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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Oposição cobra transparência e prevê grave crise financeira no Botafogo


Carlos Eduardo Pereira (centro, de gravata vinho) é o principal nome da oposição do Botafogo para 2014 Reprodução/Facebook

Carlos Eduardo Pereira está longe de ser um novato quando o assunto é Botafogo. Pelo contrário. Vivendo a política do clube desde a década de 80, ele virou o principal nome da oposição desde 2011, quando acabou derrotado nas urnas para o atual presidente Maurício Assumpção. Ele ainda não confirma, mas deverá ser o nome para disputar as eleições, em novembro de 2014.

Carlos Eduardo faz críticas à gestão de Maurício Assumpção, no clube desde 2009. Segundo ele, o atual presidente cometeu erros graves e indica a falta de transparência financeira como o principal deles. Além disso, ele alega que a vontade política do mandatário entrou em conflito com os interesses do Botafogo, como no caso do Engenhão.

"A divida do Botafogo é gigantesca e as receitas são pequenas. Transparência não existe. E o pior, a maiorias das receitas já foram antecipadas. O ano de 2014 será complicado demais para o Botafogo", disse ao UOL Esporte.

E Carlos Eduardo Pereira aposta que esse ponto pese contra o candidato a ser 'escolhido' pelo presidente Maurício Assumpção, que já se reelegeu uma vez e não poderá participar do pleito de acordo com o estatuto do clube. Atualmente, três nomes são estudados para concorrem à eleição pela situação: o vice-presidente geral Paulo Mendes, o ex-vice jurídico Alberto Macedo e o ex-vice financeiro Cláudio Good.

"Por isso tudo, acredito que o Paulo Mendes sofreria, caso seja o escolhido. Ele carregaria o fardo da continuidade. O Alberto já foi testado nas urnas quando perdeu para o Bebeto, em 2002. E isso é positivo para ele. O Good tem o lado financeiro [é dono de uma financeira, que empresta dinheiro para o clube em algumas oportunidades], mas ainda não foi testado nas urnas. Portanto é difícil analisar", afirmou.

Outra crítica feita por Carlos Eduardo a Maurício Assumpção é com relação ao conflito de interesse criado a partir do desejo do presidente em seguir carreira política. Ele se filiou ao PMDB, mesmo partido do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e do governador Sérgio Cabral. Segundo a oposição, isso fez com que o mandatário tivesse discurso polido e pouco eficiente.

"Tem uma confusão de política partidária com interesses do Botafogo. Maurício tem interesse numa participação na política. E atrapalhou, pois certamente não deu a desenvoltura que o clube esperava no caso do Engenhão. Deveríamos ter contratado uma empresa para defender o Botafogo e não um vice de futebol [Chico Fonseca] para acompanhar as obras. Apontar o responsável pela interdição. Se o estádio tem problemas de construção, isso é com a Prefeitura. O Botafogo está sendo prejudicado, quem deve pagar é a Prefeitura. O Botafogo está passivo nessa situação e perdendo receita", reclamou.

Por fim, Carlos Eduardo Pereira rebateu o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro, que disse que a oposição no Botafogo é fraca e praticamente inexiste. "As eleições do Botafogo começam de fato em maio, junho do ano que vem. Então ainda é cedo para firmar minha candidatura. Respeito muito o Montenegro, mas não concordo quando ele diz que a oposição do Botafogo seja fraca. Participamos da última eleição e conseguimos 30% dos votos e vaga no conselho deliberativo. Então fica claro que temos o nosso valor e sabemos disso", encerrou.


Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro

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