Veio a série de vitórias tão esperada. Mas... e o futebol?
================================================== Os mais otimistas dirão que estamos no caminho. Os mais pragmáticos, que o que importa é estarmos vencendo. Mas os observadores estão, imagino, tal qual um espectador daqueles filmes que mantém-se intrincados de mistérios mesmo quando já se passara 3/4 de sua extensão. E sabem que o final pode pender pra qualquer lado.
=================================================== Fosse o nosso time uma estória mais linear, com mocinhos sendo sempre mocinhos e demais pormenores em seus devidos lugares, já teríamos uma idéia do que poderia acontecer. Mas não sabemos. Não fazemos idéia de como será o próximo jogo, não sabemos onde desta vez o Seedorf atuará, qual será a zona de ação do Andrezinho e por aí vai. E sabem qual o motivo disso? A desorganização. Não é bagunça organizada, como muitos falam, é bagunça bagunçada mesmo. E essa, pasmem, é o desejo do seu comandante. Sim, aquele que deveria organizar a casa quer ela assim. Pensando que esse efeito pode causar confusão no adversário, nosso técnico se esquece que provoca também um efeito deletério: a confusão se estende aos seus comandados.
================================================== O resultado é o que se tem visto: momentos envolventes e até mágicos, quando as peças se encaixam em algumas estocadas. Mas um efeito global de irregularidade. E não falo ao longo do campeonato; o time oscila muito dentro dos jogos. Somos, nos momentos de baixa, facilmente subjugados por adversários de menor porte e os fazemos parecer maiores do que são. E os maus momentos são tão maus que são capazes de botar a perder o que se construiu nos outros positivos. Não tivéssemos tido sorte no jogo passado, hoje estaríamos às voltas (e revoltas) com os problemas do time, técnico, diretoria e tudo o mais que se colocasse no caminho de nossa ira. É bem verdade que o contrário é também verdadeiro, motivo pelo qual somos o time da virada no BR-12.
================================================== A cartilha do futebol manda que a repetição e a criação de padrões são chaves para um bom funcionamento da engrenagem, coisa que não há nesse Botafogo. Essa equipe prefere contrariar tais leis, pensando que elas não são assim tão fundamentais. Desse modo, ficamos dependentes (e torcedores sôfregos) que nossos personagens sejam mais Médicos do que Monstros - ou que o roteirista seja benevolente conosco - a cada jogo. E o final? Só sabemos quando a projeção atinge seu trecho terminal. Por vezes, nem assim; somos obrigados, em certas ocasiões, a esperar o desenrolar dos créditos para ter a certeza de que o vilão morreu e não voltará para atormentar o mocinho, e sentirmos alívio ao constatar que ele está livre da ameaça. Pelo menos por essa película.
O AMOR É TÃO GRANDE QUE, NUM ARROUBO DE INSENSATEZ E IMPETUOSIDADE, ME PERMITO PARAFRASEAR UM DOS NOSSOS MESTRES: O BOTAFOGUENSE É, ANTES DE TUDO, UM FORTE.
Por markcobain em Furun Canal Botafogo
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