Técnico do sub-20, Barroca topa missão de liderar Botafogo no novo Brasileiro da categoria, que inicia neste domingo, decifra o time e vê benefício da base ao profissional: "O ganho é dos dois lados"
Único time carioca no Campeonato Brasileiro Sub-23, o Botafogo estreia neste domingo, contra o Atlético-MG, às 20h (de Brasília), em Los Larios. No comando da equipe, Eduardo Barroca, campeão nacional com a garotada do sub-20 no ano passado. O treinador terá a missão de mesclar juniores de talento com profissionais pouco aproveitados por Jair Ventura. Em sua opinião, todos têm a ganhar. Inclusive os mais velhos, que terão oportunidade de adquirir ritmo e mostrar serviço.
Casos, por exemplo, de Saulo, Bochecha e Pachu, que estão escalados para a estreia e tendem a ser figuras constantes na equipe. Mas outros jogadores frequentemente relacionados por Jair Ventura, como Fernandes e Vinícius Tanque, podem reforçar o time sub-23 vez por outra. Para saber como será o dia a dia da nova categoria, o GloboEsporte.com bateu um papo com Barroca.
Eduardo Barroca vai comandar o sub-20 na OPG e o sub-23 no Brasileiro (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo
Confira a entrevista com o treinador:
Como o Brasileiro sub-23 pode ser importante para ajudar na transição da base para o profissional?
Sempre falamos e reclamamos que esse processo de transição era inadequado, porque existe jogadores que ainda não estão maduros aos 20 anos. É importante ter a oportunidade de esticar um pouco mais, além de dar minutagem para quem subiu para o profissional, mas não vem participando dos jogos.
O ganho é dos dois lados. Ganha quem ainda não concluiu o processo de transição, quanto aquele que já subiu, mas não teve tantas oportunidades de jogar.
O Botafogo foi o único clube carioca que topou disputar o torneio. Participou ou foi consultado dessa decisão?
Foi uma decisão institucional. Quando fui consultado, evidente que fui a favor. Especificamente para a categoria sub-20, é muito importante para os jogadores esse tipo de competição, com essas dificuldades, com jogos contra equipes tradicionais.
Isso é até mais importante do que jogar uma competição regional. Vai exigir mais dos atletas, mesmo que o processo competitivo fique um pouco comprometido, uma vez que vamos jogar uma competição sub-23 com a base do sub-20. O processo de formação passa a ser mais completo. Isso amadurece muito o jogador.
Como comandar o sub-20 na OPG e o sub-23 no Brasileiro? Serão duas competições simultâneas.
Naturalmente na OPG, mesmo sendo uma fase final, vamos dar oportunidades a jogadores mais jovens que ainda não tiveram chance no sub-20. Principalmente quando coincidirem datas. Na OPG estamos no mesmo grupo de Flamengo e Fluminense. Será uma oportunidade de quem não tem uma minutagem grande jogar esse tipo de jogo. No fundo, todos vão se beneficiar.
Em 2010 o Oscar despontou pelo Inter no Brasileiro sub-23 e ganhou projeção. É uma oportunidade grande para a garotada. Pretende usar muitos jovens do sub-20?
No nosso grupo, no Brasileiro Sub-23, o Botafogo é a única equipe que não tem um time efetivo da categoria. O Atlético-MG disputa a Segunda Divisão do Mineiro, o Santos disputa a Copa Paulista, e o Atlético-PR disputa o Paranaense, além do Grêmio, que joga a Copa Rio Grande do Sul. O Botafogo é o único que vai jogar com a base do sub-20, com um time mais jovem. Mas temos certeza que temos condições de ir bem.
Eduardo Barroca foi campeão brasileiro sub-20 no ano passado
(Foto: Marcos Ribolli / GloboEsporte.com)
Como vai funcionar o processo de convocação para os jogos dos jogadores profissionais?
Tenho conversas quase diárias com o Jair Ventura. Vamos estabelecer um processo de jogo a jogo. Evidente que a prioridade é do profissional. O Jair também vai observar os jogadores. E como sempre fizemos, inclusive no processo de transição, vamos analisando nome a nome.
Já conversou com os atletas? Existe o risco de alguém ficar chateado por supostamente regredir de categoria?
É uma pergunta importante. Só faz sentido o clube participar desse tipo de competição se o jogador entender que é o maior beneficiado com isso. E no Botafogo isso está muito claro para os jogadores.
Temos uma série de jogadores que estão treinando com o Jair que estão interessados em participar e jogar, pois eles entendem que é importante ter uma minutagem maior. Há uma integração muito grande no Botafogo.
Um bom exemplo é o Pachu, que estava emprestado ao Santa Cruz. Ele estava sem espaço lá e pediu para voltar e jogar. Existem outros casos semelhantes.
O regulamento permite a inscrição de um goleiro e até três jogadores de linha acima de 23 anos. Pode servir de alguma forma para dar ritmo a atletas voltando de lesão, por exemplo?
A ideia inicial do Botafogo não é utilizar nenhum jogador acima de 23 anos. O clube está focado no Campeonato Brasileiro, e o elenco profissional é enxuto. Mas evidente que as portas estão abertas caso o Jair entende que traga benefícios para algum jogador que precise de ritmo de jogo. Algo estratégico.
Como vai funcionar o processo de convocação para os jogos dos jogadores profissionais?
Tenho conversas quase diárias com o Jair Ventura. Vamos estabelecer um processo de jogo a jogo. Evidente que a prioridade é do profissional. O Jair também vai observar os jogadores. E como sempre fizemos, inclusive no processo de transição, vamos analisando nome a nome.
Já conversou com os atletas? Existe o risco de alguém ficar chateado por supostamente regredir de categoria?
É uma pergunta importante. Só faz sentido o clube participar desse tipo de competição se o jogador entender que é o maior beneficiado com isso. E no Botafogo isso está muito claro para os jogadores.
Temos uma série de jogadores que estão treinando com o Jair que estão interessados em participar e jogar, pois eles entendem que é importante ter uma minutagem maior. Há uma integração muito grande no Botafogo.
Um bom exemplo é o Pachu, que estava emprestado ao Santa Cruz. Ele estava sem espaço lá e pediu para voltar e jogar. Existem outros casos semelhantes.
O regulamento permite a inscrição de um goleiro e até três jogadores de linha acima de 23 anos. Pode servir de alguma forma para dar ritmo a atletas voltando de lesão, por exemplo?
A ideia inicial do Botafogo não é utilizar nenhum jogador acima de 23 anos. O clube está focado no Campeonato Brasileiro, e o elenco profissional é enxuto. Mas evidente que as portas estão abertas caso o Jair entende que traga benefícios para algum jogador que precise de ritmo de jogo. Algo estratégico.
Fonte: GE/Por Marcelo Baltar e Thiago Lima, Rio de Janeiro
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