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sexta-feira, 10 de maio de 2019

Barroca minimiza posse de bola, característica de seu Botafogo: "Apenas uma ferramenta"


Treinador do Alvinegro afirma que trocar mais passes é somente uma forma que usa para ter mais chances de chegar ao gol do time adversário, mas que não tem tanta importância



O Botafogo de Eduardo Barroca tem se caracterizado pelo toque de bola e valorização da posse. Mas para o técnico do Alvinegro, ficar um tempo maior com o domínio da redonda não é algo tão determinante assim. Em coletiva na manhã desta sexta-feira, no Nilton Santos, o técnico disse que essa é somente uma forma de ter um controle maior das ações da partida.


- Eu entendo que tentar ter o controle do jogo é uma ferramenta para ter mais chances para sua equipe e menos para o rival. Eu não entendo que a posse da bola tem uma importância tão grande como as pessoas falam, é apenas uma ferramenta dentro do jogo.



Eduardo Barroca vê semelhanças no jogo com Diniz e minimiza a importância da posse de bola — Foto: Edgard Maciel de Sá/GloboEsporte.com


No próximo sábado, o adversário é um time que tem o mesmo estilo de jogo: o Fluminense de Fernando Diniz. A partida marcada para as 16h no Maracanã terá um embate ideológico bem definido e que o próprio Barroca enxerga como semelhante entre os times.


- Me identifico muito com a forma como o Diniz pensa o mundo esportivo. Já tive oportunidades de pensar com ele. Me identifico quando ele fala que sofreu angustias como jogador. Procuro fazer minhas escolhas e tomar decisões pensando no lado do jogador, do indivíduo. Entendo que a forma dele de jogar e trabalhar assim como a minha tem uma conexão como pensamos o mundo esportivo e a vida em geral.



Outros tópicos da entrevista coletiva de Eduardo Barroca


Bom ambiente
Entendo que uma pessoa que não está feliz não consegue realizar nada em plenitude. Se eu não tiver com a família equilibrada, filhos com saúde, pais bem, não vou conseguir desenvolver meu trabalho da melhor forma. O atleta precisa se sentir feliz no treino, precisa crescer nos momentos de desconforto... É muito importante que ele se sinta feliz e entenda a lógica de tudo para realizar as coisas da melhor forma. Tento pautar sempre meu trabalho em critérios e coerência.



Importância de vencer clássico


Pensando na competição em especial, mais importante do que ganhar clássico é a chance da terceira vitória em quatro jogos. Quando começamos, deixamos claro que precisávamos dar o máximo até a pausa da Copa América. Para, aí sim, redesenhar e ganhar uma coletividade maior. Terceira vitória seria muito especial. Sabemos que é um jogo muito difícil, adversário que costuma se impor, treinador com ideia consolidada de trabalho, coletividade avançada. Temos condição de nos superar. A forma como os jogadores vem se dedicando me dá confiança.


Problemas na escalação

Gilson e João Paulo estão com desgaste muscular. Não vou conseguir dar a escalação, porque dependemos do processo de recuperação deles.


Dificuldades contra o Fluminense

Fluminense tem um time, apesar de jovens, com muita experiência. Alan e Caio Henrique jogaram comigo no Sul-Americano Sub-20 em 2017 no Equador... Pedro já com protagonismo nacional. Gilberto passou pela base do Botafogo. Tem aqueles formados no Fluminense que sempre foram referências a nível nacional como Calazans, Mascarenhas, Frazan, Daniel, atletas de nível de seleção na base. Vai ser um jogo difícil pelo nível dos jogadores e pela coletividade que o Flu tem já em nível avançado.


O que esperar do clássico

É possível controlar o jogo sem a bola, mas depende muito das situações da partida. As duas equipes vão tentar fazer um jogo de imposição, será um duelo muito interessante. Ambos vem tentando jogar de forma agressiva, para ganhar todos os seus jogos. Fluminense vem de uma vitória muito importante, o Botafogo também. A expectativa é que possamos fazer um grande duelo, grande jogo. Que as pessoas saiam satisfeitas com a qualidade do espetáculo.


Acho que as duas equipes se equivalem na forma, nas individualidades e nas ideias. Vai ser um duelo bom, um jogo de coragem, de equipes que querem buscar coisas grandes na competição. É a leitura que tenho. Botafogo e Fluminense podem brigar na parte de cima da competição



O que vislumbra no Bota

Meu objetivo é conquistar a torcida do Botafogo através de resultados, de bom futebol e mostrando que esses jogadores além da qualidade técnica estão querendo levar o Botafogo ao melhor lugar possível. Tenho cobrado muito, com nível de exigência beirando a plenitude mesmo sabendo os riscos na parte física. Cobro intensidade máxima e a resposta tem sido muito boa. Temos uma boa margem para crescimento. Com a sequência o crescimento será muito grande.


Primeiro clássico como treinador profissional

É um sentimento muito especial, sou um carioca de Del Castilho. Na minha infância isso sempre me estimulou muito e fez a diferença para eu seguir esse caminho profissional. Mas quando começar o jogo, isso fica de lado. Estou muito feliz de trabalhar no Botafogo, dessa oportunidade, mas muito concentrado na responsabilidade que assumi. Meu foco nesse momento está canalizado para tudo o que falei.


Fonte: GE/Por Edgard Maciel de Sá — Rio de Janeiro

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