Com passagem pelo Botafogo entre 2000 e 2001, atual comandante do time de aspirantes do Esmeraldino diz que reforço é melhor flutuando pelo meio e não vai bem no "um contra um"
Prestes a ser anunciado como novo reforço do Botafogo, Erik não é atacante de lado. Pelo menos é o que garante Augusto César, técnico que lapidou o jogador de 24 anos na base . Ele revelou isso à Rádio Tupi, e o GloboEsporte.com o entrevistou para entender o estilo do atleta.
Hoje comandante do time de aspirantes do Goiás, Augusto comandou Erik dos 18 aos 22 anos no Esmeraldino. O atacante, aliás, foi o principal nome da campanha que levou o time do treinador ao vice da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2013. E terminou como artilheiro, com oito gols. Para o ex-jogador, o lugar do atleta é centralizado, flutuando entre os zagueiros rivais.
- Ele não consegue fazer a função de atacante de beirada, principalmente nesses times que jogam em 4-3-3, 4-2-3-1. Em que o ponta tem que jogar pelo lado, voltar no fundo com o lateral e depois sair para atacar. Até mais pela maneira de ele jogar em toda a base. Mas é um jogador muito eficiente no ataque. Eu o experimentei nessa função (de beirada) algumas vezes, e ele não rendeu quanto ele rende como segundo atacante - explicou o treinador.
Erik teve destaque no futebol brasileiro com a camisa do Goiás (Foto: andré durão)
Na visão de Augusto, que foi lateral-esquerdo do Botafogo entre 2000 e 2001 e ganhou projeção nacional com a camisa da Portuguesa, Erik é um segundo atacante. Não é ponta nem tampouco centroavante.
- É segundo atacante. A maioria dos times jogava assim (no 4-4-2). Ou jogava como primeiro ou como segundo atacante. Se estou jogando no meu campo e não preciso de um jogador tão alto, eu uso ele como meia. Quando eu precisava de imposição e movimentação fora de casa, usava dois atacantes. Isso dificultava mais para o zagueiro.
- Na Copa São-Paulo de 2013, ele foi o artilheiro. A maioria dos gols que fez foi de centroavante. De movimentação na frente, de rebote de goleiro, porque ele é extremamente rápido e finaliza muito bem. Tem tranquilidade para finalizar. Ele ficando pela beirada é uma presa muito fácil. Ele é um meia-atacante que joga na frente da zaga.
Augusto Pedro de Souza usa o nome "Augusto César" em homenagem ao filho, que se chama Pedro Augusto; o filho é preparador físico do Sobradinho, de Brasília (Foto: Reprodução / TV Anhanguera)
Confira outros tópicos da conversa com Augusto:
"Ele não tem o drible, balança e leva na velocidade"
Ele é um jogador de potencial, velocidade e de atacar as linhas, principalmente a última linha. Ele ataca a última linha muito bem e vai bem quando recebe a bola no espaço para finalizar. Ou quando recebe a bola pelo fundo. Ele tem essa força.
Pela velocidade dele, alguns treinadores o utilizam nessa função (de beirada) por não conhecerem as características dele. Ele na jogada individual de um contra um ele não tem tanto drible. Ele balança e leva na velocidade. O drible ele não tem, por isso sente mais facilidade do meio para o fundo ou flutuando pelo meio para fazer as penetrações.
Você já jogou no Botafogo, não sei se tem acompanhado o time. De que forma você acha que ele pode ajudar?
Acho que pode ajudar muito o Botafogo nessa função. Era um dos destaques na Série A. A movimentação dele é muito aguda, muito boa. Os jogadores do Rio de Janeiro são muito técnicos e colocam bolas no espaço. Ele bem e entrosado pode ajudar muito o Botafogo.
Por que acha que ele não foi bem e fez tão poucos gols por Palmeiras e Atlético-MG?
Eu acho e tenho quase certeza que foi pela função que deram para ele. Ou de voltar para marcar lateral ou só de jogar pela beirada. Vou repetir: ele não tem um contra um. Por ser rápido, acham que ele pode ser igual ao Dudu, que consegue driblar. Igual ao Everton, do Grêmio. Não é a característica dele. Ele, com humildade, tentou fazer a função, mas não conseguiu fazê-la com tanto êxito.
Como funcionou o seu time em que o Erik foi artilheiro e vice-campeão da Copinha, em 2013?
Nossa equipe era muito veloz, tinha muita qualidade técnica com dois volantes que giravam a bola, e o nosso meia, o Liniker, metia bem as bolas. A movimentação do Erik era muito boa, estava numa função que em praticamente todos os jogos ele tinha muitas opções para finalizar. Eles eram bem entrosados e metiam a bola no espaço para usar a velocidade dele.
Fonte: GE/Por Fred Gomes, Rio de Janeiro
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