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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Análise: montanha-russa do Botafogo expõe fragilidade ofensiva e desafia Zé Ricardo


Vivendo altos e baixos no Brasileiro, Alvinegro volta a jogar mal e cria poucas chances em derrota para o Fluminense. Time tem só mais um jogo para corrigir erros antes de "decisão" na Sul-Americana



Andre Durão


Os últimos jogos são uma prova da oscilação do Botafogo no Campeonato Brasileiro: venceu o Sport no Nilton Santos jogando bem, aí foi atropelado pelo Grêmio em Porto Alegre; depois teve grande atuação mesmo tropeçando em casa para o Cruzeiro no empate em 1 a 1, e agora voltou a jogar mal na derrota por 1 a 0 para o Fluminense, domingo, no Maracanã (veja os melhores momentos no vídeo abaixo).


No Clássico Vovô, Zé Ricardo repetiu a formação que se destacou na rodada anterior, só trocando duas peças por necessidade: Marcelo Benevenuto e Matheus Fernandes substituíram os suspensos Carli e Jean, respectivamente. Mas o desempenho nem de longe foi o mesmo.


Se daquela vez o Alvinegro parou em Fábio, agora criou muito pouco: duas boas chances com Kieza no primeiro tempo e nenhuma finalização na direção do gol na etapa final, exceto o pênalti perdido.



Melhores momentos de Fluminense 1 x 0 Botafogo pela 24ª rodada do Brasileirão 2018


A dificuldade para estufar as redes adversárias tem virado uma tônica em General Severiano. A média da equipe no Brasileiro é inferior a um gol por partida: foram 21 em 24 jogos. No pós-Copa do Mundo, marcou apenas oito em 14 duelos, incluindo os da classificação sobre o Nacional-PAR na Copa Sul-Americana. Por falar no torneio, que vai se transformando no grande objetivo do Botafogo na temporada, as oitavas de final contra o Bahia se aproximam, junto com as incertezas da torcida.


LIÇÕES


Ainda buscando o melhor encaixe para a equipe, Zé encontrou mais equilíbrio ao jogar com três volantes, formação usada nos últimos dois jogos. Porém, abriu mão dos meias em suas substituições, mesmo precisando do resultado. Além de poderem ajudar na criação, Leo Valencia e João Pedro (Renatinho e Marcos Vinícius estão machucados) também são armas na bola parada;

Em que pese o gol claro perdido no rebote do pênalti, desperdiçado por Lindoso, Erik não pode ser culpado pela derrota. A começar pelo fato de que não teria a penalidade se não fosse o próprio atacante, que cruzou a bola interceptada pelo braço de Ayrton. E era ele o único que conseguia furar a forte marcação tricolor e criar chances. Mas uma andorinha só não faz verão;

Chamou a atenção a decisão de quem iria bater o pênalti. Erik pediu a bola, mas Lindoso foi quem cobrou e bateu mal. Zé explicou que o volante é o cobrador oficial, em segundo lugar o Kieza. Mas o melhor do Botafogo no fundamento estava em campo: Brenner. O centroavante converteu todos até hoje no clube e era o cobrador oficial antes, mas perdeu o posto quando foi barrado do time titular;

Desta vez sem Carli, o Alvinegro voltou a sofrer na bola aérea, seu antigo fantasma. No gol de Digão, Saulo não saiu, e Gustavo Bochecha bobeou na marcação. Foi o 21º sofrido pelo alto dos 59 gols levados pela equipe em 2018 (equivalente a 35,5%). Sob o comando de Zé, o time também foi vazado por chuveirinhos contra Grêmio e Palmeiras;

O Botafogo iniciou o clássico com seis titulares formados na casa (Saulo, Marcinho, Marcelo Benevenuto, Igor Rabello, Matheus Fernandes e Gustavo Bochecha) e só três acima dos 23 anos (Lindoso, Erik e Kieza). Apostar na base é o caminho para o sucesso de muitos clubes, porém, os mais jovens tendem a sentir mais os momentos de pressão, como este da proximidade do Z-4. Mesclar os garotos com os mais "cascudos" ajudará a blindá-los.



Erik foi o jogador mais lúcido do Botafogo em campo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Sem compromissos neste meio de semana, o Botafogo se reapresenta na terça-feira, e Zé terá cinco dias livres para trabalhar a equipe.


Com a zona de rebaixamento batendo à porta no Brasileiro, o próximo jogo terá um objetivo duplo contra o América-MG no domingo, às 11h (de Brasília), no Nilton Santos: ganhar para não ter riscos de entrar no Z-4, além de corrigir os erros antes de enfrentar o Bahia pela Sul-Americana. O primeiro duelo do mata-mata será no dia 20, às 21h45, na Fonte Nova.


Fonte: GE/Por Thiago Lima, do Rio de Janeiro

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