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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Botafogo contesta pai e empresário de Emerson: "Oferta para não ser aceita"


Diretor jurídico vê pedida "fora da realidade", com participação de direitos econômicos e bônus sobre transferências, nega afastamento e acha que tem algum clube por trás



Emerson vê renovação distante e pode ter
encerrado ciclo no Alvinegro
(Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
O Botafogo pediu um direito de resposta após a entrevista de Eraldo Duarte e Jailton Oliveira, respectivamente pai e do empresário de Emerson Santos, ao GloboEsporte.com no início desta semana. Diretor jurídico de futebol do Alvinegro, Gustavo Noronha negou que o jovem zagueiro de 21 anos esteja afastado e apresentou a posição do clube, revelando detalhes da pedida por parte do jogador que, para ele, faz parte de uma estratégia para não renovar. Com vínculo só até dezembro, o defensor já poderá assinar em junho um pré-contrato com qualquer outra equipe para sair de graça no fim da temporada, e o dirigente crê que tenha um time por trás.


– O pedido de luvas é totalmente desproporcional em se tratando de um jogador formado no clube. Ademais, nos pedem participação sobre os direitos econômicos do atleta, o que não é permitido pela legislação em vigor, e bônus sobre futura transferência, que não praticamos em nenhum dos nossos contratos. É quase como se apresentassem uma oferta para não ser aceita – argumentou Noronha, que atribui o fato de o jovem não estar sendo aproveitado nas competições à decisão da comissão técnica.


Nos pedem participação sobre os direitos econômicos do atleta, o que não é permitido pela legislação em vigor, e bônus sobre futura transferência, que não praticamos em nenhum dos nossos contratos. É quase como se apresentassem uma oferta para não ser aceita"
Gustavo Noronha, diretor jurídico do Botafogo


Na semana passada, Emerson Santos falou pela primeira vez sobre o caso ao divulgar um comunicado em que admitia estar "triste e frustrado". Na última sexta-feira, após o treino da manhã no campo anexo do Nilton Santos, ele sequer quis participar de uma gravação com todo o elenco para as transmissões da Rede Globo – assim como Canales, que também vive momento delicado internamente e está com os dias contatos em General Severiano. Pai do zagueiro, Seu Eraldo contou que o filho tem até evitado sair de casa e teme uma depressão.


Botafogo e Jailton ainda não dão as negociações como encerradas, mas a solução parece distante, uma vez que as duas partes falam línguas diferentes, e os diálogos se arrastam desde março do ano passado. Um dos maiores entraves é o valor exigido de luvas – cerca de R$ 1 milhão em duas parcelas –, considerado alto pelo Alvinegro. Durante a pré-temporada no Espírito Santos, o agente enviou uma contraproposta ao clube, que também não agradou nem um pouco. Confira a entrevista completa com o diretor jurídico do clube:


GloboEsporte.com: Como está a situação do Emerson Santos atualmente?


Gustavo Noronha: É atleta do Botafogo, à disposição da comissão técnica, com contrato em vigor até dezembro desse ano.


O maior entrave para a renovação continua sendo a parte financeira?

Aparentemente sim. É preciso que o atleta queira permanecer no Botafogo, e para isso precisa negociar em bases razoáveis. As bases pedidas não são nada razoáveis.

Noronha crê que tem algum clube por trás forçando a não renovação de Emerson (Foto: Vitor Silva / SSpress / Botafogo)

O empresário e o pai do atleta reclamaram em entrevista que está sendo usado um critério diferente com o Emerson por causa do afastamento, citando outros jogadores que continuaram jogando enquanto negociam renovações. O que o Botafogo tem a dizer?


Não há nenhum critério diferente. O Emerson está integrado ao elenco, participando de todas as atividades. O fato de não estar sendo relacionado para as competições envolve uma série de análises de ordem técnica, de foco dos nossos profissionais nos importantes campeonatos que estamos disputando, vis a vis as opções que temos à disposição do treinador.


O Cacá (vice de futebol) disse que o empresário quer prejudicar o jogador. Já o agente respondeu que se estivesse mal-intencionado teria tirado o Emerson do clube quando ele ficou oito meses sem receber na gestão anterior...

Há um pedido fora da realidade por um talentoso jogador, mas que ainda está iniciando a sua caminhada como atleta profissional. Fizemos uma proposta excelente, nos mesmos moldes que fazemos aos demais atletas que se destacam nos profissionais, oriundos das nossas categorias de base. Nos pedem em contraproposta algo que não é razoável, fazendo comparações que não cabem, como a que constou na entrevista que o GE publicou.


Acha que há ou não má intenção?

O pedido de luvas é totalmente desproporcional em se tratando de um jogador formado no clube. Ademais, nos pedem participação sobre os direitos econômicos do atleta, o que não é permitido pela legislação em vigor, e bônus sobre futura transferência, que não praticamos em nenhum dos nossos contratos. É quase como se apresentassem uma oferta para não ser aceita. Quanto à intenção do empresário com esse procedimento, só posso entender que seja a de tirar o Emerson do Botafogo. É o que ele parece querer desde o início.


Acredita que tenha algum clube em cima do jogador para ele não renovar e sair de graça em dezembro?

Sim, acredito.


Fonte: GE/Por Thiago Lima/Rio de Janeiro

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