Páginas

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Sem Seedorf, mas com brilho de Vitinho, Bota vence o Galo por 4 a 2


Jovem tem atuação destacada e deixa o sua marca na vitória do Glorioso. Gol no fim mantém esperança do Galo de ir às quartas da Copa do Brasil


o personagem

Vitinho
Com participação em três dos gols e tendo feito ele mesmo o quarto, em belo chute de fora, a revelação do Botafogo assume papel de protagonista no time.

iluminado

Guilherme
O atacante entrou no segundo tempo e, aos 44, bateu na saída de Jefferson para marcar. O gol tornou a missão do Galo menos ingrata para o jogo de volta.

maestro

Lodeiro
Na ausência de Seedorf, o uruguaio chamou para si o comando do time do Botafogo. Além de ter feito um belo gol, foi eficaz durante todo jogo.

O Botafogo mostrou que, apesar da liderança de Seedorf, hoje possui um time com padrão de jogo capaz de falar por si. Sem o holandês, que ficou fora com dores no joelho, mas liderado por grande atuação do discípulo Vitinho, o Alvinegro venceu o Atlético-MG por 4 a 2, no Maracanã, de virada, e conquistou boa vantagem nas oitavas de final da Copa do Brasil. Motivo de festa para a maioria dos 16.153 torcedores (com renda de R$ 668.975,00) que pagaram ingresso na noite desta quinta-feira e aplaudiram a jovem estrela da companhia, com direito a gritos de "olé".

Vitinho coroou uma grande noite com um gol, o quarto, mas fez bem mais: movimentou-se muito, passou boa parte do tempo com a bola nos pés e teve participação nas jogadas dos outros três gols, marcados por Lodeiro, Leonardo Silva (contra, após cruzamento de Lodeiro) e Rafael Marques. Para o Galo, fizeram Marcos Rocha e Guilherme, este último já no finzinho, gol que mantém o Galo com chances palpáveis no confronto. Seedorf, que assistiu à partida da tribuna, já não havia jogado no primeiro encontro entre os times nesta temporada, no dia 7 de agosto, pela 12ª rodada do Brasileiro. Na ocasião o Glorioso também atuou bem e sofreu um gol de empate (2 a 2) no último lance da partida disputada no Independência. Lodeiro também deixou sua marca em Minas Gerais.

O Botafogo agora pode até perder por um gol de diferença na partida de volta, na próxima quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), no estádio Independência, em Belo Horizonte, que garante a classificação para as quartas de final. Ao Galo resta a missão de vencer por dois gols para buscar a vaga. O vencedor desta série pega o time que passar do confronto entre Flamengo e Cruzeiro.

Destaque da partida, Vitinho não deixou de lembrar de Seedorf e ressaltou a importância do mentor em seu amadurecimento como jogador.

- Seedorf não pode jogar, não está se sentindo bem. Mas ele tem participação em tudo que está acontecendo na minha vida. O time está de parabéns pela partida que fez hoje, pela determinação. Tive a oportunidade de finalizar no gol e acertar um belo chute.

Ronaldinho admitiu que o resultado não foi bom, mas destacou os gols fora de casa para manter a esperança em uma virada do Galo, como tem sido a característica do time na temporada, em especial na campanha do título da Taça Libertadores.

- Tem que ser (com sacrifício), como foi em toda a nossa campanha da Libertadores. Não foi um bom resultado, mas fizemos dois gols fora de casa, e isso é importante na Copa do Brasil. Vamos entrar no Horto para fazer dois e tentar a classificação.

No fim de semana, os times voltam, a atuar pelo Campeonato Brasileiro. No domingo, o Botafogo visita o Atlético-PR no estádio Durival de Brito, às 18h30m (de Brasília), enquanto o Galo recebe a Portuguesa no Independência, às 16h (de Brasília).

Vitinho e Lodeiro comemoram um dos gols do Botafogo contra o Galo (Foto: Guito Moreto / O Globo)
Galo começa melhor, e Bota se recupera

A etapa inicial se dividiu em duas partes. No início, um Galo mais ligado, bem coordenado na marcação, para a roubada de boa e saída veloz nos contra-ataques. O Botafogo era o oposto. Ainda tentava descobrir como jogar sem seu coordenador holandês. A marcação sobre Ronaldinho não chegava a ser individual, mas tinha Gabriel quase o tempo todo por perto. Mas os espaços entre os zagueiros e o meio-campo estavam lá para os outros atleticanos aproveitarem. O primeiro aviso veio na arrancada de Fernandinho, desde o grande círculo, que por pouco não entrou. Na próxima, o contra-ataque mortal do Atlético-MG parou no fundo da rede de Jefferson. De Luan para Ronaldinho, e um tapa de primeira para Marcos Rocha. O lateral bateu rasteiro, na saída de Jefferson, e correu para o abraço.

O golpe parece ter acordado o Botafogo. Subitamente, a marcação avançou, e a lentidão foi substituída por uma movimentação mais intensa no ataque. O atacante Alex, que substituiu Seedorf, tentava fazer o pivô na frente da área, e Rafael Marques e Vitinho mudavam de lado constantemente. Com a chegada de Lodeiro, que assumiu a função de organizador que normalmente fica com o holandês, o Botafogo chegou ao empate. Um belo chute do uruguaio após troca de passes, colocado, não deu chances ao arqueiro Victor. A pequena torcida presente ao Maracanã se animou, e o time também. No minuto seguinte, Vitinho quase virou em chute rasteiro. O Galo seguia com a estratégia do contragolpe, e se Luan não errasse o último passe, Ronaldinho teria deixado o seu.

Dois gols em dez minutos

Ronaldinho Gaúcho recebe o combate de Marcelo Mattos (Foto: Guito Moreto / O Globo)
Ajudou muito na estratégia do Botafogo que o segundo gol tenha saído logo no início da segunda etapa. Vitinho conseguiu grande virada de bola para Lodeiro, que na lateral bateu rasteiro para dentro da área. Leonardo Silva tentou cortar e colocou para dentro. Cheio de confiança, o time de Oswaldo de Oliveira foi para cima em busca de ampliar a vantagem. Mais uma vez a jogada começou pelos pés de Vitinho, e Rafael Marques chutou colocado. A bola ainda bateu em Junior Cesar antes de entrar. Em dez minutos, o Botafogo tomou o controle da partida e colocou o Galo em situação complicada, mesmo para o jogo de volta.

Até por isso, o técnico Cuca saiu em busca de mais um gol, que atenuasse a desvantagem mineira. Colocou Guilherme no lugar de Josué e Neto Berola na vaga de Fernandinho. O Galo aumentou seu volume de jogo e passou a se aproximar perigosamente da área do goleiro Jefferson. O Botafogo, por sua vez, seguia apostanto na coletividade. Melhor exemplo foi a jogada ensaiada em cobrança de falta, que colocou Rafael Marques na cara de Victor. Desta vez, o goleiro pegou. No entanto, ele não conseguiu evitar o quarto gol um pouco mais tarde, em chute preciso de Vitinho da entrada da área. O Galo parecia abatido, mas conseguiu forças para arrancar mais um gol fora de casa, com Guilherme, que recebeu livre na área e tocou fora do alcance de Jefferson. O tento reacendeu a esperança de chegar às quartas de final, embora a vantagem seja toda do Botafogo na próxima quarta-feira.

Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sempre bem vindo. Participe com suas opiniões!