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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Após derrota em Fortaleza, Eduardo Barroca resume momento do Botafogo: "A gente está na guerra"


Treinador volta a valorizar empenho dos jogadores, destaca que time ainda tem "gordura" em relação ao Z-4, mas reafirma necessidade de vencer o Fluminense, no domingo




Melhores momentos de Fortaleza 1 x 0 Botafogo pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro


O Botafogo jogou mal no Castelão e foi superado pelo Fortaleza por 1 a 0 sem incomodar seu adversário. Apesar da atuação ruim, Eduardo Barroca tratou de defender o grupo e, ao fazê-lo, resumiu a situação atual da equipe: "Na guerra".


- Mais uma vez eu estou aqui de peito aberto para defender meus jogadores, estão se dedicando de todas as formas. A gente não está indo para a guerra, a gente já está na guerra.



Eduardo Barroca concede entrevista após derrota em Fortaleza — Foto: Reprodução


- A gente precisa se reerguer, porque a competição tem essa características: em alguns momentos você oscila, e a gente está nesse momento. Tentar fazer grande jogo contra o Fluminense, vencer o Fluminense, quebrar essa sequência.


Embora tenha defendido os jogadores e citado os oito pontos de vantagem que o Botafogo tem em relação à zona de rebaixamento, destacou o quão fundamental é vencer o Fluminense domingo, às 16h, no Nilton Santos.


- A gente ainda tem uma gordura de pontuação de segurança para a zona de baixo, logicamente a gente precisa interromper essa série de resultados negativas para que a gente possa voltar a ter uma série de negativas.


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Tentativa de reação do Botafogo

- A equipe do Fortaleza nos colocou algumas dificuldades principalmente na imposição física, num jogo com muita velocidade com Edinho, Osvaldo, Romarinho e depois o André. No segundo tempo, o Fortaleza voltou com ímpeto grande, fez um gol no início que foi anulado. Depois do seu gol de bola parada, nossa equipe tentou buscar o empate de todas as formas.


- Naturalmente quando você vai buscar o empate, acaba dando uma desorganizada. Não foi suficiente para conseguir o empate. A gente queria muito a vitória, era um jogo muito importante, mas foi insuficiente. Diante dessas circunstâncias, a gente precisa não falar muito, é continuar trabalhando e levantar a moral dos jogadores.


Chegada de Rogério Ceni influenciou?


- No jogo do Rio de Janeiro, a gente já tinha enfrentado uma equipe do Fortaleza bem organizada. Com o Zé Ricardo também entendi que, apesar dos resultados negativos, era uma equipe muito qualificada, com jogadores de muita velocidade, um definidor experiente, uma dupla de zaga experiente. Uma equipe muito bem arrumada, com bons jogadores, sabíamos que enfrentaríamos uma equipe muito difícil, independentemente se seria o Zé ou o Rogério, e hoje o Fortaleza foi feliz.


Objetivo dos 13 pontos no terceiro ciclo

- Faltam ainda seis jogos para eu fechar esse ciclo, são 18 pontos, e a gente precisa pensar no jogo a jogo. Iniciamos o terceiro ciclo de uma forma que não gostaríamos, precisamos quebrar essa sequência, voltar a vencer, principalmente dentro de casa, para buscar o máximo de pontos dentro desses 18 possíveis. Se não der, temos 10 jogos no quarto ciclo para fazer essa compensação.


- Eu divido em ciclos apenas para dar referência. O fundamental nesse momento é se preparar da melhor forma possível, ver se os jogadores que desfalcaram o time voltam. Hoje, começamos a partida com cinco jogadores formados na base, temos feito isso de forma recorrente. Tem sido bom porque temos dado experiência para esses jogadores, mas é fundamental ter todos à disposição para sairmos dessa juntos.


Três derrotas seguidas

- Ainda não tinha enfrentado uma sequência como essa, não estou satisfeito, mas agora cabe a nós buscarmos solução. Não é um momento para apontar erros. Eu sou o treinador, cabe a mim tentar buscar as soluções dentro da equipe que tenho. A gente precisa se reerguer dentro desse contexto em que estamos envolvidos.


Explicando as mexidas

Sobre as substituições, fiz a tentativa com os jogadores de meio-campo, com um poder de criação maior e que pudessem dar certa experiência. Precisávamos arriscar mais, mas o próprio contexto do jogo fez com que todo o potencial deles não fosse colocado em prova, porque a gente foi jogando contra o Fortaleza e contra o tempo.


Posse de bola defensiva e falta de pressão do Botafogo


- Eu entendo que o Botafogo ficou um pouco espaçado, mas para o segundo tempo, quando a gente precisou fazer um jogo mais direto, que não é muito a nossa característica, eu coloquei o Victor com o Diego, já que a gente estava com dificuldade de fazer a transição do meio para a frente. O Fortaleza estava com a vantagem, naturalmente se posicionando atrás da linha da bola e, quando a gente colocava a bola ou em cruzamento ou em conexão por dentro ou em bola disputada por cima, naturalmente nos momentos em que a gente perdia essa bola o jogo ficava um pouco mais de transição e não é uma característica nossa.


Estratégia no primeiro tempo


- Acho que a gente tentou em alguns momentos no primeiro tempo pressionar o Fortaleza. A equipe do Fortaleza, como estratégia, usa uma bola longa direcionada nos laterais e nos pontas, uma bola treinada, o Tinga e o Carlinhos fazem isso muito bem e, quando a gente pressiona, eles conseguem sair dessa pressão com essa bola longa. São agressivos e acabam ganhando essa segunda bola no nosso campo de defesa, mas acho que no primeiro tempo o Botafogo se comportou bem, criou chances.


- No segundo tempo, antes do gol anulado do André Luís, o Luiz Fernando teve uma chance até mais clara e futebol é assim. A gente precisava aproveitar nossa oportunidade, fazer vantagem nesse momento em que estamos vivendo. Não fomos competentes, a responsabilidade é minha como treinador. Agora é recuperar esses jogadores para o jogo contra o Fluminense.


*Mais informações em instantes


Fonte: GE/Por Beatriz Carvalho — Fortaleza

Atuações do Botafogo: Marcelo faz gol contra em péssimo jogo coletivo no Castelão


Com criação paupérrima, time tem poucas chances no primeiro tempo e piora na etapa final; Fortaleza não amplia por falta de poder de fogo



Marcelo [ZAG]

Vem de atuações ruins desde a partida contra o São Paulo e fez gol contra em lance no qual Gatito estava inteiro para socar a bola. Eram três do Botafogo no lance, e Marcelo tomou a pior decisão possível.

Nota: 4,0




Fortaleza, Botafogo, Castelão — Foto: Thiago Gadelha / SVM


Diego Souza [ATA]

Diego Souza criou jogadas, deu um presente para Cícero no início do jogo e, mesmo com pouca mobilidade, buscou espaços para tentar alternativas. A luta solitária, porém, o desgastou. Foi dos poucos que tentou algo.


Nota: 6,0


Lucas Barros [LAE]

Jovem, o substituto de Gilson sentiu a titularidade. Abusou dos cruzamentos da intermediária, a maioria deles errado.


Fernando [LAD]

O lateral-direito foi superado por Osvaldo na maioria das jogadas. No gol anulado do Fortaleza, André Luís não tomou conhecimento de Fernando, que teve uma noite bastante ruim no Ceará.


Nota: 4,0




Notas:


Gatito [GOL] - 5,5

Fernando [LAD] - 4,0

Marcelo [ZAG] - 4,0

Gabriel [ZAG] - 5,5

Lucas Barros [LAE] - 4,5

Cícero [VOL] - 5,0

(Victor Rangel [ATA]) - Sem Nota

Bochecha [VOL] - 5,0

João Paulo [MEI] - 5,0

(Valencia [MEI]) - 5,0

Luiz Fernando [ATA] - 5,0

(Marcos Vinicius[MEI]) - 5,0

Marcinho [ATA] - 5,0

Diego Souza [ATA] - 5,5


Fonte: GE/Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro

Fortaleza x Botafogo: tudo que você precisa saber sobre o jogo da rodada #22


Veja escalações, desfalques, pendurados, arbitragem e transmissão do jogo desta segunda





— Foto: Infoesporte


Fortaleza e Botafogo se enfrentam às 20h (de Brasília) desta segunda-feira, no Castelão, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. As equipes estão separadas por cinco pontos na tabela de classificação. O GloboEsporte.com vai transmitir, ao vivo em vídeo, o confronto. Para acompanhar basta estar logado gratuitamente na Globo.com.


Há quatro jogos sem vencer, o Fortaleza segue pressionado para voltar a conquistar um resultado positivo e aumentar a distância da zona de rebaixamento. O Tricolor do Pici teve a última semana agitada após derrota por 4 a 1 para o Athletico-PR e troca de técnicos - saiu Zé Ricardo, voltou Rogério Ceni.


Já o Botafogo não vence há três rodadas. Vem de duas derrotas consecutivas na competição, o que aumenta a pressão por uma vitória fora de casa. Os três pontos diante do Fortaleza dariam tranquilidade ao Glorioso para buscar a meta definida por Eduardo Barroca no que ele chama de terceiro ciclo do time no Brasileirão.


Transmissão: Premiere e Premiere Play (com Eduardo Moreno, Ana Thais Matos e Lédio Carmona). O GloboEsporte.com transmite em Tempo Real a partir de 18h30. Acompanhe também ao vivo em vídeo. Depois do jogo, siga as entrevistas com técnicos e jogadores.




— Foto: Infoesporte



Fortaleza - técnico Rogério Ceni


Contratação anunciada pelo clube neste domingo, Rogério Ceni já vai acompanhar a equipe contra o Botafogo. Ceni chegou após ser demitido pelo Cruzeiro. O Fortaleza deve entrar em campo com o esquema tático 4-2-4, o preferido pelo técnico na primeira passagem pelo clube, com dois volantes e quatro jogadores de ataque.


O único desfalque para a partida é Felipe Alves, que está em tratamento no departamento médico após sentir o adutor da coxa esquerda. Marcelo Boeck é o suplente direto na posição.


Quem está fora: Felipe Alves (DM).


Pendurado: Juan Quintero.




Provável Fortaleza contra o Botafogo — Foto: Globoesporte.com


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Botafogo - técnico Eduardo Barroca



O Botafogo ainda não sofreu três derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro. E Eduardo Barroca quer evitar que esse número negativo aconteça diante do Fortaleza. Depois de perder para São Paulo e Bahia, o técnico buscará uma vitória fora de casa para recuperar a confiança do time para a sequência da competição.


