Juninho entra no segundo tempo e é o garçom que faz cruz-maltinos trocarem de posição com Criciúma no Z-4. Bota se mantém em 4º
Como reage um time que precisa desesperadamente da vitória na briga para não cair, e, logo de cara, sofre dois gols em seis minutos com duas falhas do goleiro? Como reage o outro time, que ganha dois presentes inesperados e, na briga para recuperar a vice-liderança do Brasileirão, ainda tem de administrar uma outra competição paralela - a Copa do Brasil -, onde terá pela frente, numa rodada de mata-mata no meio da semana, um dos maiores rivais? O Botafogo começou na frente e parecia soberano na partida. A vantagem acabou lhe fazendo mal. Os gols de Dankler e Lodeiro deram tranquilidade demais. No segundo tempo, os cruz-maltinos entraram com sangue nos olhos e um Juninho descansado e decisivo. Ele foi o garçom para os gols da reação, marcados por Jomar e Pedro Ken. O empate por 2 a 2, que por pouco não foi uma virada, pois o goleiro Jefferson salvou cobrança de falta do Reizinho aos 48 minutos, mostrou que o futebol sempre é capaz de proporcionar jogos emocionantes e surpreendentes como o deste domingo, no Maracanã.
Pena que, para um clássico, o público de 15.152 presentes e 9.795 pagantes para uma renda de R$ 518.430,00 tenha sido, de certa forma, decepcionante. O Vasco, com uma semana conturbada, em que torcedores invadiram São Januário para cobrar melhores resultados do time, chegou aos 33 pontos ganhos e trocou de posição com o Criciúma na tabela - não saiu da zona de rebaixamento, mas agora está em 17º lugar.
O Botafogo, com 50 pontos, se manteve na quarta posição. Na 31ª rodada, receberá o Atlético-MG, no próximo sábado, no Maracanã, depois da partida contra o Flamengo, pelas quartas da Copa do Brasil. O Vasco irá no domingo ao Moisés Lucarelli encarar a Ponte Preta, em Campinas, num jogo em que ambos brigam por melhores posição para sair da zona de rebaixamento. Mas antes joga também suas fichas nas quattas da Copa do Brasil contra o Goiás, quinta, no Maracanã, e precisa inverter a diferença do Esmeraldino, que venceu a primeira em casa por 2 a 1. Destaque da partida, Juninho analisou a situação.
- Valeu pela reação, mas matematicamente nossa situação é delicadíssima. O nosso time tem de ganhar na quinta na Copa do Brasil, para ganhar moral e fazer um grande jogo contra a Ponte Preta no domingo.
Do lado alvinegro, o lateral-direito Edílson, sempre perigoso nas suas investidas ao ataque, considerou o resultado bom, apesar da reação do Vasco no fim, e mostrou que o time já está com a cabeça na Copa do Brasil.
- Nosso time mudou muito para esse jogo, o Oswaldo confiou na garotada e eles deram uma resposta boa. Fizeram um bom primeiro tempo, o segundo foi legal também. Infelizmente levamos dois gols de bola parada. Agora é esquecer o Brasileiro e pensar só no Flamengo.
Pedro Ken aproveita passe de Juninho, empata para o Vasco e comemora com reservas (Foto: André Durão) |
Vantagem fácil
Logo no primeiro minuto de jogo o torcedor vascaíno recebeu uma ducha gelada. O do Botafogo só viu aumentar a confiança. Num escanteio pela direita, o goleiro Diogo Silva saiu. Em vez de dar um soco com força na bola, deu um tapinha para trás. Dankler dominou e bateu para o fundo da rede. Mas o pior ainda estava por vir. Quando o Vasco tentava se recompor, num contra-ataque alvinegro em que a defesa cruz-maltina mostrava já os seus buracos, Lodeiro dominou e arriscou de fora da área. Diogo Silva, mais nervoso do que nunca, bateu roupa. O mesmo Lodeiro ainda chegou na frente da zaga adversária para concluir com êxito a jogada: com 2 a 0 em seis minutos, a torcida alvinegra era só alegria no Maracanã. A do Vasco não escondia a decepção.
Dankler, camisa 6, vibra com o gol marcado, o primeiro do Botafogo (Foto: André Durão) |
Mas o Vasco chegou a encaixar um pouco o jogo na metade do primeiro tempo. Cris teve duas chances de diminuir - na primeira, o goleiro Jefferson fez grande defesa na cabeçada do zagueiro. Mas o time deixava muitos buracos, que o Alvinegro tentava aproveitar. Principalmente o lateral Edílson, que se aproveitava da fraca marcação de Yotún e subia com desenvoltura para seus cruzamentos sempre perigosos. E foi assim, até o fim da primeira etapa, que os alvinegros administraram a vantagem. Mas o terceiro gol não saiu. E fez falta.
Juninho e a reação vascaína
Dorival Junior trocou Fillipe Souto e Montoya por Juninho e Thales. O Reizinho, poupado no primeiro tempo, era a referência da qual o time precisava. E a torcida cruz-maltina empurrou, acreditando na reação. O veterano demorou oito minutos para devolver a equipe ao jogo. Numa cobrança de escanteio, mandou a bola na cabeça de Jomar, que subiu para cumprimentar Jefferson: gol do Vasco, primeiro do zagueiro no clube.
O clima no Maracanã mudou completamente. Otávio, calmo no primeiro tempo, já dava sinais de nervosismo. Oswaldo não pensou duas vezes e o sacou. Entrou Renato, para dar mais experiência. O time até deu uma equilibrada no jogo e teve mais duas chances, num chute de Gegê que Diogo Silva mandou para escanteio. Na cobrança, Hyuri chegou um segundo atrasado para escorar.
Jefferson voa para salvar gol de Juninho em cobrança de falta no fim: empate garantido (Foto: André Durão |
Mas o segundo tempo era do Vasco.. E de Juninho. O camisa 8 fez o time recuperar a confiança. Àquela altura, todos cresceram na partida. E numa bela jogada, aos 22, mandou na medida para Pedro Ken entrar destemido e empatar, sem chance para Jefferson.
A partida ficou emocionante. Com Thales como referência na área, o Vasco encaixava melhor na frente e se organizava melhor atrás - Sandro Silva aparecia com um bom cão de guarda. O atacante obrigou Jefferson a boa defesa. E se o time tinha Juninho no comando, o Botafogo contava com Renato equilibrando do outro lado, com lindas jogadas, como a que fez embaixadinha com a cabeça e só não completou chapéu em Pedro Ken porque sofreu falta. E o goleiro Diogo Silva procurava se redimir com boas defesas, como nas do chute de Gegê e de Daniel, que entrou no fim no lugar de Hyuri. A partida ficou indefinida até os 48, quando numa cobrança de falta Juninho quase virou. Jefferson voou para salvar o ponto, e o árbitro ergueu o braço e pôs fim à tensão alvinegra. O espetáculo valeu, e muito.
Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro
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