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terça-feira, 2 de junho de 2015

"Clínica de recuperação" René Simões: atletas renascem no Botafogo


Arão, Daniel Carvalho, Elvis e Renan são exemplos de jogadores que deram a volta por cima em 2015. O momento, agora é de retribuir e levar o clube de volta à elite


Em uma tarde de sábado do último verão carioca, em General Severiano, Willian Arão se apresentou ao Botafogo. Não fossem os chamativos cachos na cabeça, o volante, possivelmente, passaria despercebido. Após passar por quatro clubes, em dois anos, sem muito sucesso, até mesmo alguns companheiros não sabiam que era Arão. Cinco meses depois, o jogador é um dos pilares do time. Com gols e futebol vistoso, tornou-se um dos atletas mais valorizados do grupo. Arão não é o único, mas é o melhor exemplo de como o Alvinegro vem recuperando jogadores até então desacreditados.

- O Willian Arão vem se destacando não apenas pelos gols. É até difícil falar dele, um jogador que joga limpo, joga bonito, comete poucas faltas e não recebe cartões. É muito legal ver isso. Ele é um jogador que vai crescer muito. Fico muito feliz. Tem também o Renan, o Daniel Carvalho, o Elvis... O Botafogo não é uma clínica de recuperação, mas acabou virando - brincou René Simões.

WIllian Arão, Daniel Carvalho e Elvis renasceram para o futebol no Botafogo (Foto: Globoesporte.com)

Outro jogador citado pelo treinador, Elvis também renasceu para o futebol no Rio de Janeiro. Após passagens pelo próprio Botafogo e pelo Benfica, o meia disputou e conquistou a Série D, no ano passado, com o Tombense. A pedido de René, a nova oportunidade surgiu no Alvinegro e, hoje, Elvis é titular.

- O Elvis é um jogador que cresceu muito em relação à pré-temporada. É impressionante a modificação dele como atleta. Ele era disperso. Agora ele é um jogador agressivo, que confia no taco dele - elogiou o treinador alvinegro.

Quando nos apresentamos no início do ano, o René deixou claro que a maioria aqui era coadjuvante, mas que tínhamos tudo para dar certo. Um fator fundamental é a união. Todos foram bem recebidos e bem acolhidos. Aqui não tem vaidade".
Diego Giaretta, zagueiro do Bota

Em sua segunda passagem, e hoje titular absoluto no Botafogo, Diego Giaretta aponta o técnico René Simões como o principal responsável pela recuperação de vários jogadores do elenco.

- Todo jogador precisa de moral e de confiança. O Arão chegou em uma situação, que nós mesmos não o conhecíamos. Quando nos apresentamos no início do ano, o René deixou claro que a maioria aqui era coadjuvante, mas que tínhamos tudo para dar certo. Um fator fundamental é a união. Todos foram bem recebidos e bem acolhidos. Aqui não tem vaidade. Quem está jogando sempre vai querer dar o melhor. Todos sabem da importância da cumplicidade e do comprometimento para o acesso à Série A. Todos sabem da importância de cada um. O René é o cabeça. Tudo o que o Botafogo é hoje é graças a ele. Ele trouxe essa filosofia, ele enxerga as nossas características. Hoje nós não temos apenas que jogar futebol, mas temos que pensar o futebol. O sucesso do Botafogo, hoje, se deve em grande parte ao René - elogiou Diego Giaretta.

René é apontado pelos jogadores como principal responsável pela autoestima do time (Foto: Marcelo Baltar)

Daniel Carvalho talvez seja o caso mais emblemático. Desmotivado e acima do peso, o jogador abandonou o futebol há cerca de dois anos, mas mudou de ideia a pedido do filho. O Botafogo abriu as portas para que ele recuperasse a forma física no clube. O bom desempenho nos treinos convenceu comissão técnica e diretoria a oferecer um contrato até o fim do ano. Hoje, Daniel é titular do Botafogo na Série B.

- O Daniel estava sem foco, desmotivado e gordo. O problema dele era físico. Ele parou, se aposentou, mas o filho cobrou. Agora ele está com um peso bom e vem subindo muito. Ele é diferenciado. Vocês tinham que ver a felicidade dele depois do jogo contra o CRB, que foi a primeira vez que o filho dele o assistiu ao vivo no estádio. Em qualquer profissão, tem que ter desejo - comentou René.

Por ora, o Botafogo vem ajudando alguns jogadores a recuperarem espaço dentro do futebol. No fim do ano, a torcida espera que eles retribuam e ajudem o clube a retornar à elite.

Por Marcelo BaltarRio de Janeiro/GE

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