Para isso, Barroca terá os retornos de Fernando e Luiz Fernando, que cumpriram suspensão na rodada passada. Outra novidade na equipe é Lucas Barros no lugar de Gilson, expulso contra os baianos.


Quem está fora: Carli (transição), Gilson (suspenso) e Alex Santana (torção no pé).


Pendurados: Carli, Marcelo, Marcinho, Gilson, Cícero, Bochecha, Alex Santana, Leo Valencia e Rodrigo Pimpão.




Provável Botafogo contra o Fortaleza — Foto: GloboEsporte.com


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— Foto: Infoesporte


Andre Luiz de Freitas Castro apita a partida, auxiliado por Fabricio Vilarinho da Silva e Cristhian Passos Sorence. O trio é de Goiás. Elmo Alves Resende Cunha (GO) é o árbitro de vídeo, que tem como assistentes Igor Junio Benevenuto de Oliveira (MG) e Marcus Vinicius Gomes (MG). O quarto árbitro é Adriano Barros Carneiro (CE).



Fonte: GE/Por GloboEsporte.com — Fortaleza

    domingo, 29 de setembro de 2019

    Após derrotas, Botafogo precisa de aproveitamento alto para alcançar meta do 3º ciclo


    Resultados negativos contra São Paulo e Bahia no início do returno complicam vida do Alvinegro, que terá que bater 61,9% de aproveitamento para conseguir objetivo traçado por Barroca


    Vitor Silva/Botafogo


    Depois de fazer 27 pontos no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, Eduardo Barroca traçou como objetivo para o Botafogo conseguir outros 13 nas primeiras nove rodadas do returno, período que marca seu terceiro ciclo à frente do clube. As derrotas para São Paulo e Bahia atrapalham os planos, e o Alvinegro vai precisar de 61,9% de aproveitamento se quiser atingir a meta.


    Eduardo Barroca dividiu o Campeonato Brasileiro do Botafogo em quatro ciclos: 1ª à 9ª rodada, 10ª à 19ª rodada, 19ª à 28ª rodada e 29ª até a rodada final. Levando em consideração a queda de rendimento do primeiro para o segundo ciclo e as duas derrotas consecutivas, sendo uma em casa, alcançar a meta parece uma realidade distante.


    Aproveitamentos nos ciclos

    Primeiro (nove jogos): 55,5%

    Segundo (dez jogos): 40%


    - Precisaria de 13 pontos nos nove jogos, aí eu teria os dez jogos finais para buscar o que me interessa no campeonato. Hoje o campeonato nos oferece três coisas: rebaixamento, Sul-Americana e Libertadores. Quanto antes a gente eliminar uma, mais jogos teremos para brigar pelas outras - disse Barroca recentemente ao GloboEsporte.com.



    Botafogo tem sete jogos para alcançar 13 pontos: meta definida por Barroca para o 3º ciclo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


    Para alcançar o objetivo, o Botafogo precisa fazer 13 pontos não em nove jogos, como definido previamente, mas em sete. Desses, quatro serão fora de casa.


    Próximos sete jogos do Botafogo


    Fortaleza (fora)

    Fluminense (casa)

    Goiás (casa)

    Palmeiras (fora)

    Vasco (fora)

    CSA (casa)

    Grêmio (fora)


    A fase, levando em consideração sete jogos em sequência, mais produtiva do Botafogo no campeonato foi da 2ª à 8ª rodada, quando alcançou cinco vitórias e duas derrotas. Os 15 pontos conquistados equivalem a 71,42% de aproveitamento.


    É esta sequência que o time de Barroca precisa ter em mente para manter o sonho da Libertadores vivo na parte final da competição.


    Fonte: GE/Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro

    sexta-feira, 27 de setembro de 2019

    Tite convoca Marcinho, do Botafogo, para substituir Danilo na Seleção


    Lateral da Juventus tem lesão muscular e foi cortado dos amistosos. Jogador tem 23 anos e foi elogiado por Tite em agosto de 2018. É o oitavo jogador chamado pelo técnico para a posição




    Técnico da seleção brasileira, Tite vai chamar Marcinho, do Botafogo, para substituir Danilo, da Juventus, cortado após sofrer lesão muscular em partida contra o Brescia, na última terça-feira. O jogador do Botafogo, de 23 anos, é o oitavo nome do futebol brasileiro convocado para esta data Fifa de outubro. O Brasil enfrenta Senegal e Nigéria dias 10 e 13 de outubro.


    Com isso, Marcinho perderá os jogos contra Goiás (dia 9 de outubro, no Nilton Santos), Palmeiras (12, em São Paulo) e provavelmente o clássico com o Vasco (16, em São Januário) já que os jogadores retornam ao Brasil da desgastante viagem a Singapura no dia 15.



    Marcinho vinha atuando na ponta direita nos últimos jogos com Eduardo Barroca — Foto: Vitor Silva/Botafogo


    O time italiano informou, em boletim médico, que Danilo só retorna aos gramados depois da data Fifa - conforme nota oficial da Juve, que falava em "lesão leve no bíceps femoral do músculo esquerdo".


    Na última data Fifa, Tite havia chamado, além do titular Daniel Alves, Fagner, que foi para a Copa de 2018 e também fez parte do elenco do título da Copa América deste ano. Desde que assumiu a Seleção, o treinador convocou Daniel, Fagner, Danilo, Rafinha (hoje no Flamengo), Mariano, Marcos Rocha e Fabinho, hoje volante no Liverpool.



    Fonte: GE/Por Raphael Zarko — Rio de Janeiro

    quinta-feira, 26 de setembro de 2019

    Botafogo tem vitória contra Willian Arão no TST, e julgamento final deve acontecer em outubro


    Impasse, que já dura quase três anos, deve ter definição em até 15 dias. Tribunal acata recurso alvinegro, dá prosseguimento ao caso, mas não entra no mérito da questão



    Alexandre Loureiro/BP Filmes


    No primeiro julgamento do caso Willian Arão x Botafogo em última instância no Tribunal Superior do Trabalho, realizado nesta quarta-feira, em Brasília, vitória alvinegra. E por unanimidade. Os três ministros da 4ª Turma do TST deram provimento a solicitação do Botafogo para que o recurso principal seja "destrancado". Arão trocou General Severiano pelo Flamengo no início de 2016. Soma 210 jogos e 23 gols pelo Rubro-Negro. Com a Estrela Solitária, fez 58 partidas e sete gols.


    +LEIA MAIS: TRT nega envio de recurso do Botafogo para Brasília no caso Willian Arão


    +LEIA MAIS: E o caso Arão? Estopim da crise entre Flamengo e Botafogo, imbróglio vive seu capítulo final


    Ou seja, o TST julgou que a argumentação do Botafogo no sentido de rever derrotas no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ).


    Em Brasília, o TST entendeu que que procede o recurso do Botafogo e cabe julgamento do mérito. Foi a primeira vitória do Botafogo no caso, uma vez que o TRT-RJ julgou e entendeu, em duas instâncias, que Arão tinha razão no caso.


    O recurso de revista (mérito) geralmente é analisado na sessão seguinte do provimento do agravo ou no máximo em 15 dias.. Ou seja, se nenhum ministro da Turma pedir vista ou o relator tirar o processo da pauta da semana que vem, a Turma vai dar uma definição final do mérito do processo nas próximas duas semanas.


    O recurso principal deverá ser julgado na primeira sessão ordinária após o término do prazo de cinco dias úteis, contados a partir da data da publicação da certidão de julgamento. Ainda não houve a publicação do acórdão, mas o Botafogo foi informado que o julgamento deve acontecer dentro de 15 dias.


    O jurídico do Botafogo não esconde a confiança em recuperar os direitos federativos de Arão, hoje no Flamengo, e entende que o TST é a via mais precisa para apreciação do caso, lembrando que o clube sofreu derrotas em primeira e segunda instância no TRT do RJ.



    Willian Arão defendeu o Botafogo em 2015 — Foto: Vitor Silva/SSPress


    Relembre o caso:

    Entenda o caso Botafogo x Arão
    O contrato de Arão com o Botafogo previa renovação automática por mais um ano, em caso de depósito de R$ 400 mil. Nesse caso, a multa do jogador passaria a valer R$ 20 milhões. Em novembro de 2015, o clube chegou a depositar duas vezes o valor para acionar o dispositivo de renovação automática, mas ambos foram devolvidos por Arão, que já desejava se transferir para o Flamengo. A Justiça tornou sem efeito a cláusula por entender que o contrato fere a nova resolução da Fifa que proíbe investidores de ter direitos econômicos de atletas.


    Na visão da juíza da 27ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, o próprio volante foi considerado seu "investidor" e dono de parte do montante econômico na renovação. O Botafogo discorda da interpretação e por isso leva o caso adiante. Depois de derrotas em duas instâncias, o departamento jurídico acredita que o processo ainda pode ser revertido no TST, em Brasília.


    Fonte: GE/Por Fred Gomes e Marcelo Baltar — Rio de Janeiro

    Barroca afirma que Botafogo ia bem até Gilson ser expulso: "O jogo ficou outro"

    Treinador alvinegro afirma ainda ter dúvidas se lateral-esquerdo mereceu ou não o cartão vermelho

    Por Thiago Pereira — Salvador


    Melhores momentos: Bahia 2 x 0 Botafogo pela 21ª rodada do Brasileirão


    Após a derrota por 2 a 0 para o Bahia, na Fonte Nova, Eduardo Barroca analisou que o Botafogo atuava bem até Gilson ser expulso, aos 33 minutos do primeiro tempo, momento em que o adversário já vencia por 1 a 0.

    - A ideia era ter três jogadores com maior velocidade na frente e um meio-campo com experiência boa. Sabíamos que seria um jogo difícil aqui. Ideia era ter Cícero, João Paulo e Diego, experientes, para termos a bola. Até o momento da expulsão, acho que o Botafogo fazia boa partida, tentando controlar as ações e segurando um pouco o ímpeto do Bahia.
    - Depois da expulsão, o jogo ficou outro, uma situação extremamente atípica. A ideia foi essa. Diego treina, fez essa função de meia durante algumas partidas. Hoje optei por começar com três jogadores de maior velocidade na frente.

    eduardo barroca botafogo coletiva — Foto: Thiago Pereira


    Confira outros tópicos:

    Postura até a expulsão

    Até a expulsão, a gente estava fazendo o que estava combinado. Tentávamos ter a bola no nosso pé, tivemos uma chance clara que Juninho tirou de cabeça em cima do linha. Tivemos uma falta na entrada da área do Cícero, tivemos algumas faltas laterais que colocamos na área, uma com o Marcinho que quase entrou direto. A gente tava fazendo um bom jogo até a expulsão.

