Apenas Jefferson, Renan Fonseca e Neilton são titulares absolutos de Ricardo Gomes. Jovens despontam como surpresas e disputam posição com reforços
Seria um equívoco dizer que o trabalho começa do zero, mas Ricardo Gomes ainda dá os primeiros passos para montar a versão 2016 do Botafogo. Muitos jogadores saíram, outros tantos chegaram, e o treinador aproveita a estadia em Domingos Martins para fazer testes e esboçar o novo time alvinegro. Sem grandes estrelas, a disputa por vaga promete ser acirrada.
Após duas semanas de preparação, é possível notar que poucos são intocáveis. Da espinha dorsal campeã da Série B, apenas Jefferson, Renan Fonseca e Neilton despontam como titulares absolutos. As demais oito vagas estão abertas, embora alguns atletas tenham largado na frente.
- Nós perdemos o Arão, o Daniel Carvalho, o Roger Carvalho, o Navarro... Então temos que refazer, está só começando. Espero o Botafogo forte, sem tirar responsabilidade de cada um, inclusive da comissão técnica. É cedo para falar em titulares. Nada decidido ainda – analisou o técnico Ricardo Gomes.
Disputa por vagas está aberta no Botafogo (Foto: GloboEsporte.com) |
A semana deve intensificar ainda mais as disputas, uma vez que a tendência é que as atividades com bola ganhem cada vez mais espaço, após dias intensos de treinos físicos. Nas laterais, por exemplo, a briga está completamente aberta. Na direita, Diego, muito elogiado por Ricardo Gomes, largou na frente de Luis Ricardo, que, em negociação com o clube, perdeu a primeira semana de preparação. Entretanto, a experiência do titular da Série B ainda pode falar mais alto. Na esquerda, Diogo Barbosa e Jean devem ter em breve mais um concorrente, uma vez que diretoria ainda busca um jogador para a posição.
Na zaga, uma surpresa. Apesar da contratação de jogadores experientes para o setor, o jovem Emerson, integrado ao elenco profissional na temporada passada, largou na frente. Nos treinos, ele vem formando a zaga titular com Renan Fonseca. O argentino Joel Carli e Emerson Silva terão que correr atrás.
- A princípio não tem titularidade, eu estou procurando buscar meu espaço. Esses reforços que chegaram são excelentes jogadores. Isso vai ser bom para o nosso elenco, uma briga sadia entre a gente. Isso ajudará a termos um bom ano. Fico feliz, mas isso não sobe à minha cabeça, não – frisou Emerson, ainda tímido diante das câmeras, em sua primeira entrevista coletiva.
Meio-campo é o setor de indefinições
Indefinição é a palavra que melhor define o meio de campo do Botafogo. Sem chances com Ricardo Gomes na Série B, Airton renovou contrato e começou o ano entre os titulares, ao lado de Rodrigo Lindoso. Os dois, no entanto, terão a concorrência de Bruno Silva, que veio da Chapecoense. Fernandes também pode ser recuado para o setor.
- O Airton é um primeiro volante, com responsabilidade de proteger a defesa, mas tem que saber jogar. O Airton desse ano não tem nada a ver com o Airton do ano passado. Estou esperando que em 2016 seja diferente de 2015, quando ele não teve nem chance – disse Ricardo Gomes.
Sem oportunidade em 2015, Airton começa o ano como titular (Foto: Vitor Silva / SSPress / Botafogo) |
Na parte de criação, os “gringos” Damian Lizio e Gervasio Nuñez despontam como favoritos. Enquanto o habilidoso boliviano trabalha mais na parte central, o argentino tende a cair mais pelos lados de campo. Crias do Botafogo, Octávio e Gegê também estão na briga. A dupla, inclusive, iniciou como titular nos treinos desta semana. Lizio, porém, parece ser o escolhido para vestir a camisa 10.
- Mais o Lizio que corresponde a essa característica (camisa 10). Jogador técnico, com boa dinâmica, mas entre ser e praticar aqui no Botafogo depende do tempo, de jogos, de vocês (jornalistas)... Está só começando, mas previsão não é comigo, não (risos) - brincou o treinador, explicando que Lizio e Gervasio Núñez, o "Jacaré", não brigam por posição.
Na frente, Neilton e Luís Henrique devem formar a dupla de frente no início do Carioca. O Botafogo procura um atacante experiente, um jogador mais badalado, mas encontra dificuldades no mercado. A diretoria procurou o argentino Hernán Barcos, mas os valores fizeram o departamento de futebol desistir do negócio. O certo é que reforços para o setor chegarão.
- Estamos começando, qualquer clube brasileiro em janeiro ter elenco fechado é raro no nosso futebol. Tem muita coisa para acontecer, estamos com bom número de jogadores, mas muita coisa vai acontecer ainda.
Por Marcelo Baltar/Domingos Martins, ES/GE
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