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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Análise: assim como no domingo, Bota encurrala rival, mas cansa na etapa final e acaba eliminado


A exemplo do realizado contra o São Paulo, em que fez seus gols no primeiro tempo e jogou muito bem, time pouco cria na reta final e cai nos pênalti






Melhores momentos: Botafogo 2 (4 x 5) 1 Bahia pelas oitavas da Copa Sul-Americana
Copa Sul-Americana de Futebol


Roteiro repetido no Nilton Santos de domingo para quarta-feira. Assim como jogou bem diante do São Paulo, então líder da competição, no empate por 2 a 2, o Botafogo voltou a mostrar um futebol interessante três dias depois, contra o Bahia, na vitória por 2 a 1. O problema é que outro ponto comum às duas partidas custou caro: o desgaste. Se estivesse inteiro na etapa final, o Alvinegro teria chances maiores de evitar a disputa de pênaltis que o eliminou da Copa Sul-Americana.


Botafogo com tudo na etapa inicial

Imponente nos primeiros minutos contra os dois tricolores, o time de Zé Ricardo apresentou repertório vasto em termos de agressividade em ambas as etapas iniciais: intenso, veloz, competitivo e participativo coletivamente.


Antes de marcar o gol, o Bota já havia chegado três vezes com grande perigo e sempre com a participação de vários atletas. Aos 15, Kieza deu passe que quebrou a defesa, Pimpão infiltrou, cortou Nino e chutou por cima. No minuto seguinte, Moisés, que havia roubado bola na defesa, avançou e cruzou na medida para Luiz Fernando escorar, e Lindoso soltar a bomba em voleio. Douglas espalmou.



No primeiro tempo, o Botafogo jogou muito bem e conseguiu belas jogadas, como esta de Luiz Fernando, a do segundo gol — Foto: André Durão


Aos 25, Pimpão resolveu tudo sozinho. Roubou bola de Grolli, "tocou para si mesmo" e bateu na saída de Douglas. Vantagem merecida, mas que durou pouco.


O Bahia deixou tudo igual num erro coletivo da defesa. Vinícius teve tempo para, diante de Marcinho, inverter para Gilberto, que, nas costas de Moisés, cabeceou para o meio da área. Edigar Junio ganhou de Carli e empatou.



Moisés e Marcinho participaram de erro coletivo no jogo, mas não jogaram mal, roubaram bolas e apareceram na frente — Foto: Fred Gomes / GloboEsporte.com


Ainda na etapa inicial, aos 39, mais uma bela jogada de um ótimo Botafogo. Matheus Fernandes achou passe milimétrico para Luiz Fernando limpar Douglas e recolocar o time da casa na frente. Merecidamente.


Time cansa na etapa final

Após um primeiro tempo exemplar, o Botafogo voltou pouco criativo e sem o mesmo ímpeto. A primeira mexida veio aos 16 minutos. Zé trocou Matheus Fernandes por Renatinho a fim de dar mais qualidade ao meio. Não deu certo.


Sem jogar desde 19 de agosto (45 dias), o meia só chamou atenção pelo pênalti bem batido após os 90 minutos e em uma jogada aos 38 minutos, quando, na empolgação, saiu limpando adversários.


Outro ponto negativo e que expôs o desgaste alvinegro foram os problemas físicos apresentados. Zé explicou que Luiz Fernando, um dos destaques do time, correu risco de nem atuar por não ter treinado na véspera. Pediu para sair. E Bochecha, no fim, sentiu incômodo na coxa.



Bochecha tem jogado bem com Zé Ricardo — Foto: André Durão


Zé substituiu Luiz por Aguirre, mas o uruguaio novamente decepcionou. Já para a vaga de Bochecha o escolhido foi o zagueiro Marcelo Benevenuto. Por falta de opção. O Botafogo cansou e, com menos velocidade e jogo de cintura, pouco ameaçou no segundo tempo. Sorte que o Bahia quase não chegou chegou também, e Saulo só trabalhou em um chute.


Pontos-chave da partida

Moisés e Marcinho, que perderam os pênaltis do Botafogo, foram injustamente criticados. Eles foram os líderes de roubadas de bola do jogo, com quatro cada. O lateral-esquerdo, além da firmeza em divididas, atacou com qualidade. Achou ótimos cruzamentos na primeira etapa. Na segunda, após cruzamento de Marcinho, quase fez belo gol ao cortar Flávio e chutar cruzado.


Luiz Fernando mais uma vez ratificou a condição de ser uma das lideranças técnicas do Botafogo. Tem escolhido os movimentos certos na hora de driblar, ganha jogadas por baixo e pelo alto. Assim como Erik, um acerto da diretoria. A questão física, atentada por Zé, merece destaque. Com estabilidade para atuar em alto nível durante os 90 minutos, vai ganhar espaço.


Rodrigo Pimpão pode deixar a desejar na parte técnica às vezes, mas é muito constante na entrega e no vigor físico. Além de ter acreditado no lance que resultou em seu gol, brigou até o fim do segundo tempo e, merecidamente, foi o jogador mais gritado pela torcida.


A questão física é de fato preocupante. Além de ter cansado no segundo tempo dos últimos dois jogos, o Botafogo perdeu um jogador de características únicas como Jean no domingo passado. Nesta quarta, não pôde ter Luiz Fernando e Bochecha até o fim. Embora se fale em sequência de partidas, o clube não está entre os que mais jogaram em 2018. Ao contrário, com 51 jogos, só atuou mais do que Fluminense (50 e que joga nesta quinta) Internacional (46), América-MG (43), Sport (42) e Paraná (41).


Fonte: GE/Por Fred Gomes e Thiago Lima — Rio de Janeiro

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