    Gol adversário

    - Sofremos um gol no mérito da equipe do Bahia, numa boa jogada do Moisés. Mas depois da expulsão o jogo realmente ficou muito atípico e difícil. A gente tentou levar o 1 a 0 o máximo que pudesse para tentar arriscar alguma coisa no final, mas o Bahia teve o mérito do segundo gol, e aí ficou muito difícil competir. O Bahia tem bom treinador, tem um bom investimento. Está com o elenco equilibrado, está ajustado. Está muito difícil de jogar contra o Bahia aqui.

    Expulsão justa?

    - Tive a oportunidade de ver a imagem agora, estou com um pouco de dúvida para ver se o Gilson encostou no Élber ou não. Depois a partida ficou muito atípica.

    Como passar tranquilidade a esse grupo, que é majoritariamente jovem, após duas derrotas consecutivas?

    - A gente precisa ter ciência do momento que estamos passando enquanto instituição. Desportivamente, os jogadores vão ter sempre de mim uma figura que vai protegê-los. Que vai fazer as cobranças e ajustes desportivos, mas um treinador que vai blindá-los diante da dedicação que eles têm tido. Hoje eles mais uma vez faziam uma partida igual, e um lance isolado fez com que a partida ficasse atípica.

    - A gente precisa passar por esse momento de instabilidade na competição, trabalhar firme e tentar a vitória contra o Fortaleza. Temos um time muito jovem e hoje eu terminei com quatro ou cinco jogadores da base. Esse é o time que temos para tentar voltar a crescer na competição, buscar grandes coisas no Brasileiro. Saber passar por esse momento, não transferir responsabilidade para que a gente se recupere desse resultado e consiga fazer um grande jogo contra o Fortaleza.

    Lucas Barros substitui Gilson, suspenso, contra o Fortaleza

    O Lucas é o único lateral-esquerdo no elenco além do Gilson, provavelmente ele quem vai jogar. Mas ainda é cedo, Lucas fez mais de 45 minutos, vamos ver como vai ser a recuperação dele, mas ele quem deve jogar sim.

    Relação com o Bahia, onde trabalhou por muitos anos

    - Gratidão muito grande ao Bahia, devo muito ao Bahia, porque me ajudou a me formar como profissional. Aqui trabalhei com diversos treinadores, passei por diversas situações. Recebo sempre um grande carinho e respeito dos torcedores do Bahia. É sempre especial para mim qualquer coisa relacionada ao Bahia.

    - Tanto no Rio, quando a gente jogou lá e venceu, quanto hoje. Tenho ciência que o Bahia cresceu ainda mais, está muito forte. Tem grande treinador, uma equipe de trabalho muito boa e com grandes jogadores. Fico feliz de ver uma equipe pela qual tenho carinho tão grande num processo de crescimento.

    quarta-feira, 25 de setembro de 2019

    Bahia x Botafogo: tudo que você precisa saber sobre o jogo da rodada #21


    Veja escalações, desfalques, pendurados, arbitragem e transmissão do jogo desta quarta




    — Foto: Infoesporte



    Bahia e Botafogo se enfrentam na noite desta quarta-feira, às 21h30 (horário de Brasília), na Arena Fonte Nova, em Salvador, em jogo válido pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro.


    Depois de ser derrotado pelo Corinthians e se afastar quatro pontos do G-6, o Bahia enxerga na partida contra o Botafogo a oportunidade de reabilitação, sobretudo por jogar em Salvador, onde tem 70% de aproveitamento, o que lhe confere a sexta melhor campanha como mandante na Série A.


    O Botafogo precisa voltar a vencer para subir na tabela e não se afastar do pelotão de frente. Depois da derrota em casa para o São Paulo, o Glorioso espera repetir a boa atuação contra o Tricolor baiano no primeiro turno para conquistar mais três pontos.


    Transmissão: TV Globo para BA (com Thiago Mastroianni, Gustavo Castellucci e Jailson Freitas) e Premiere e Premiere Play (com Eduardo Moreno e Paulo Cesar Vasconcellos). O GloboEsporte.com transmite em tempo real a partir de 20h. Após o jogo, acompanhe as entrevistas com técnicos e jogadores das equipes.




    Escalações prováveis — Foto: Infografia


    Bahia - técnico Roger Machado


    A principal dúvida de Roger Machado está no ataque: promover o retorno de Lucca ou manter Élber? No meio-campo, a expectativa é de uma equipe mais criativa, portanto Guerra deve ocupar a vaga de Ronaldo.


    Quem está fora: Ernando está no departamento médico; Rogério em fase final de recuperação de lesão.


    Pendurados: Flávio e Artur.



    Provável escalação do Bahia contra o Botafogo — Foto: GloboEsporte.com


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    Botafogo - técnico Eduardo Barroca


    Eduardo Barroca tem cinco desfalques confirmados para o jogo contra o Bahia: Carli, Fernando, Alex Santana, Jean e Luiz Fernando. A escalação terá pelo menos duas alterações em relação à derrota para o São Paulo: Diego Souza volta ao time titular, Rodrigo Pimpão pode ganhar nova oportunidade. Victor Rangel deverá ser mantido no ataque.


    Quem está fora: Carli (desconforto na coxa), Fernando (suspenso), Alex Santana (torção no pé), Jean (cirurgia no nariz) e Luiz Fernando (suspenso).


    Pendurados: Carli, Marcelo, Marcinho, Gilson, Cícero, Bochecha, Alex Santana, Leo Valencia e Rodrigo Pimpão.




    Provável escalação do Botafogo contra o Bahia — Foto: GloboEsporte.com



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    Arbitragem — Foto: Foto: infoesporte


    Flavio Rodrigues de Souza apita a partida, auxiliado por Emerson Augusto de Carvalho e Neuza Ines Back. O trio é de São Paulo. Thiago Duarte Peixoto é o árbitro de vídeo, que tem como assistentes Marcio Henrique de Góis e Evandro de Melo Lima. O trio de vídeo também é paulista.



    Fonte: GE/Por GloboEsporte.com — Salvador

    terça-feira, 24 de setembro de 2019

    Bahia x Botafogo: com Victor Rangel e Pimpão, veja provável escalação de Eduardo Barroca


    Centroavante ganhou oportunidade contra o São Paulo e será mantido na equipe, na vaga de Luiz Fernando; Rodrigo Pimpão também deverá ter nova oportunidade com o técnico


    A escalação do Botafogo para o jogo contra o Bahia, nesta quarta, às 21h30, na Arena Fonte Nova, terá pelo menos três alterações em relação à derrota para o São Paulo: Luiz Fernando e Fernando, suspensos, desfalcam o Glorioso, enquanto Diego Souza volta ao time titular. Victor Rangel deverá ser mantido no ataque, e Rodrigo Pimpão pode ganhar nova oportunidade. Valencia e Lucas Campos correm por fora.


    Assim, a provável escalação do Botafogo contra o Bahia é: Gatito; Marcinho, Marcelo, Gabriel, Gilson; Cícero, Bochecha, João Paulo; Pimpão, Diego Souza, Victor Rangel.


    Em entrevista coletiva nesta terça, Victor Rangel falou sobre a possibilidade de atuar ao lado de Diego Souza.


    - Diego é um jogador profissional e diferenciadíssimo, joga em todas as funções da frente. No dia a dia eu o admiro muito e procuro aprender com ele pelo jogador excepcional que é. Se tiver a oportunidade de jogar com ele, tomara que a gente consiga fazer o melhor.



    Victor Rangel foi titular contra o São Paulo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


    Com Fernando fora, Marcinho voltará à lateral direita. Carli, com desconforto muscular, e Alex Santana, recuperando-se de torção no pé, seguem fora. Eduardo Barroca ainda não terá Jean como opção. O volante operou o nariz para corrigir uma obstrução de via aérea.



    Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

    É proibido cochilar: Botafogo liga alerta após sexta derrota com gols após os 30 do segundo tempo


    Eduardo Barroca admite queda de rendimento nos segundos tempos e busca melhora nas primeiras etapas: "todos os jogos que levamos a vantagem para o intervalo, a gente ganhou"




    Pablo marcou o segundo gol do São Paulo na vitória sobre o Botafogo no fim da segunda etapa — Foto: André Durão/GloboEsporte.com



    Contra o São Paulo, o Botafogo foi um time no primeiro tempo e outro no segundo. Vacilos no fim têm preocupado Eduardo Barroca, tanto que seis das nove derrotas da equipe no Brasileiro foram definidas após os 30 minutos da etapa complementar. Em contrapartida, venceu apenas um duelo no apagar das luzes.


    O Botafogo sofreu oito gols depois dos 30 minutos do segundo tempo. Contra o Flamengo, quase isso. Foi vazado aos 28 minutos da etapa final. Apenas contra o CSA, o Alvinegro venceu com gols no fim: marcou aos 37 e aos 48 depois de sair perdendo.


    Em entrevista concedida ao GloboEsporte.com na semana passada, Barroca revelou a preocupação com os gols sofridos no fim. E foi além. Não é preciso apenas se atentar a isso, mas sobretudo crescer nos primeiros tempos dos jogos para não ter que ficar correndo riscos durante os 90 minutos.


    - Sofremos muitos gols no final, mas também fizemos. Uma coisa que cobro muito dos jogadores é melhorar nosso desenvolvimento de primeiro tempo, porque em todos os jogos que levamos a vantagem para o intervalo, a gente ganhou. Tenho estimulado eles a buscarem essa vantagem no primeiro tempo, e eles estão tentando - disse o treinador.


    Vale destacar que contra São Paulo (no primeiro turno) e Internacional, os adversários já tinham a vantagem mínima. Porém os gols do tricolor Hudson e do colorado Nico López, ambos marcados aos 37 minutos da etapa final, praticamente mataram os duelos em questão.


    João Paulo, no último sábado, lamentou muito o gol que deu a vitória por 2 a 1 ao São Paulo, aos 46 minutos da etapa final. O meio-campista entende que isso de certa forma apaga o que viu como uma boa atuação do Botafogo.


    - É mais difícil quando se toma um gol no finalzinho, porque tudo que a gente fez vai para baixo com essa derrota. Fizemos um jogo muito parelho e quando se perde um jogo desse no final é difícil de aceitar, mas a gente falou que o trabalho tem que ser esse - afirmou João.



