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domingo, 12 de agosto de 2018

Análise: Botafogo mostra organização com Zé, leva poucos sustos e passa a criar mais chances, mas ainda peca na conclusão


Na estreia do técnico, Alvinegro joga melhor que o Paraná em Curitiba e é castigado no fim pelos vários gols perdidos. Assim como foi com Paquetá, primeira impressão é positiva, mas precisa evoluir




Marcelo Andrade/Gazeta do Povo



A estreia de Zé Ricardo no comando do Botafogo não foi como o técnico, a torcida e os jogadores queriam. Mas teve motivos de alento para os que imaginavam uma vitória sobre o lanterna do Campeonato Brasileiro. Parafraseando o próprio treinador, o time apresentou "bons sinais" no empate por 1 a 1 com o Paraná neste domingo, na Vila Capanema (veja os lances no vídeo abaixo).


A primeira impressão com Zé foi positiva, com o time sendo superior ao adversário mesmo fora de casa. Assim como havia sido a estreia do seu antecessor no cargo, Marcos Paquetá, apesar da derrota para o Corinthians. Porém, o Botafogo daquela vez não conseguiu manter o ritmo e regrediu ao invés de evoluir. O que será o desafio do novo comandante alvinegro a partir de agora




Melhores momentos: Paraná 1 x 1 Botafogo pela 18ª rodada do Brasileirão


O ponto forte foi a organização da equipe, quase sempre bem postada em campo. Tanto que levou poucos sustos, e o gol sofrido no fim foi mais por falta de sorte pelo desvio fatal no chute de Alex Santana. Em que pese o baixo poder de fogo do Paraná, de um modo geral a defesa se portou bem, repetindo uma característica do início de trabalho de Zé pelos rivais Flamengo e Vasco.


O problema continua o mesmo de antes da chegada do treinador: o ataque, que desta vez teve Aguirre no lugar do machucado Kieza. Foram 16 finalizações e nove chances claras de gol do time. Valencia, Pimpão e principalmente Luiz Fernando desperdiçaram as melhores oportunidades. Deu a impressão de que, se não fosse o pênalti, a bola não entraria na meta do Paraná.


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Para sua estreia, Zé manteve o esquema de jogo que vem desde o início do ano, um 4-2-3-1 com dois pontas abertos. Mas a tática não tem surtido o esperado efeito ofensivo: nos últimos oito jogos, só um gol saiu dos pés dos homens de frente: o de Luiz Fernando na derrota por 2 a 1 para o Nacional-PAR, pela Sul-Americana.


Luiz Fernando pecou demais nas finalizações contra o Paraná, mas não merece ser sacado. Jogador de muita movimentação, o meia-atacante também ajuda na marcação e continua sendo o mais perigoso do time na frente. Precisa caprichar um pouco mais. Por sua vez, Pimpão não tem conseguido manter seu desempenho e pode perder a posição.


Aguirre fez seu segundo jogo de centroavante, sua função preferida, mas não jogou enfiado. A pedido de Zé, saiu da área e atacou de garçom, deixando duas vezes companheiros na cara do gol com passes açucarados: uma para Leo Valencia, outra para Luiz Fernando. Chance de finalizar só teve duas, ambas de cabeça. Talvez renda melhor com uma dupla de ataque.


Dupla que fez sucesso no próprio Paraná, Renatinho e João Pedro entraram no decorrer do segundo tempo e atuaram apenas pela segunda vez juntos no Botafogo (a primeira vez foi contra o Cruzeiro). Ao todo, são só 58 minutos lado a lado, mas a chegada de Zé pode dar mais chances à dupla, até pela fase ruim que atravessa Leo Valencia.


Embora o ataque do Paraná não ofereça tanto perigo assim, a dupla de zaga fez um grande jogo na Vila Capanema. Carli e Igor Rabello tiraram tudo que pingava na área, principalmente na bola aérea, artifício mais usado pelos adversários: foram 16 cruzamentos. Só não coroaram a atuação porque o General levou azar no lance do gol, mas não pode ser culpado.



Luiz Fernando também tem ajudado na marcação (Foto: GERALDO BUBNIAK/AGB/ESTADÃO CONTEÚDO)


Agora, o foco muda para a Copa Sul-Americana. Já em seu segundo jogo no Botafogo, Zé terá uma decisão pela frente: vencer o Nacional-PAR na quinta-feira, às 19h30 (de Brasília), no Nilton Santos, para levar o time às oitavas de final do torneio. No jogo de ida, o Alvinegro perdeu por 2 a 1, mas pelo gol fora de casa precisa de um triunfo simples por 1 a 0 para classificar. Caso sofrar um, aí terá que marcar três. Se devolver o placar de 2 a 1, a decisão irá para os pênaltis.


Fonte: GE/Por Thiago Lima, de Curitiba

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