Sérgio Landau elogiou parceria com grupo gestor, mas diz que Glorioso quer participar mais de receitas de outros setores do estádio. Reunião entre as partes já na semana que vem
Sérgio Landau quer mudanças em acordo (Foto: Satiro Sodre/AGIF) |
O tom não é ameaçador, mas o diretor-executivo do Botafogo, Sérgio Landau, revelou que o clube e a concessionária que administra o Maracanã iniciarão uma revisão do contrato firmado entre as partes. Ao L!Net, o dirigente indicou que há necessidade de maior participação do Glorioso em outros setores do estádio.
Landau também deixou claro que os clubes têm de ser mais efetivos na venda de ingressos e no controle de acesso. O diretor defendeu o diálogo como a melhor saída para o caso, mas pediu mais abertura por parte da concessionária.
– Às vezes eles se fecham como ostras – disse Sérgio Landau.
Leia a íntegra da entrevista.
Que avaliação que pode ser feita do início da relação entre Botafogo e Maracanã S.A?
Dentro das circunstâncias de perda momentânea do Engenhão, entendemos que fizemos um contrato interessante (de 35 anos). Temos uma parte do estádio e custos associados a estes 43 mil lugares. Não obstante termos este contrato, Botafogo e Maracanã já iniciam uma discussão para ver se conseguem ajustar o acordo. Os ajustes seriam em relação à melhoria do conceito, queremos tornar firme a relação dos torcedores com o estádio. Hoje, o torcedor sabe que um pedaço é de um, enquanto um é de outro. Entendemos que não é positivo, precisamos alinhar interesses. Estamos discutindo uma reformulação, começaremos as conversas a partir de semana que vem.
Este novo alinhamento passaria por quais pontos?
Temos um contrato que entendemos ser muito bom. Por outro lado, entendemos que a identidade do torcedor com o estádio tem de crescer. A maneira de crescer é acabar com as áreas cativas do clube e da concessionária. Propusemos dar início a uma discussão de como reestruturar o contrato.
Flamengo sinalizou que os clubes deveriam ser mais efetivos na gestão. Como o Botafogo vê a questão?
Acho que a observação do Flamengo faz sentido, principalmente quando diz respeito às operações que são de responsabilidade dos clubes, como venda de ingressos e controle de acesso. Descobri neste domingo que a venda na internet foi suspensa às 11 horas, o que não pode acontecer. Se o Botafogo tiver gerência neste processo, não vamos permitir que aconteça. Quando esta operação se distancia do clube, prejudica o clube e o espetáculo. Queremos dizer que o Botafogo entende que a aproximação cada vez maior com o Maracanã S.A só tende a melhorar, seja no aspecto comercial ou no operacional.
O Botafogo entende que a concessão do estádio é um bom caminho ou o ideal seria que o Maracanã voltasse para o governo?
Sobre os clubes, acho que se o concessionário se abrir mais e escutar mais, para que a gente discuta melhor a operação, isso melhora e resolve a questão. Se o modelo for voltar para as mãos do governo, é um julgamento mais do estado, pois eles teriam de assumir custos. Insisto que a aproximação da operação da concessionária com os clubes é saudável.
Vocês têm encontrado barreiras para ampliar o diálogo?
O relacionamento com a concessionária tem sido positivo, mas entendemos que às vezes a concessionária se fecha que nem ostra, não conseguimos discutir certos detalhes. Mas os contatos são amigáveis, o Borba (João, presidente do Maracanã S.A) tem sido uma pessoa muito carinhosa.
Quais os pontos mais importantes na discussão do contrato?
O modelo tem de estar melhor para as duas partes. Temos de tentar entender como a gente transforma este modelo que cria um apartheid no estádio. Achamos que o clube tem de participar um pouquinho mais das outras modelagens de receitas. Eles ganharam uma licitação, mas o conteúdo do estádio é a torcida. E temos de melhorar muito a questão operacional, o nosso cliente está reclamando por melhorias.
Leo Burlá - (RJ) LANCENET!
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