    Confira os gols sofridos e os gols marcados pelo Botafogo no fim das partidas:
    São Paulo 2x0 Botafogo - tomou o segundo gol aos 37 do 2º tempo

    Botafogo 3x2 Bahia - tomou o segundo gol aos 37 do 2º tempo

    Goiás 1x0 Botafogo - tomou o gol aos 41 do 2º tempo (decisivo)

    CSA 1x2 Botafogo - marcou os gols aos 37 e 48 do 2º tempo (decisivo)

    Botafogo 0x1 Grêmio - tomou o gol aos 35 do 2º tempo (decisivo)

    Botafogo 0x1 Santos - tomou o gol aos 30 do 2º tempo (decisivo)

    Inter 3x2 Botafogo - tomou o terceiro gol aos 37 (decisivo) e fez aos 49 do 2º tempo

    Botafogo 2x1 Atlético-MG - tomou o gol aos 47 do 2º tempo

    Botafogo 1x2 São Paulo - tomou o segundo gol aos 46 do 2º tempo (decisivo)


    Fonte: GE/Por GloboEsporte.com — Rio de Janeir

    segunda-feira, 23 de setembro de 2019

    Suspensões de Luiz Fernando e Fernando abrem espaço para Pimpão e Valencia no Botafogo


    Titular apenas duas vezes com Barroca, chileno entrou nos últimos três jogos; Marcinho voltará à lateral direita



    Eduardo Barroca perdeu dois titulares para o duelo com o Bahia, marcado para quarta-feira, às 21h30, na Fonte Nova, em Salvador. O lateral-direito Fernando e o atacante Luiz Fernando receberam o terceiro amarelo em sequência e estão suspensos. As baixas abrem espaço para Leonardo Valencia e Rodrigo Pimpão, que têm entrado nos últimos jogos, nas duas pontas. Marcinho volta para a lateral.


    Muito pedido pela torcida, Valencia esteve perto de deixar o Botafogo, tanto que fez um pedido ao clube para treinar à parte. A ida para o Colo Colo não se concretizou, o chileno voltou a trabalhar bem e passou a ter chances. Entrou no segundo tempo dos últimos três jogos.



    Valencia tem boa chance de iniciar contra o Bahia — Foto: Vitor Silva/Botafogo


    Em entrevista recente ao GloboEsporte.com, Barroca disse que vê Valencia como um jogador com características de camisa 10, mas ele jogou no lado de campo diversas vezes desde que chegou ao clube. O treinador, aliás, afirmou que deve oferecer oportunidades ao gringo.


    - Ele e o Marcos Vinícius têm mais características de camisa 10. O Marcos Vinícius tem mais potencial de finalização. Com certeza são jogadores que fazem parte dos planos. Eu me pauto na competição entre eles e no que o jogo me dá. A partida é um termômetro importante para meu treino, assim como o treino é para o jogo.


    - Léo tem tido suas chances depois de um tempo, mas sempre contei com ele. Naturalmente terá espaço. Se ele performar nos jogos, complementar a característica individual dele com o que precisamos para o jogo, com certeza tem totais condições para brigar por seu espaço. Tem experiência e qualidade técnica para isso.


    Valencia só foi titular duas vezes com Barroca, contra Palmeiras e Sol de América. Marcos Vinicius, com apenas um jogo sob o comando de Barroca, corre por fora.



    Rodrigo Pimpão finalizou duas vezes e deu mobilidade ao ataque alvinegro — Foto: Vitor Silva/Botafogo


    No ataque, Rodrigo Pimpão, que entrou bem contra o São Paulo, é favorito a ocupar a ponta direita. Como Marcinho voltará à lateral com a suspensão de Fernando, Pimpão tem tudo para ser escolhido, já que tem a confiança de Eduardo Barroca. Lucas Campos é outro candidato, mas perdeu espaço e não entrou em nenhum dos últimos três jogos.


    Após a saída de Erik, Pimpão foi titular em cinco jogos consecutivamente, depois sentiu um problema no pé direito e acabou abrindo brecha para Barroca apostar - e gostar - na opção com Fernando na lateral e Marcinho na ponta.


    Velhos conhecidos da torcida e titulares nas últimas temporadas, Valencia e Pimpão largam na frente pelas vagas de Marcinho e Luiz Fernando.


    Em relação ao restante do time, Eduardo Barroca ainda não sabe se poderá contar com Carli ou Alex Santana, que se recuperam de desconforto na coxa direita e torção do tornozelo esquerdo respectivamente.


    A provável equipe que enfrenta o Bahia é: Gatito, Marcinho, Marcelo (Carli), Gabriel e Gilson; Bochecha (Alex Santana), Cícero e João Paulo; Valencia, Rodrigo Pimpão (Lucas Campos) e Diego Souza.


    Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

    domingo, 22 de setembro de 2019

    João Paulo diz que fez seu melhor jogo pelo Botafogo após grave lesão, mas minimiza: "Trocaria pela vitória"


    Meio-campista de 28 anos termina partida como líder de roubadas de bola, marca o gol alvinegro, mas vê vitória do São Paulo como um golpe duro diante de duelo equilibrado




    André Durão





    Gol do Botafogo! Bochecha toca para João Paulo, que bate colocado para empatar partida, aos 45' do 1º tempo


    João Paulo não saiu feliz do Nilton Santos após a derrota por 2 a 1 para o São Paulo, na manhã de sábado, mas pode se orgulhar de sua atuação. Marcou o gol alvinegro e esbanjou raça, lembrando o jogador que se destacou na Libertadores 2017. Ele mesmo reconheceu que foi a melhor após a fratura sofrida na perna direita, em março de 2018.


    - Acho que sim (que foi o melhor jogo após a contusão), fiz um jogo consistente, claro que o gol dá um peso a mais. Mas trocaria esse destaque todo por uma vitória nossa.


    João foi o líder de roubadas de bola do jogo (ao lado de Gabriel e Hernanes), com três, e fez dois desarmes. Num deles, bloqueou Daniel Alves, gritou em seguida e levantou a torcida, que começou a tradicional latida em homenagem aos "pitbulls" em campo.


    O gaúcho de 28 anos exaltou a importância do gol individualmente, mas ao mesmo tempo tratou de minimizá-lo diante da frustração por sofrer a derrota nos acréscimos.


    - Muito importante, claro. A gente sempre busca estar melhorando e numa crescente, dá mais confiança, mas, quando se perde um jogo assim, a gente olha apenas o lado coletivo e busca a melhora para a partida contra o Bahia.



    João Paulo vibra muito com gol marcado diante do São Paulo — Foto: André Durão



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    Acredita que a defesa perdeu solidez? O segundo gol é um indicativo disso pela falha coletiva?
    - Não vejo como a defesa. Quando a gente toma gol de bola parada, vejo o time como um todo. Os atacantes estão ali para defender, e todo mundo participa dessa fase defensiva, ainda mais na bola parada. É mais fazer ajustes, até porque não foi gol direto. Foi uma bola desviada. A gente sabia disso, até na bola que eles têm de lateral eles usam alguém para entrar desviando e na segunda bola. Sabíamos disso e acabamos pecando no segundo tempo.


    Qual a sensação que fica após o time fazer bom primeiro tempo e perder no fim?

    - Difícil assimilar, porque no meu modo de ver fizemos uma partida de igual para igual com uma das melhores equipes do Brasileiro e que tem um plantel com jogadores de seleção e nível internacional.


    "Fizemos um jogo muito parelho e quando se perde um jogo desse no final é difícil de aceitar, mas a gente falou que o trabalho tem que ser esse. Temos que continuar trabalhando e fazer daí para mais".


    João diz que mexidas de Cuca influenciaram na virada

    - O primeiro tempo foi muito bom. Apesar de sair atrás, a gente tava dominando a partida, com mais volume. Acho que no intervalo o Cuca mudou um pouco a marcação, trabalhou muito a marcação individual, e a gente teve muito problema para sair jogando, erramos na saída.


    Decisões erradas

    - Poderíamos ter jogado mais na bola longa e brigar pela segunda bola. Eles estavam dominando a segunda bola e jogando muito no nosso campo. Mas mesmo assim tivemos paciência para segurar e se defender bem. É mais difícil quando se toma um gol no finalzinho, porque tudo que a gente fez vai para baixo com essa derrota.


    Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

    Análise: vibrante na etapa inicial, Botafogo perde força e vê Cuca mudar o jogo no Nilton Santos


    Alvinegro é predominante nos 45 minutos iniciais, entrando na área e finalizando mais; Tricolor volta do intervalo com jogo de imposição e consegue importante resultado



    Melhores momentos de Botafogo 1 x 2 São Paulo pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro



    Eduardo Barroca fez a leitura perfeita da derrota do Botafogo por 2 a 1 para o São Paulo após duelo no Nilton Santos. O primeiro tempo alvinegro foi ótimo, e Cuca foi cirúrgico ao mudar a cara do jogo no segundo tempo com as entradas de Antony, Everton e Igor Gomes. Já o treinador botafoguense não foi tão feliz em suas mexidas.


    O Botafogo foi melhor durante o primeiro tempo. Ganhou em intensidade, e a letargia que se via em outros jogos na transição da defesa para o ataque não se repetiu. O time foi mais veloz e conseguiu trazer a torcida para si desde o início.


    Finalizou mais, entrou na área e teve superioridade na posse de bola na etapa (61%). A abertura do placar pelo São Paulo, aos 36 minutos, foi muito injusta. Bochecha já havia se aproximado de marcar duas vezes, mas o "quem não faz, leva" deu as caras no Niltão.



    Botafogo terminou o primeiro tempo em igualdade, mas foi castigado no fim — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


    O gol tricolor teve muito mérito de Hernanes, o autor, e de Toró, o assistente. Mas Marcelo Benevenuto, que fazia boa partida, vacilou ao hesitar e não dar o bote certeiro no capitão são-paulino.


    Três jogadores foram fundamentais no gol do empate. Luiz Fernando ganhou de Juanfran, tirou Bruno Alves com drible de corpo e entregou a Bochecha, que, pressionado por Reinaldo, Luan e Dani Alves, encontrou belo passe para João Paulo. O camisa 5 calculou bem a hora de finalizar e marcou um golaço.


    Botafogo volta irreconhecível

    O Botafogo voltou do segundo tempo sem a mesma intensidade. A única jogada interessante foi protagonizada por João Paulo, Bochecha e Marcinho, que finalizou de pé esquerdo.


