito pacato,
simpático, boa-praça. Nem perguntei a respeito dos 4 a 1 no primeiro jogo da
final do Estadual – não queria incomodá-lo. Jesse é um alvinegro típico,
supersticioso, daqueles que só comemoram quando a volta olímpica termina, para
não dar azar.
Eis que,
de repente, ele desatou do peito a esperança dos que acreditam em
milagres: ”Bicho, tô com um sentimento bom pra domingo…”
O raro
otimismo me provou que, de fato, o Botafogo vive momento diferente em sua
história recente. É o time da moda, o clube mais simpático do Brasil.
Fale a
verdade: se Neymar é o maior craque em território nacional, haverá jogador no
Brasil mais legal do que Loco Abreu? Reserva da valorosa seleção uruguaia,
verdadeiro vingador alvinegro com nome de vilão, Loki Abreu (o deus do Fogo)
inflama a torcida toda vez que mete gols, dá entrevistas ou se arrisca a bater
pênaltis.
Não é
craque, é ídolo: mas, para um torcedor, ídolo > craque. Talvez Loco seja o
grande torcedor em campo no país.
A onda
não se limita às quatro linhas. O Botafogo é também um revelador de musas
botafófis à beira do gramado. Depois de Sonja, que chorou sem posar na
conquista de 1989, a gandula Fernanda Maia desponta taticamente, fazendo
ligação direta na reposição de bola em campo e assumindo-se periguete. Os
tempos alvinegros não são mais de humildade.
Se no ano
passado o Engenhão teve Paul McCartney, neste ano será John Lennon, ex-Vila
Nova, quem brilhará na lateral-direita. Imagine.
Por fim,
na alta sociedade e na influência política, o Botafogo que já tinha o
bilionário Eike Batista descobriu que tinha Carlinhos Cachoeira como
torcedor. Contraventor e empresário, poderia ser o sucessor de Emil
Pinheiro (1923-2001): tinha contatos com o ídolo Túlio Maravilha e falava com torcedores
históricos sobre um sonho: a vinda de Lionel Messi.
No
entanto, mais próximo, segundo o clube, está o meia holandês Clarense Seerdof,
que não foi pré-convocado pela Holanda para a Eurocopa, o que pode ser outra
vantagem: não seria desfalque no Brasileiro como foram, na Copa América do ano
passado, o atacante Loco e o proparoxítono Arévalo.
Esse
Botafogo que faz sonhar terá de travar duas guerras: avançar na Copa do Brasil
nesta quarta contra o Vitória e aí, em chamas, tentar reverter os 4 a 1
impostos pelo Fluminense no domingo dia 13.
Mesmo depois da goleada, o
sentimento é bom. O Grande Engenho ainda pode arder.
Por Márvio dos Anjos/GE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sempre bem vindo. Participe com suas opiniões!