Na Série B, time leva pouco menos de 8 mil torcedores por jogo no Nilton Santos e tem prejuízo na maioria das partidas. Dirigente lamenta baixa presença da torcida
Em resposta a torcedores em uma rede social, nesta quarta-feira, o vice de comunicação Márcio Padilha lamentou o fato de os jogos do Botafogo em casa não estarem recebendo bom público. Segundo o dirigente, a arrecadação de bilheteria seria fundamental para ajudar o clube a se reerguer financeiramente.
O dirigente tem base nos números quando constata que a presença da torcida no Estádio Nilton Santos fica aquém da grandeza do Alvinegro. Líder da Série B durante praticamente toda a competição, o Botafogo está apenas em sétimo no ranking de público. A média é de 7.917 por partida no Estádio Nilton Santos (ocupação de apenas 17%, levando-se conta a capacidade total do Engenhão). O Bahia lidera o quesito, com 17.756 pagantes por jogo.
- Para falar a verdade, quando entramos em campo, nem reparamos muito nisso. Quem veio nos apoiou, nos deu força. Esses são os fiéis. E é nisso que precisamos nos concentrar. Não em quantidade. Mas é claro que quem vier será muito bem-vindo. Mas não pensamos muito nisso. Nosso objetivo é fazer um bom jogo e contagiar a torcida - despistou o zagueiro Roger Carvalho.
Média de público Série B (Foto: GloboEsporte.com) |
O número, no entanto, ainda é maior do que a média geral da competição: 6.112 pagantes. Em termos de partida, o Botafogo consegue atingir apenas a 12ª posição como mandante em jogo de maior público, no duelo contra o Paysandu, realizado em uma data atípica: um domingo, às 11h. Na ocasião, 21.605 torcedores pagaram ingressos, rendendo valores cinco vezes maiores que todos os demais nove jogos anteriores juntos. Curiosamente, o time carioca esteve em campo em três dos quatro jogos com mais torcida na Série B. Todos, porém, como visitante (contra Santa Cruz, Ceará e Bahia).
Financeiramente os jogos em casa também não tem sido um bom negócio para o Botafogo. Na maioria das partidas no Nilton Santos, o clube teve prejuízo. No ranking de rendas da Série B, o equipe carioca aparece em sexta. No total, o clube arrecadou R$ 3.035.340 nos 16 jogos que disputou no Engenhão. Média de R$ 189.708. Valor que geralmente não paga os custos operacionais das partidas - entre R$ 150 mil e R$ 200 mil por jogo.
- A gente não quer culpar o torcedor, não existe isso. Ninguém está culpando a torcida. Mas o torcedor só pode cobrar se der algo em troca. É aquele "efeito tostines". Não entra dinheiro porque o time não é o ideal, ou o time não é o ideal porque não entra dinheiro? Sem ovos não se faz omelete. Na terça, com o time líder, vindo de uma vitória por 4 a 0, tivemos 7 mil pessoas no estádio. Ninguém sabia que o time iria jogar mal. Sabemos que estamos no final do mês, o torcedor tem sua família para sustentar e seus compromissos a honrar. Mas toda a arrecadação é necessária para o Botafogo. Nossos borderôs são todos vermelhos. Pagamos para jogar todos os jogos – lamentou Padilha.
Engenhão não tem recebido bons públicos (Foto: Gustavo Rotstein) |
Número de sócios
Embora o número médio de torcedores presentes nos jogos do Botafogo na Série B se mantenha o mesmo, o número de sócios quase dobrou neste ano. Isso inclui, no entanto, as partidas também de Campeonato Carioca e Copa do Brasil. Atualmente, os sócios do Botafogo são 13.796. Esse valor chegou a atingir 15 mil, mas teve uma leve queda no último mês, em virtude de algumas não renovações. No começo do ano, eram pouco mais de 8 mil.
No site do programa Sou Botafogo, o torcedor encontra sete diferentes planos para se associar, de valores mais modestos a outros mais robustos, variando também, claro, os benefícios adquiridos. Para a próxima temporada, o clube está realizando mudanças no funcionamento do programa de maneira a facilitar a vida do torcedor e tentar quebrar alguns entraves burocráticos que ainda existem hoje.
Por Jessica Mello e Marcelo Baltar Rio de Janeiro/GE
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