    Depois disso, o São Paulo começou a gostar do jogo. Passou a ocupar os espaços, dobrou o número de finalizações e passou a mandar em campo. O Botafogo pouco reagia.


    Barroca fez mexidas. Errou ao tirar Bochecha, que fazia grande jogo, e colocou Valencia em seu lugar. Acertou ao sacar Victor Rangel, muito mal em campo. Rodrigo Pimpão deu mais mobilidade ao ataque. Já Cuca deu-se muito bem com suas alterações. Antony fez um salseiro pela ponta direita, e Everton levou o São Paulo para frente. O treinador alvinegro explicou suas decisões.


    - Primeiro o Leo (Valencia) no lugar do Gustavo, que vinha fazendo boa partida, mas não é um cara de característica de imposição, é de predominância técnica. Entendia que com o Leo, mais ofensivo, a gente pudesse ganhar um pouco mais de chute de fora da área, profundidade. A segunda troca, no desgaste do Victor Rangel. Como estávamos com muita dificuldade dos enfrentamentos, apostei no Luiz Fernando flutuando mais como um atacante de velocidade para a gente usar as costas da dupla de zaga do São Paulo, mas não conseguimos.


    - A terceira, do Alan (Santos), foi pura e simplesmente por opção física. O Cícero, com 30 minutos, tinha me passado para guardar a terceira substituição para ele, estava com um desconforto na perna. Eu estendi até 41, 42 minutos, e o Luiz Fernando me disse que já não estava mais aguentando.


    No fim, Alan Santos, que entrou no lugar de Luiz Fernando, não conseguiu acompanhar Pablo no gol após nova falha de Marcelo Benevenuto. O zagueiro saiu de sua posição e atrapalhou o companheiro Gabriel em disputa aérea.


    Um segundo tempo para esquecer. Luiz Fernando e Marcinho caíram demais, e os laterais não foram incisivos.Se no primeiro tempo o gol são-paulino foi injusto, a derrota traduziu bem a queda vertiginosa. Claro, sem tirar o mérito de Cuca e do São Paulo.


    Pontos fortes:

    - João Paulo e Bochecha: João Paulo foi um leão. Combateu, apoiou e fez gol. Mostrou a raça que o fez ser querido pela torcida e teve sua melhor atuação após a fratura na perna direita, sofrida em março do ano passado.


    Bochecha mais uma vez achou vários passes de qualidade, inclusive o que terminou no gol de João. Barroca justificou sua saída por questão de característica, mas a mexida não deu certo.


    Pontos Fracos:

    - Queda brusca no segundo tempo: jogadores que vinham fazendo uma boa etapa inicial, Marcinho e Luiz Fernando, especialmente o segundo, não mantiveram o nível. O lateral, improvisado, na ponta, errou muito na reta final do jogo. A equipe toda caiu coletivamente, mas a oscilação de ambos chamou atenção.


    - Vacilos defensivos no famoso "detalhe": Marcelo Benevenuto e Gabriel tinham tudo para terminar com nota para passar de ano. Ambos mostraram muita segurança na maior parte do jogo, Marcelo, porém, errou nos dois gols. Não deu bote em Cícero e atrapalhou o companheiro no outro.


    Vale ressaltar o profissionalismo do jogador de 23 anos. Enterrou o pai um dia antes do jogo, foi liberado por Eduardo Barroca, mas quis jogar. Ganhou mais pontos com Barroca, com o grupo e a torcida.


    Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

    sábado, 21 de setembro de 2019

    Atuações do Botafogo: em manhã com Marcelo abalado, João Paulo e Bochecha são os melhores


    Apesar de mostrar muito profissionalismo ao jogar um dia após a morte do pai, zagueiro tem manhã infeliz e não dá bote certeiro em Hernanes no primeiro gol e bate cabeça no segundo




    André Durão



    João Paulo

    Com a raça dos tempos de Libertadores, roubou bolas e numa delas, após marcar um golaço, gritou com Daniel Alves e levou a torcida à loucura. Grande atuação. Nota: 7,0


    Bochecha

    Deu passe de cinema para João Paulo no gol quando era pressionado por Luan, Reinaldo e Dani Alves. Entendeu-se bem com João e Marcinho, a quem também deu bonito passe no início do segundo tempo. É um maestro a ser lapidado. Nota: 7,0


    Victor Rangel

    Em sua primeira chance como titular, não aproveitou. Finalizou mal nas duas chances que teve, errou passes e não levou perigo. Nota: 5,0


    Marcelo Benevenuto

    Apesar de mostrar muito profissionalismo ao atuar um dia após a morte do pai, Marco Aurélio, teve manhã infeliz. Não deu bote certeiro em Hernanes no primeiro gol rival e atrapalhou Gabriel no segundo ao sair de sua posição para bater cabeça com o companheiro. Nota: 4,0


    Notas:

    Gatito Fernández [GOL] - 6,5

    Fernando [LAD] - 5,0

    Marcelo Benevenuto [ZAG] - 4,0

    Gabriel [ZAG] - 5,5

    Gilson [LAE] - 6,0

    Cícero [VOL] - 6,0

    Bochecha [VOL] -7,0

    (Valencia [MEI]) - 6,0

    João Paulo [MEI]- 7,5

    Marcinho [ATA] - 6,0

    Luiz Fernando [ATA] - 5,5

    (Alan Santos [VOL]) - sem nota

    Victor Rangel [ATA] - 5,0

    (Rodrigo Pimpão [ATA]) - 6,0


    Fonte: GE/Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro

    sexta-feira, 20 de setembro de 2019

    Botafogo x São Paulo: com Victor Rangel, veja provável escalação de Eduardo Barroca


    Por questão contratual, Diego Souza não poderá enfrentar o Tricolor; no meio, Bochecha continua na vaga de Alex Santana, com torção no pé esquerdo



    Victor Rangel deve ser a novidade do Botafogo para o jogo contra o São Paulo, neste sábado, às 11h, no Nilton Santos. O centroavante entra no lugar de Diego Souza, fora por questões contratuais. No meio de campo, Bochecha se mantém na vaga de Alex Santana, recuperando-se de torção no pé esquerdo.


    + Barroca fala em Botafogo "jogar no limite para ser competitivo e ganhar" do São Paulo em casa


    Victor Rangel limpou e marcou... Pouco depois, dominou uma no peito e fez um golaço de bicicleta 



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    Outro desfalque será Carli, que também não jogou na rodada passada. Marcelo Benevenuto e Gabriel formam a dupla de zaga. Fora também contra o Ceará, Gilson está de volta à lateral-esquerda.


    Provável escalação do Botafogo para enfrentar o São Paulo: Gatito; Fernando, Marcelo, Gabriel, Gilson; Cícero, Bochecha, João Paulo; Marcinho, Luiz Fernando e Victor Rangel.



    Victor Rangel no treinamento do Botafogo — Foto: Fred Gomes


    Durante a semana, Barroca também testou o time com Pachu e Vinicius Tanque. Ainda estudou a possibilidade de mandar a campo uma formação com quatro meias e dois atacantes de velocidade. Mas Victor Rangel deverá ser a opção para iniciar a partida.


    Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

    Montenegro questiona investimento no esporte olímpico e critica frase de vice do Botafogo: "UTI não é uma palavra agradável"


    Presidente entre 1994 a 1996 diz que afirmação do vice executivo foi inadequada e resume necessidade de frear injeção de dinheiro em outros esportes: "Acabou o milho, acabou a pipoca"




    Fred Gomes


    Em entrevista ao GloboEsporte.com, Carlos Augusto Montenegro projetou o futuro alvinegro com otimismo. Tem grande confiança de que a "Botafogo S/A" seja uma realidade a partir de janeiro. Na segunda parte do papo, o grande benemérito e presidente campeão brasileiro, porém, não poupou críticas ao atual momento do clube.


    LEIA MAIS: Montenegro detalha projeto empresa do Botafogo: ''Os clubes têm de parar de viver só de história''


    Fez questão de frisar sua total oposição a uma declaração dada por Luís Fernando Santos, vice-presidente executivo, no início do mês. À Rádio Globo, Luís afirmou que "o Botafogo é um paciente em estado grave internado numa UTI".

    Montenegro não ignorou a realidade, mas tratou a afirmação como inadequada para um momento de captação de investidores e parceiros. Disse que não imagina o ano de 2020 sem a transformação do futebol alvinegro em empresa, mas garantiu: se não der certo, o Botafogo, por sua "pujança e força", nunca acabará.

    - Não consigo nem imaginar o contrário. Acabar nunca acaba. Você tem anjos da guarda. Botafogo já deveu impostos, vendeu a sede e a recuperou, passou 21 anos sem títulos. Aí apareceram algumas pessoas, principalmente na época do Emil Pinheiro e conseguiram dar um título ao Botafogo. Depois ganhou um Brasileiro. Tem sempre gente ajudando.

    - UTI não é uma palavra agradável para quem está fazendo um modelo novo, procurando investidores e uma volta por cima. Pode ser a verdade, a realidade. Mas não gosto da palavra. Acho o Botafogo muito pujante, é muito forte.



    Luis Fernando Santos, vice-presidente executivo do Botafogo, desagradou Montenegro com sua declaração — Foto: Marcelo Baltar


    - Se eu sentisse que ele estava na UTI, eu não iria me aproximar. Deixaria ele morrer em paz. Mas não está na UTI. Ele passa um mau momento, pelo qual o futebol brasileiro todo está passando. A seleção brasileira vem de várias derrotas por causa disso.

    Montenegro, presidente alvinegro de 1994 a 1996, ainda fez duras críticas ao investimento no esporte olímpico em detrimento da base. Citou ter se surpreendido com a diferença física de São Paulo e Botafogo em goleada tricolor por 4 a 1 no Rio, pelo Brasileiro Sub-20.

    Expôs suas diferenças com o grupo político "Mais Botafogo", que conduziu Carlos Eduardo Pereira e Nelson Mufarrej à presidência nas duas últimas eleições, e tratou da pressão familiar para deixar de tirar do próprio bolso e apagar diversos incêndios no Glorioso. Leia tudo abaixo.


    Confira todos os tópicos:

    Você falou que se comprometeu a ajudar pessoas sérias que comandem o Botafogo. Foi uma tônica esse ano, aliás. O investimento no esporte olímpico em detrimento da base te desanima a ajudar mais? A presença do Luís Fernando Santos também influencia, principalmente pela declaração da UTI?

