De volta a um estádio acanhado e com a torcida adversária no cangote, técnico teme pressão sobre juiz chileno no Parque Central, mas classifica Alvinegro como calejado para encarar outro caldeirão
Botafogo fez o primeiro e último treino no estádio do Nacional-URU (Foto: Divulgação / Botafogo)
O Botafogo realizou na tarde desta quarta-feira o treino de reconhecimento do Parque Central, local do jogo desta quinta contra o Nacional-URU, às 21h45 (de Brasília), pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. Com características de caldeirão, o estádio já está com quase toda sua capacidade vendida, mas não causa temor em Jair Ventura. Ao menos em relação ao time, que já encarou um clima parecido quando eliminou o Colo-Colo no Monumental de Santiago, no Chile, na Pré-Libertadores. Porém, o técnico, que não costuma falar muito de aritragem, mostrou receio que a atmosfera da torcida rival possa influenciar nas decões do juiz chileno Julio Bascuñán, escalado pela Conmebol para o duelo.
– A gente chama de verdadeiro caldeirão, com torcida muito próxima. Enfrentamos isso em alguns jogos e é bem difícil, até mesmo sem casa cheia sente pressão da torcida. Preocupa mais interferência com a arbitragem nessa atmosfera. Nossa equipe está acostumada a jogar, nos portamos muito bem jogando fora, com só duas derrotas em cinco jogos, sendo que em um já estávamos classificados (diante do Estudiantes).
Matheus Fernandes está liberado e pode voltar ao time nesta quinta (Foto: Divulgação / Botafogo)
O time novamente é um mistério. Jair não confirmou a escalação nem mesmo a volta de Matheus Fernandes à equipe titular, mas disse que o volante está totalmente à disposição após a lesão e sua escolha será técnica. A dúvida maior é em relação ao meio de campo, entre Camilo e Matheus Fernandes, com opção de adiantar João Paulo, mas o treinador não descarta jogar no 4-5-1.
Confira outros trechos da entrevista de Jair:
PESO DA AUSÊNCIA DE MONTILLO
Foi nosso maior investimento no ano, o Botafogo perde bastante. Mas a vida do treinador é assim. Tem que se reinventar, confio em quem continuou. Equipe mudou bastante desde o início da Libertadores. Ganhamos o Marcos (Vinícius) e Arnaldo.
CAMILO OU MATHEUS FERNANDES?
Diferença que ganha (com Matheus) um jogador com a passada mais larga, é um dos maiores em termos de roubada de bola. Camilo chega mais, é camisa 10. Características um pouco diferentes.
MATHEUS AGUENTA 90 MINUTOS?
Os 90 depende da intensidade do jogo, fica difícil cravar. Mas ele está totalmente liberado pelo departamento médico, pela fisiologia. O físico também, fez testes e estão bons. Se não iniciar não vai ser parte física, mas uma escolha técnica.
ATAQUE
Já jogamos com os dois (Pimpão e Roger), sem os dois. Já joguei com Montillo como falso 9. Ganha com Roger no jogo de pivô, cara que segura mais a bola, jogo de apoio. Mas quando joga sem ele, ganha mais mobilidade de contra-ataque. Pode acontecer das duas maneiras.
COBRA JOÃO PAULO PARA CHUTAR MAIS?
Não só chutar, pisar na área. Não posso ficar com meus médios, como o Bruno Silva, pisando mais na área do que meu camisa 10. Cobro dele, do Camilo, cobrava do Montillo. E o João finaliza muito bem, a gente faz trabalho específico e vê a qualidade. Está faltando confiança, acreditar mais. Tenho certeza que quando sair primeiro, sairá mais.
NACIONAL-URU
Equipe vivendo momento bom, tem um jogo interessante, que gosta de ficar com a bola, transição ofensiva boa. É tentar neutralizar para conseguir uma vitória.
DESFALQUE DE AGUIRRE
Pelo espetáculo é ruim, Aguirre vive bom momento, pode jogar mais recuado, chegando também. Baixa significativa, mas a gente sabe quem entra vai funcionar. 4-2-3-1 bem treinador. Mesmo sob pressão conseguem sair para jogo de apoio. Eles sempre terminam com finalização e cruzamento. Me preocupa bastante. Eles mesclam, vemos jovens com mais experientes.
CLIMA DE LIBERTADORES
Lutamos muito para chegar até aqui no ano passado, lutamos muito na Pré-Libertadores, na fase de grupos. Não vai ser agora que vamos vender barato. É ter o mesmo empenho, nossa equipe pode ter todas as dificuldades, mas entrega não pode deixar de ter.
INVASÃO DA TORCIDA A MONTEVIDÉU
A gente precisa da força dos nossos torcedores, somos responsáveis por todos aqui. E no mundo em que vivemos hoje, poder dar alegria para essas pessoas motiva a gente ainda mais.
RECADO PARA ALVINEGROS
Recado é aqui aqui estou representando o meu grupo. Temos um time muito competitivo, quem acompanha sabe que não vai faltar luta, entrega. A gente vai deixar o nosso máximo aqui para quem está acompanhando em casa.
Fonte: GE/Por Thiago Lima, Montevidéu, Uruguai
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