Clube segue lutando para receber por saídas de Andrey, Daniel e Gabriel, que deixaram o clube de graça via Justiça, após três meses de salários atrasados
Gabriel agora defende o Palmeiras (crédito: Ari Ferreira) |
A Lei Pelé diz que os atletas que entram na Justiça rompem os direitos federativos, mas não é clara em relação à perda dos direitos econômicos que o clube detinha.
– Essa tese é revolucionária nesse sentido. Não me consta que tenham feito algo usando esse fundamento – disse Domingos Fleury, vice-presidente jurídico do Botafogo.
A ação, que será feita na Justiça Comum, está em fase de elaboração pelos advogados do Botafogo. Fleury, à frente da ideia, utiliza os princípios gerais do Direito para embasar a tese defendida por ele.
– O que tem escrito lá é que ninguém pode se locupletar as custas de terceiros. É isso que acontece no Botafogo. A Lei Pelé não diz que perde o direito econômico. Deixa apenas subentendido. Isso não está escrito na Lei. A Lei é omissa e permite que os princípios gerais do Direito sejam usados – disse Fleury.
A saída do trio causou um baque financeiro e técnico. Financeiro porque eram jogadores jovens e valorizados, com multas rescisórias altas. Técnico pois o presidente Carlos Eduardo Pereira vislumbrava os dois jogadores de linha como integrantes da espinha dorsal de 2015, enquanto o goleiro era da Seleção Sub-20, visto como um potencial substituto de Jefferson.
– Eles não eram nada quando chegaram. Se valorizaram, ganharam mercado, apareceram e romperam. E o Botafogo, que investiu neles este tempo todo, perdeu a própria valorização – lamentou Fleury.
Inicialmente, ideia é pedir o valor das multas
Buscando algum tipo de ressarcimento, a ideia do Botafogo, inicialmente é pedir os respectivos valores das multas rescisórias dos jogadores que saíram. No caso de Daniel, por exemplo, a multa era de 20 milhões de euros (R$ 64,6 milhões) para clubes do exterior e de R$ 55 milhões para equipes brasileiras.
– Basicamente seria isso. Pedir o valor da multa, mas ainda teremos conversas para definir melhor o que faremos – afirmou Domingos Fleury, que não descartou aceitar jogadores em troca para quitar a dívida:
– Podemos aceitar. É um tipo de entendimento. Eles podem ser obrigados a tentarem um acordo. O início é reconhecerem nossos direitos.
Para acabar com 'pouca vergonha'
A revolta do Botafogo com a situação é tanta que Domingos Fleury chegou a dizer que a tese do Botafogo ajudará a acabar com a 'pouca vergonha' que é o aliciamento de jogadores no futebol do Brasil.
– Vamos arriscar. Vale a pena. Não é uma ação absurda ou improvável. Tem uma lógica enorme e abre um precedente para acabar com essa pouca vergonha de aliciar jogador. Se acontecer, o aliciador vai ter que pagar. Vai dar uma moralizada no mercado. Mas quando acontecer a primeira vez, virá uma lei para regulamentar – disse Fleury.
Luiz Gustavo Moreira - LANCENET!
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