    Não me desanima. Ajuda ao Botafogo não significa só dinheiro. Significa tempo, explicar às vezes que o caminho está errado, participar de reuniões sobre o clube-empresa, significa até tentar ajudar politicamente uma renovação de concessão do estádio e por vezes pagar a conta de luz ou água. Não tenho, às vezes a chance, de ajudar mais como gostaria. Mas às vezes ajudo como avalista. O Good (Claudio, ex-dirigente e benemérito alvinegro) tem ajudado muito o Botafogo, o Rotenberg (Ricardo, vice comercial e de marketing) também trazendo vários patrocinadores importantes. Depois que tiver as coisas divididas, se me pedirem posso até tentar ajudar verba incentivada. Mas não pode é ter caixa única, contaminar tudo.

    "A questão do basquete é que não gosto mesmo. Eu adoro o esporte olímpico. O vôlei, O remo, que é o único estatutário. Mas acho o seguinte: acabou o milho, acabou a pipoca. Você não pode fazer determinado esportes, pagar atletas, comissão técnica, se não tem dinheiro. Já tive reunião lá e expliquei isso".

    "Outro dia dei um exemplo: o Botafogo começou o ano com mil funcionários. Está na maior crise do mundo, chegando a outubro e o clube segue com mil funcionários. Como? As empresas se movimentam. Ou contratam quando precisam, ou demitem quando necessário".


    Pedido a Luís Fernando para não "inventar novas despesas" e divergências sobre valor dos ingressos
    Não pode ficar é parado com a dívida aumentando. O Luiz Fernando é uma pessoa do bem, o vice-presidente executivo, mas não pode fazer nada. A única coisa que eu pedi é não inventar novas despesas. Tem discussão de preço de ingresso. Eu sou favorável ao menor possível. A gente vai ter condição de ganhar mais receita em uma colocação melhor. Quero nosso estádio com 15, 18, 20 mil pessoas.

    Se possível com ingresso a R$ 20, mulher não paga. Criança ganha brinquedo, sorteia carro. Vinte mil pessoas ajudam o time, dão mais força. Aliás o time, tenho que reconhecer, está perfeito. Elenco forte ou fraco? Não interessa, é o nosso elenco. Esse pessoal está se matando em campo. A torcida no estádio ajuda esse pessoal.

    "Tive uma divergência com o Luís Fernando sobre os preços. Ele disse: "Ah, eu acho melhor botar R$ 70 e irem sete mil pessoas. Eu falei "Não, prefiro R$ 20 ou R$ 30 e que tenhamos 15 mil no estádio". Com 15 mil ou 7 mil, o prejuízo com o estádio vai ser o mesmo. O único jogo que a gente não teve prejuízo foi o com o Palmeiras, em Brasília".

    Se tudo está dando prejuízo, então vamos colocar mais gente no estádio. São detalhes. Se a gente pegar um sexto lugar em vez de um oitavo, a gente ganha mais dinheiro. Nesses 30 anos de Botafogo tenho alguns macetes que talvez ele não tenha. Ele é mais frio, mais matemático, eu acho que sou mais atualizado em relação a coisas boas e ruins do futebol.


    O senhor criticou muito o "Mais Botafogo" e chegou a colocar em dúvida que o projeto dos investidores fosse colocado em prática por conta da atuação deles. Quais suas principais ressalvas a eles?
    O Mais Botafogo teve seus méritos, é um grupo que surgiu com a má administração do segundo mandato do Maurício Assumpção. Mas o problema já começa a ser da reeleição.

    "Quando as pessoas ficam muito tempo no poder, começam a se achar um pouco donas do clube. Ai acho quem entra a questão dos esportes olímpicos que comentei antes. O cara fica tanto tempo no poder e quer uma novidade, como vôlei, basquete. Vôlei e basquete não são tradições do Botafogo".



    Carlos Eduardo Pereira e Mufarrej foram eleitos pelo "Mais Botafogo"; Anderson Simões, à direita, deixou o grupo após divergências — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

    Esses esportes só geram custo. Você não vende um atleta de vôlei nem um de basquete. Então cada centavo que investe na base, você tem condição de fortalecer o time e fazer receita. Várias pessoas que saíram do Mais Botafogo perceberam isso, o desgaste da reeleição.

    "Hoje se não fosse a ajuda geral do Rotenberg, Good, Paulo Mendes, Renha e eu estamos dando, não sei nem se estariam lá ainda. Iriam definhar até o fim do ano. Ninguém quer o lugar deles, se começaram tem que terminar. Estamos ajudando eles a terminarem com dignidade".


    Montenegro diz que Mais Botafogo precisa dar exemplo


    Em uma conversa recente eu falei: ''Conseguiram patrocínio para o basquete, ótimo. Mas vôlei ainda não tem''. Tem que dar exemplo ao clube: "Olha, estamos sem dinheiro". Fala que não vai fazer vôlei porque não temos o dinheiro. É um exemplo de que o clube passa por problemas.

    Se começar a fazer tudo, parece que está tudo bem. Não é bom para os funcionários e jogadores, que estão com salários atrasados. É questão de postura, de exemplo. Acho que é uma coisa errada de quem comanda o clube, independentemente de ser o Mais Botafogo ou não.

    "É um mau exemplo fazer algo sem dinheiro. Se não tem dinheiro, não faça. É simples. Com essa nossa ajuda, tomara que a gente acabe salvando o Mais Botafogo, ou o que restar dele, para eles saírem com alguma dignidade".

    O propósito deles era correto, mas estão extrapolando. Estou falando isso sem política. Agora eu torço é por um clube novo, moderno, sem essas ingerências. Não tem grupo de Montenegro, de Mais Botafogo. Para sobreviver, temos que ter algo digno para o futuro.

    Tudo o que estou falando aqui eu já falei com eles em uma reunião recente. Já falei para eles que não se fala em UTI, Botafogo é muito mais forte que UTI. Falei com eles da ajuda que as pessoas dão, do vôlei e do basquete e dos preços dos ingressos.

    "Graças a Deus o Nelson e o Carlos Eduardo concordam com essa tese. Não tem essa de grupo político, só serve pra ganhar eleição. Foram bem no primeiro mandato, mas estão inventando no segundo. Até parece que o Botafogo tem oxigênio para bancar esses outros esportes".



    Carlos Augusto Montenegro conversa ao lado de um tevêmetro, aparelho que mede a audiência da TV pelo Ibope — Foto: Fred Gomes


    O senhor disse que não conseguiria nem imaginar se a SPE não saísse do papel em 2020. Qual seria o cenário?

    Você quer eu eu imagine... Não sei, acho que vai ser horrível. Tem o estadual, e você já entra o ano devendo muito. Vai entrar o ano devendo uns R$ 50 milhões. Aí têm salários não pagos depois de um certo período, tem o problema de você deixar de pagar impostos e perder o Profut. Não sei, é uma loucura.

    Agora, acaba (o Botafogo)? Não acaba. Joga só com o sub-20, tenta renegociar dívida. Não sei. Se você não conseguir sobreviver e cair num Campeonato Brasileiro, por exemplo, já não tem receita. Da mesma forma que quando você projeta uma vida nova é uma bola de neve positiva com novos investidores e etc, se você não conseguir fazer isso, é uma bola de neve negativa.


    Problemas financeiros dos clubes em geral no Brasil

    Obviamente temos uma mistura de amadorismo, paixão e gestão. Os clubes têm sua culpa. A TV foi benéfica durante um tempo e hoje não é mais. O fim do Clube dos 13 foi muito ruim. Hoje existe uma disparidade entre o Flamengo/Corinthians com o último que é insuportável. Veja a distribuição de verba da Premier League, o mais equilibrado e badalado campeonato, o campeão recebe 150 milhões de libras, e o 20º, que subiu, recebe 100.

    Dá para fazer algo equilibrado, ninguém disputa sozinho. O que a TV fez nos últimos seis, sete anos, foi muito prejudicial. Muita gente debate o momento do Flamengo, essa lei de empresa. Flamengo fez o dever de casa, mas foi muito beneficiado. Recebe muito mais verba que Botafogo e Fluminense. Não há equilíbrio. Se continuar assim, se não houver mudança, daqui a pouco o Flamengo vai jogar sozinho. Não é interessante acabar com a competitividade, rivalidade.


    Críticas à CBF

    Todos têm sua parcela de culpa. Hoje a televisão tem sua parcela, a legislação atual é negativa para o clubes, a CBF hoje em dia também não é boa com os clubes.

    "Acho que a CBF tinha que cuidar da Seleção. Masculina, feminina, de base. Esse é o dever da CBF. Não tem que organizar o Brasileiro, escalando juízes, cobrando comissão da TV, tentando vender propaganda. Isso tudo é dos clubes, eles que façam a Seleção".

    A CBF tira jogadores dos clubes para representar o Brasil, então que deixe os clubes em paz. A CBF tem o maior patrimônio que qualquer confederação do mundo gostaria de ter, que é a Seleção. Toca isso, a publicidade, os jogos. Tem muita coisa que precisa ser feita para a gente não matar a coisa mais importante nas nossas vidas, que é essa paixão pelo futebol.


    Se o projeto dos investidores não for aprovado, o Botafogo se torna inviável?

    Acho que Botafogo, Fluminense, Vasco... Cruzeiro, Atlético... A situação do Santos também é muito difícil. Acho que são vários clubes inviáveis, eles sobrevivem pela grandeza deles, pela paixão de alguns botafoguenses...

    "Sei lá, por Deus, pela torcida, que cobra, mas que continua acreditando. Sobrevive, só não consegue competir. Detesto esses exemplos de "Vai virar o América". Não é virar America, Bangu ou o que aconteceu com a Portuguesa de Desportos em São Paulo".

    Acho que o Botafogo, inclusive, é o que tem a política menos complicada. Essas besteirinhas de "Mais Botafogo" existem, mas o pessoal é a mais unido, mais pé no chão em relação à dívida.

    O problema do Fluminense é seríssimo, o problema do Vasco, com todas as eleições na Justiça. O problema do Corinthians, com o estádio. O do Cruzeiro com polícia.

    "O nosso problema já está diagnosticado, a gente está tentando fazer o dever de casa para arrumá-lo. Converso, e todas as pessoas querem a mesma coisa. É aquilo "você tem alguma ideia melhor?". Claro que a gente, como botafoguense, vai tentar preservar todos os valores do Botafogo. Isso é um projeto de 30 anos por enquanto, depois volta. Tomara que não volte".

