Torcida perde a paciência e xinga jogadores e René Simões. Após queda na Copa do Brasil, dirigente perde a linha, zoação de ex-rival e clima de incerteza
René Simões lamenta gol nos acréscimos que eliminou o Botafogo (Foto: André Durão) |
Em campo, o time saiu dos trilhos com a lesão de Elvis - até então o melhor em campo - e sucumbiu à pressão do Figueirense. O gol de letra de Marcão, nos minutos finais, desatou em uma série de acontecimentos lamentáveis. Das arquibancadas, vieram os gritos de reprovação. Chamado de “burro”, René Simões foi o principal alvo, ao lado do meia Tomas.
Após a partida, alguns torcedores ainda tiveram de aturar uma provocação do goleiro Felipe, reserva do Figueirense. Ex-jogador do Flamengo, o atleta imitou o gesto de choro e causou a ira de muitos alvinegros.
Eliminado da Copa do Brasil, o vice de futebol, Antônio Carlos Mantuano, não aturou as provocações do técnico Argel Fucks e perdeu a linha. Suspenso, o treinador do time catarinense acompanhou o jogo da tribuna e, segundo relatos, provocou o dirigente do Botafogo. Transtornado, Mantuano tentou agredir Argel na entrada do vestiário e precisou ser contido por seguranças e policiais.
- Não vai tirar onda aqui, não – gritava um enfurecido Mantuano, com o dedo em riste.
Sobrou para o jogador Yago, do Figueirense. Ao tentar acalmar os ânimos, o atleta foi empurrado, bateu as costas em uma grade do estádio e se machucou. O dirigente alvinegro ainda tropeçou, caiu no chão e passou mal. De acordo com o presidente Carlos Eduardo Pereira, Mantuano teve uma queda de pressão e precisou ser atendido pelos médicos do Botafogo.
Luis Henrique Botafogo x Figueirense (Foto: André Durão / GloboEsporte.com) |
- Treinador só tem uma certeza, que é a incerteza do cargo. Mas não me sinto pressionado, me sinto trabalhando. O momento é difícil, falei para os jogadores no vestiário que a temperatura subiu. Agora é a hora de mostrar quem é cascudo para seguir em frente - disse René.
A liderança da Série B do Campeonato Brasileiro dá credibilidade ao trabalho de René Simões, mas a sequência do trabalho é incerta. Abatido e visivelmente aborrecido com a situação do time, que não marca há três jogos e venceu apenas um das últimas seis partidas -, o próprio presidente Carlos Eduardo Pereira gerou um clima de incerteza aos ser indagado, duas vezes, sobre a permanência do treinador.
- Eu continuo, a diretoria continua, e, sobre o departamento de futebol, vamos conversar nesta quarta, como sempre fazemos após as partidas. Vamos ouvir o René e ver o que aconteceu. Vamos conversar com o Lopes e agir com tranquilidade. Hoje é um momento de muita tristeza. Estou muito aborrecido, muito decepcionado. Estamos nos empenhando profundamente para dar todas as condições para a equipe de futebol. Então vamos deixar para amanhã, conversar com a comissão técnica, com tranquilidade. Não vamos tomar nenhuma decisão precipitada ou agir sem tranquilidade... Não vamos tomar decisões de cabeça quente - disse o presidente.
Por Marcelo Baltar Rio de Janeiro/GE
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