Jefferson, em entrevista coletiva do Botafogo (Foto: Marcelo Baltar) |
- É um casamento que deu certo. Hoje, sou um torcedor do Botafogo. Eu me sinto assim nos treinos, nos jogos... Nas ruas, o carinho é sensacional.
Durante o reencontro, Jefferson admitiu que teve proposta do Santos, mas garantiu que nunca ter pensado deixar o Botafogo. O goleiro disse que todo o impasse poderia ter sido resolvido no fim do ano passado e reiterou seu desejo de encerrar a carreira no clube.
- Chegaram algumas propostas. Teve o interesse do Santos. Mas a diretoria do Santos foi respeitosa e entendeu a minha decisão. Sempre tive o Botafogo como prioridade. Nunca pensei deixar o clube, já que tinha contrato até o fim do ano. Tenho o pensamento de encerrar a carreira no Botafogo.
Além do carinho pelo torcedor, Jefferson ainda colocou sua renovação de contrato até 2017 nas contas da nova diretoria e do técnico René Simões.
- Depois que eu vi que as pessoas são sérias, têm caráter e são profissionais, tomei a minha decisão. O René também foi um cara fundamental. Tivemos três ligações e é um cara que estou admirando muito. Ele me disse que está chamando jogadores que estão querendo vencer. Jogadores que vão vestir a camisa.
Único remanescente da campanha do Botafogo na Série B em 2003, o goleiro garantiu saber o tamanho da responsabilidade do grupo e frisou que todos no clube devem estar prontos para assumi-la.
- Sabemos que a Série B é diferente. Nesse ano, a responsabilidade aumenta. Sei do tamanho da minha responsabilidade, mas cada um aqui vai ter que assumir a sua.
CONFIRA A ÍNTEGRA DA COLETIVA
Desejo de ficar no Botafogo
Só vou ratificar o que tinha falado. Minha intenção sempre foi de permanecer, conquistar títulos e fazer história. Tenho a meta de chegar a 500 jogos, não para passar o Manga ou ninguém, é uma meta pessoal. É um clube pelo qual tenho total carinho e sempre deixei claro que queria ficar no Botafogo. Muita gente falou que eu poderia sair na Justiça. Mas nunca pensei em fazer isso. Não é minha conduta. Sempre prezei a conversa para chegar a um acordo. Depois que conversamos a coisa foi normalizada.
Confiança em boa temporada
Sempre quis ficar e encerrar a carreira aqui. Aconteceram coisas no passado que me deixaram triste. Mas sou grato ao clube. Jogar Série B, Série A... é o Botafogo. Torcida agora vai agora estar mais com a gente. Botafogo é grande e vai estar somente de passagem pela Série B. Ano que vem vai estar na Série A.
Outras propostas
Chegaram algumas propostas, houve o interesse do Santos, que foi respeitoso porque entendeu minha decisão e em nenhum momento passou à frente do Botafogo. Esperou definir minha situação, mas eu sempre tive o Botafogo como prioridade. Se logo que acabasse o Brasileiro eu sentasse com a diretoria, teria sido mais simples. Mas o mês de dezembro foi corrido para todos. Entendi a situação da diretoria. Situação do Botafogo é delicada, ela estava há poucos dias no Botafogo e não podia dar uma resposta concreta. Eu queria passar as férias mais tranquilo, mas não fiquei chateado. Agradeço à diretoria, porque foi uma decisão louvável.
Jefferson realiza exames médicos (Foto: Reprodução / Instagram) |
É um começo com novos jogadores, tentamos quebrar o gelo. São jogadores que chegam para ajudar. São jogadores com experiência e juventude. Esperamos nos entrosar rápido e buscar as vitórias. Tem que entender a competição. Saber onde vai jogar, saber que muitos são campos pequenos e que temos de matar os jogos no Engenhão. Se for tirando o pezinho vai ficar difícil. Tem que estar preparado.
Seleção Brasileira x Série B
Não entrei em contato com a Seleção porque respeito a decisão do Dunga. Ele disse que não importa série A ou B. Joga quem estiver em bom nível. Ninguém tem cadeira cativa na Seleção. Respeito a decisão que o Dunga venha a tomar, mas preciso priorizar algumas coisas, e cheguei à Seleção por causa do Botafogo. Então acho que não vai mudar nada agora.
Carinho pelo Botafogo
Foi um casamento que deu certo. Sou um torcedor do Botafogo hoje, amo muito o clube. Eu me sinto em casa aqui. Fico até meio tímido de falar. É inexplicável. As palavras da diretoria de cumprir com os compromissos foram importantes. Quem esteve aqui ano passado viveu algo que nunca tinha vivido. Fiquei ferido, mas tenho confiança nas pessoas que estão aqui. São sérias e têm caráter. Às vezes paro para pensar, é responsabilidade grande e boa de ser peça fundamental no Botafogo, mas nesse momento não penso nessa questão de ídolo. Jogador que pensa nisso começa a ficar vaidoso e acaba estragando. Quando pensa em ajudar, as coisas funcionam. Carinho é importante mas esses números passam longe da minha cabeça.
O Jefferson não vai bater falta, pênalti e não vai fazer gol. Talvez minha liderança dentro de campo seja maior, mas cada um tem sua responsabilidade"
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Campanha do clube para manter Jefferson
Não vou trazer para mim essa responsabilidade porque fico numa zona de desconforto. Não gostaria de estar com o salário em dia se os outros não estiverem. Se o clube usar minha imagem em prol do Botafogo, tudo bem.
Segunda Série B pelo Botafogo
Em 2003 era jovem, estava despontando no futebol brasileiro. Sabemos que a Série B é mais pegada. Esse ano a minha "responsa" aumenta, mas quero deixar claro que vou fazer o que sempre fiz. Cada um tem sua responsabilidade. O Jefferson não vai bater falta, pênalti e não vai fazer gol. Talvez minha liderança dentro de campo seja maior, mas cada um tem sua responsabilidade.
Angústia da renovação durante as férias
Diretoria entrou em conto com meu empresário porque a primeira proposta não foi bem explicada. Queríamos conversar. Minha ideia era sentar com o Botafogo depois do último jogo. Passei as férias com a cabeça de ficar no Botafogo. Foram três dias fundamentais para a renovação. Conversei com minha esposa e tivemos a certeza de que seria a melhor decisão. Sou tranquilo, em paz e tudo foi conduzido da melhor maneira possível.
René Simões
O René foi fundamental. Ele intercedeu a meu respeito junto à diretoria e me ligou dizendo que estava chamando jogadores que querem vencer, que vão buscar seu espaço no futebol. O Botafogo vai começar do zero fora de campo, mas a história e a força da camisa continuam as mesmas. É pegar esses jogadores, embalar na história do Botafogo e vamos voltar.
Por Gustavo Rotstein e Marcelo Baltar Niterói (RJ)/GE
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