    Suponhamos que volte um dia, espero que não volte, mas tem que voltar com símbolos, estrutura, bandeira, escudo e as cores como entregamos.

    O senhor falou das divergências com Luís Fernando. E como é a relação com o Gustavo Noronha, que vem sofrendo resistência interna por não estar muito presente no futebol? O senhor também o desaprova em relação à atuação dele.

    A gente está tão concentrado no projeto novo que ninguém mais perde tempo com qualquer ponto que não esteja em linha. Não adianta mais falar em pessoas em nível de diretoria.O que existe é todo mundo focado na empresa nova.

    Gustavo é uma pessoa seríssima, muito correta, mas que não teve tempo. A vida dele entrou numa confusão tremenda porque ele talvez tenha dado um passo maior que a perna. Muita complicação, mas não teve tempo para atender tudo. Sempre que podemos, tentamos ajudá-lo porque tem de trabalhar muito, é um belíssimo advogado, tem família, tem que viajar...

    Se as pessoas são do bem, a gente ajuda. E o Gustavo é uma pessoa que, se eu puder, vou ajudar a vida toda. Não sei como vai ser o futuro, mas acho que várias pessoas que estão aí hoje não vão estar no futuro.

    Sobre o investimento no esportes olímpicos em detrimento de não haver injeção na base, o Manoel Renha deu uma entrevista à Rádio Brasil falando que a sala de musculação é de 2004 e que ele mesmo construiu e pagou. E que não tem dinheiro para suplementos, e o jogador chega no profissional muito abaixo fisicamente. O que acha disso?

    "A gente tem um jogador, o Rhuan, que todo mundo tá apostando nele. Mas se você olhar o físico dele, é bem diferente de todos. Outro dia teve um jogo do sub-20 entre Botafogo e São Paulo dava impressão que os jogadores do São Paulo eram tios ou pais dos nossos jogadores".



    São Paulo goleou o Botafogo no Rio de Janeiro no último dia 28, pelo Brasileiro Sub-20 — Foto: Reprodução


    Há uma porção de coisas que fortalece o jogador, não adianta só ser bom. Isso tudo que é base. Não é só aparecer um garotinho que joga pra caramba.

    Essas greves de funcionários e alguns deles recorrendo ao trabalho informal não atrapalham na captação de investidores pelo arranhão na imagem do clube?

    Tem gente que acha que ajuda por verem a situação triste do clube, tem que acha que prejudica, mas a verdade é que não se pode fazer nada. É isso e ponto. Já tive oportunidade de conversar com os jogadores que, se estivesse com eles no elenco, talvez tivesse fazendo a mesma coisa que eles.

    Num período não falaram com a imprensa, noutro não quiserem mostrar o patrocinador. Acho até que o patrocinador tem menos culpa, é um pessoal que está nos ajudando muito. O legal é que todos continuam confiantes e querem continuar.

    Eles têm que protestar de alguma forma ou punir alguém. Pode querer punir a direção, a presidência, mas tem uma coisa que acho legal. Eles estão respeitando muito a nossa estrela, tão dando o máximo em campo, se matando.

    Estão treinando com uma vontade tremenda, não deixaram a desejar em nenhum dia. Essa vontade e esse respeito deles têm que ser reconhecidos.

    Mas as pessoas não estão dormindo. O presidente não está dormindo. Ele não está pagando porque não quer. Ele não tem condição.

    Voltando à questão da ajuda financeira, não com expertise ou experiência em clubes, o senhor se decidiu em não ajudar o Botafogo com dinheiro devido ao investimento que julga inadequado no esporte olímpico e por não concordar com as ideias do Luís Fernando? E como o Botafogo vai se sustentar até o final do ano se ele não tem gerado receita?

    Esse negócio com basquete e vôlei está resolvido. O presidente já determinou que não tem mais nenhum centavo se não tiver a verba. Tem o patrocínio da Tim no Basquete. No resto, só vai acontecer se houver dinheiro. Isso está resolvido.

    Com Luís Fernando, não tem nada. Eu não sou do clube. Com relação à ajuda, a gente ajuda ou dando alguma coisa, ou avalizando alguma coisa ou trazendo algo para o clube.



    Carlos Augusto Montenegro citou Ricardo Rotenberg diversas vezes durante a entrevista — Foto: Marcelo Baltar


    Isso quem está fazendo muito é o Claudio Good e o Ricardo Rotenberg também, trazendo algumas alternativas. Tenho entrado mais como avalista do que dinheiro mesmo. Isso sempre casado com alguma receita que possa vir.

    "A gente pode ajudar, mas tem um limite. A nível de pessoa física é complicado. Têm pequenas coisas que eu gosto de ajudar, que é pagar uma conta de luz ou de água. Poxa, eu nem quero de volta, é doação. Não me sinto bem de cobrar juros".

    Não tem aquela pressão familiar do tipo "Pai, para de ajudar um pouco"?

    "Claro que a família, principalmente os filhos, não gostam muito disso. Amam o Botafogo, mas não se sentem confortáveis com isso. Eu procuro equilibrar, sei até onde posso ir. Tudo que fiz de maior, o Botafogo devolveu".

    "Aonde estou podendo ajudar, eu vou. Mas vai até o final do ano. Ou no final do ano esse projeto dá certo, ou então tchau. Não vou ficar numa coisa que não dê futuro".


    Fonte: GE/Por Edgard Maciel de Sá, Edson Viana e Fred Gomes — Rio de Janeiro

    Montenegro detalha projeto empresa do Botafogo: ''Os clubes têm de parar de viver só de história''


    Na primeira parte da entrevista ao GloboEsporte.com, ex-presidente fala sobre estágio da mudança. Segunda parte do papo, com foco na crise financeira, vai ao ar ainda nesta sexta


    Fred Gomes


    O Glorioso faz papel digno no Campeonato Brasileiro, mas desde que o projeto da criação da "Botafogo S/A", plano proposto após apresentação de estudo encomendado pelos irmãos Moreira Salles, ganhou corpo e força, a ansiedade do botafoguense não é mais pelo próximo jogo. Conta, sim, as horas para chegar 2020 e ver a concretização da SPE (Sociedade de Propósito Específico).


    + Investidores buscam aproximação do Botafogo, e intermediário vai ao Nilton Santos no sábado


    Um dos 10 integrantes do grupo de trabalho que vêm projetando a empresa responsável por gerir o futebol alvinegro e "cardeal" dos que mais ajuda o Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, presidente do título brasileiro de 1995, recebeu a reportagem do GloboEsporte.com em sua casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro.


    Esta é a primeira parte da entrevista de Carlos Augusto Montenegro ao GloboEsporte.com. Não perca ainda nesta sexta-feira a segunda parte da conversa, na qual o ex-presidente fala mais sobre a delicada situação financeira do Botafogo em 2019. O restante do papo será publicado às 18h.


    Depois de contar como virou botafoguense mesmo sendo filho de um tricolor, no fim dos anos 50, e bater um papo sobre o Ibope, empresa que presidiu por quatro décadas, esmiuçou a "Botafogo S/A" em entrevista com duração superior a de uma partida de futebol.



    Carlos Augusto Montenegro conversa ao lado de um tevêmetro, aparelho que mede a audiência da TV pelo Ibope — Foto: Fred Gomes


    Explicou por que os Moreira Salles se afastaram do noticiário, apontou quem vai definir se serão pessoas físicas ou jurídicas os futuros investidores do Botafogo. Foi assertivo ao dizer que o projeto estará pronto para sair do papel até o final de outubro, respondeu se o Alvinegro já investirá alto em 2020 e fez um alerta aos mais tradicionais que possam ter ressalvas à criação da uma empresa que vai gerir o futebol e se separar do Botafogo de Futebol e Regatas:


    - Está na hora de os clubes pararem de viver só de história. Se ficar pensando na tradição, vamos continuar sucumbindo, vivendo de passado e cada vez mais fracos. Ou você resolve, e é uma decisão séria para sobreviver e tentar disputar com dignidade, ou fica como está.


    - Mas tem outra alternativa? Não tem, já ficou provado. Se alguém não estiver satisfeito com a ideia, que dê outra solução. Agora ficar falando sem trazer proposta nenhuma, não tem nada a ver.


    Confira os demais tópicos abaixo:

    No início do ano, o Botafogo começou a discutir a criação de uma empresa para dirigir o futebol alvinegro. Nesta semana, a questão tornou-se mais ampla e se estendeu a outros clubes. O melhor caminho é a substituição das associações sem fins lucrativos, modelo adotado por quase todos no país hoje, por sociedades anônimas ou limitadas?


    Já estava na hora de parar de dizer que futebol não tem fins lucrativos. É mentirinha. Hoje estão dizendo que essa nova lei do clube-empresa, que aliás já estava na hora, é feita para ajudar o Botafogo. Talvez por causa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Não é, mas na minha opinião deveria ser. O Botafogo foi o clube que mais jogadores cedeu para a Seleção, talvez aquele que mais ajudou o Brasil a ter esse nome no mundo todo.


    Em segundo lugar, na década de 70, o Botafogo talvez tenha sido o único clube do Brasil que vendeu sua sede histórica de General Severiano para pagar impostos. O que chamavam naquela época de INPS. E depois não teve fôlego para honrar um contrato de retrovenda com a Vale do Rio Doce e perdeu a sede.


    "O Botafogo foi mutilado, perdeu patrimônio tentando pagar impostos impagáveis. Os outros clubes não fizeram isso, continuaram devendo. O Botafogo foi exemplo na tentativa de honrar seus compromissos e cortou na própria carne. Nada mais do que justo de chamar essa lei de Botafogo, é um case. Através dela que as pessoas estão trabalhando".



    Carlos Augusto Montenegro é o presidente do título brasileiro de 1995 — Foto: Fred Gomes


    Dizem que o Botafogo talvez tenha a maior dívida. Não é, mas trata-se de um dos maiores devedores, em torno de R$ 700 milhões. Mas vários outros times estão rodando por ali. Talvez de 30% a 35% da dívida seja de curto a médio prazo. E o resto é mais a longo prazo, justamente de impostos. O Botafogo chegou a isso por vários fatores, discrepância nas cotas de televisão, problemas de gestão... A televisão já foi benéfica aos clubes, hoje não é. Por que a Premier League, que melhor paga aos clubes, paga 250 milhões de libras em cotas de TV ao Liverpool e 200 milhões de libras ao 20º colocado, que acabou de subir? Deveria haver algo mais justo, ou acabaremos com um direcionamento para um campeonato de um ou dois clubes.


