Na base da superação física, atacante faz gol e dá assistência, comandando reação do Alvinegro no empate em 2 a 2 com o Internacional
Emerson tem atuações apagadas há mais de seis meses. Não está com ritmo de jogo e longe de sua melhor forma física. Não faz um gol desde 31 de julho, ou 36 partidas. Todos esses conceitos foram derrubados em seus primeiros 93 minutos com a camisa do Botafogo. O empate em 2 a 2 com o Internacional, no Maracanã, mostrou um Sheik como o dos velhos tempos: gol, assistência e entrega até o esgotamento. Um jogador capaz de levantar a torcida e dar a ela a esperança de dias melhores no Alvinegro. Se na manhã do último domingo ele chamou a atenção com críticas ao técnico Mano Menezes, em entrevista ao programa Esporte Espetacular, à tarde foi a vez de atrair olhares com a bola nos pés.
Ainda em busca do melhor posicionamento em campo, consequência da falta de entrosamento com os novos companheiros, Emerson começou a partida de maneira tímida no ataque. Mas não aliviou na marcação. Tanto que quando o Botafogo perdia por 1 a 0 e já mostrava muitas falhas, o atacante foi até o campo defensivo para desarmar o lateral-direito Diogo com um carrinho que arrancou aplausos da arquibancada. Pouco depois, fez bonito na frente dando um drible por baixo das pernas de Aránguiz.
Sentindo o ombro, Emerson Sheik comemora seu primeiro gol pelo Botafogo sobre o Internacional (Foto: Ide Gomes/Agência Estado) |
O primeiro chute a gol de Emerson com a camisa do Botafogo aconteceu aos 24 minutos do primeiro tempo, sem levar muito perigo a Dida. Após alguns minutos, o Sheik voltou a incomodar o goleiro do Internacional, dessa vez ao machucá-lo numa dividida depois de receber um passe pelo alto.
O renascimento do Botafogo no segundo tempo ficou claro quando Emerson teve uma grande chance de marcar aos três minutos. Dentro da área, recebeu um cruzamento de Junior Cesar, mas errou o alvo. No entanto, naquele momento já era claro que, mesmo com limitações – principalmente no aspecto físico –, o atacante de 35 anos era o jogador mais importante do Botafogo e passaria por seus pés a reação que ali começava a ser construída.
Números da estreia de Sheik:
4 Finalizações
21 Passes certos
7 Passes errados
4 Faltas recebidas
3 Faltas cometidas
1 Desarme
Num movimento digno de centroavante, Emerson aproveitou a falta de atenção da defesa do Inter para subir de cabeça e fazer o primeiro gol do Botafogo, aos 18 minutos. Mas a comemoração ficou para depois. Mesmo com a bola na rede e a torcida explodindo na arquibancada, Sheik ficou deitado no gramado, reclamando de dores no ombro direito. Naquele momento já estava evidente seu cansaço físico e tudo o que o atacante fizesse a partir de então seria na base da superação.
Mesmo esgotado, Emerson continuou a procurar o jogo. E se já não era mais possível lançar mão das arrancadas, o momento era de ser garçom. Aos 29 minutos, ele recebeu a bola de Edílson pelo lado direito e, com extrema precisão, achou Zeballos entrando em velocidade na área. O paraguaio se esticou para empatar a partida. A primeira reação do camisa 7 foi vibrar com o banco de reservas. Em seguida, correu à linha de fundo para festejar com seu companheiro, que reclamava de cãibras.
Impedido de deixar o campo pelo fato de o técnico Vagner Mancini ter realizado as três substituições, restou a Emerson permanecer e brigar contra suas limitações físicas para tentar levar o Botafogo a uma virada que acabou por não ocorrer. Mas aquele que foi a estrela solitária do Maracanã no último domingo terminou a partida festejado por uma torcida que viu naquele camisa 7 a certeza de que o Alvinegro pode recuperar a alma e o bom futebol no Campeonato Brasileiro.
Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
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