    Por que o Botafogo chegou ao atual quadro de asfixia financeira?

    Talvez o Botafogo não tenha feito o dever de casa importante em relação à base quando deveria ter feito. Talvez o Fluminense, Vasco e Flamengo tenham tido mais êxito nessa área que o Botafogo. Talvez tenhamos ficado um pouco no passado em relação a isso, querendo que o jogador atue no clube desde os 10 anos de idade. É muito difícil isso.


    Enfim... Realmente é um clube diferente, com muita gente importante que torce querendo ajudar. Já tivemos pessoas de sucesso no Brasil falando em profissionalização. Bebeto entrou, pessoa muito séria, apaixonada pelo Botafogo e não conseguiu (com a criação da Companhia Botafogo).



    Montenegro tem um quadro que relembra a ida dele ao lado de amigos e filhos à semifinal da Liga dos Campeões de 2019 — Foto: Fred Gomes


    Eu já fui presidente, saí em 1996 devendo quatro ou cinco meses de salários. Falamos de 25 anos atrás e o cenário é o mesmo. Não tinha nem cota de televisão. Acho que Deus me ajudou naquele mandato, meu pai faleceu na mesma época, mas consegui algo muito mais importante do que a volta à sede ou o título de 1995: o carinho de todos os botafoguenses até hoje me chamando de presidente eterno.


    Não quis voltar para não perder esse título, porque certamente perderia. Mas fiz uma promessa de ajudar a todas as pessoas sérias que estivessem à frente do Botafogo porque senti na pele o que é ser presidente com dívidas e penhoras. Você pode até planejar tudo, mas ai surge uma dívida antiga e bagunça tudo. Além da carência de títulos, bons times, ídolos, faz com que a torcida não seja renovada.


    Gratidão aos Moreira Salles e pedido para que finalizem o CT o quanto antes.

    Alguns falam que vão entrar, contratar ídolo, ser campeão... Então faz, qual a mágica? Reparamos agora que tinha que começar do zero. Houve uma ajuda dos irmãos Moreira Salles, sou muito grato a eles. Todo botafoguense deveria ser. Eles ajudaram de todas as formas. Se eles terminarem o CT já seria o maior presente do mundo. Eles viraram alvo de uma ansiedade/esperança da torcida, achando que eles fariam milagre, transformar tudo em ouro.


    Foi uma iniciativa do João e do Walter que se propuseram a ajudar e já ajudaram muito. Entregaram o estudo, com o qual vamos tentar separar o futebol do resto do clube criando uma empresa específica para isso, que pagaria royalties ao Botafogo para ir quitando a dívida ao longo do tempo. E basta isso. Se eles puderem entrar no futuro, ou não, não tem importância. Já fizeram muito. O importante agora é procurarmos possíveis investidores, o mercado está propício.



    João Moreira Salles, Botafogo — Foto: Reprodução


    Athlético-PR como exemplo e opinião de que esportes olímpicos não podem ser prioridade agora

    "É a hora de começar a fazer um clube novo, um time de futebol novo, até como é o Athlético-PR. É um exemplo. Tem CT onde profissional e base convivem. Não tem clube, não tem sede, sauna, piscina, cloro, basquete... É futebol. Não é um fundo, mas estão de parabéns. Não à toa estão ganhando títulos. Não tem mistério. Não tem a história do Botafogo? Não. Mas está na hora dos clubes pararem de viver de história. Tem que viver de realidade".


    Esse estudo é isso. A grande vantagem é que vai tentar afastar a paixão do dia a dia. A paixão leva a contratações erradas, a ter pessoas erradas. Todos acham que podem fazer a melhor gestão do mundo. Se não tiver dinheiro, afastar as penhoras, estancar hemorragia e começar do zero, ninguém consegue. Não dá com as receitas de hoje para sobreviver e montar time bom. O dinheiro já é pouco e ainda diminui com as dívidas do passado. É preciso montar um formato diferente.


    Em que pé está o projeto?

    Faço parte de um grupo de trabalho com 10 pessoas. Temos que formatar um fundo e registrar na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), angariar pessoas que estejam interessadas em investir. Ao mesmo tempo criar uma empresa, Botafogo S/A, específica para tocar isso. Esse fundo - Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) - será dono dessa empresa.


    Obviamente vai ter um acordo para manter série de coisas, como cores, camisa, escudo, hino, etc, para preservar a tradição. Teremos que fazer um estudo para o sócio proprietário verificar de que forma ele gostará de participar do clube no futuro. Vamos continuar tendo o Botafogo social com sede, piscina, basquete, vôlei... E vai ter o Botafogo do futebol. Ele vai ser sócio de quê? A ideia é passar tudo que diz respeito ao futebol, zerado, sem hemorragia, para a nova empresa. O estádio, sócio torcedor, receita de TV, patrocínios, dívidas, orçamentos.



    Carlos Augusto Montenegro conversa no escritório que tem em sua casa, na Zona Sul do Rio — Foto: Fred Gomes


    Esse grupo de trabalho do qual o senhor faz parte é formado pelos investidores ou por pessoas que planejam a Botafogo S/A? O FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) será formado só por pessoas físicas ou apenas por jurídicas? Ou pode-se ter as duas categorias?


    Exatamente isso que vai ser uma pergunta que o Conselho vai fazer, e a gente não sabe responder. Estamos contratando auditoria, formatação, já estamos traduzindo tudo para o inglês a fim de apresentar para os investidores.


    Tem uma pessoa liderando o processo, isso vai ser submetido à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Esses passos todos estão programados e vão ser dados.


    A pergunta que mais ouço é: "Presidente, eu queria investir, seja com R$ 100, R$ 1.000 ou R$ 100.000". Eu acho isso lindo, é uma coisa de botafoguense, de gente querendo ajudar e participar.


    Qual é o valor mínimo (cota por investidor)? Não sei. Se a CVM amanhã decidir que o valor mínimo de uma cota será de R$ 5 milhões, essas pessoas que querem investir R$ 100 ou R$ 1.000 não vão ter como, coitadas. Vai ser uma decisão da CVM.


    A não ser que junte uma porção de pessoas e consiga entrar com uma cota. Mas eu sinceramente não entendo de mercado financeiro, de CVM, de Cedic e do que se pode fazer. Você tem obrigações. Se você não cumprir, é punido.


    É justamente essa pergunta que você fez e que acho que vão fazer no Conselho que a gente não tem a menor ideia de como responder. Hoje.


    O que faz a pessoa que está liderando esse processo?


    Tem um do nosso grupo que está mais dedicado a viajar para conversar com alguns fundos, o próprio Ricardo Rotenberg está viajando para falar com outros. Mas tem uma pessoa que está formatando essas coisas para preparar para a CVM.



    Como ficaria o resto do clube, o Botafogo de Futebol de Regatas?

    Até conversei com o Nelson (Muffarej, presidente). Era hora do pessoal do clube fazer dever de casa, montar orçamento do clube sem o futebol a partir do ano que vem.


    "Não dá pra ter escolinha de natação? Não tem escolinha. Não dá pra ter vôlei, então não terá vôlei. Não dá pra ter três porteiros, então deixa só um. Como toda a empresa... Tem que ter receita e despesa. Não pode o negócio futebol ficar financiando o cloro da piscina, não existe isso".


    "Como se faz isso? Não sei. Mas o Athlético-PR fez. Então dá pra fazer. Se ficar pensando na tradição, vamos continuar sucumbindo, vivendo de passado e cada vez mais fraco. Ou você resolve, é uma decisão séria, para sobreviver e tentar disputar com dignidade, ou fica como está".


    Mas tem outra alternativa? Não tem, já ficou provado. Sem alguém não estiver satisfeito com a ideia, que dê outra solução. Agora ficar falando sem trazer proposta nenhuma, não tem nada a ver.


    Qual o prazo para o projeto se tornar realidade?

    Montamos um grupo de 10 pessoas, têm advogados, gente preparada de tudo quanto é lado. O presidente Nelson Mufarrej, o vice Carlos Eduardo Pereira, o Novis (vice de finanças), estão participando desse grupo. Mas procuramos separar um pouco para deixar os outros vices tocando o dia a dia do clube, e essas pessoas focarem apenas no projeto.


    Tenho que fazer um elogio grande ao Claudio Good (grande benemérito), ao Paulo Mendes (VP de Relações Institucionais), ao Manoel Renha (Diretor de Futebol da Base) e principalmente ao Ricardo Rotenberg (VP comercial de marketing), que junto comigo estão noite e dia focados só nisso.


    "Temos que sobreviver até dezembro"

    Ricardo está igual um doido visitando vários fundos e deixando tudo preparado para apresentarmos o formato, o orçamento da empresa, a parte jurídica. Rotemberg tem sido um leão nisso, ao mesmo tempo em que busca patrocínios para o clube sobreviver até o fim do ano. Nosso foco é chegar até dezembro. Estamos sem recursos. Temos que sobreviver até lá.


    Necessidade de buscar a Libertadores em 2019 para facilitar a entrada da Botafogo S/A

    Mas sem medo de rebaixamento, estamos buscando a Libertadores. E a cada posição que você termina na frente da tabela, mais dinheiro a TV paga. Pode facilitar a implantação da nova empresa ano que vem. Muita gente fala que quer ajudar, que investir. Masa ainda não é a hora. Estamos formatando, ainda vai passar pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), pegar autorização, criar o fundo, FIDC (Fundo de investimento em direitos creditórios), tem regras, aportes mínimos.



    No escritório de Montenegro, não faltam imagens e itens alusivos ao Botafogo — Foto: Fred Gomes


    "Até o final de outubro vamos estar preparados"


    "Até o final de outubro vamos estar preparados. A ideia não é só pagar a dívida, mas que também seja algo lucrativo. Ai falam que alguém vai botar sei lá quantos milhões e pagar a dívida... Não é assim".


    Muitos torcedores acham que os irmãos Moreira Salles vão assumir, ligar para o Messi, e montar um timaço logo de cara...


    Nem eu quero isso como doação, porque não vai resolver nosso problema. Eles podem até entrar depois no fundo se quiserem como cotistas. Mas o que eles já fizeram pelo Botafogo, o que emprestaram de dinheiro, o que doaram, e principalmente com o CT, já está bom demais. João e Walter foram fantásticos. Se eles entenderem que é interessante para eles mais adiante, claro que serão bem-vindos. Mas não podemos fazer nada baseado em pessoas.


    "Eu pretendo investir. É mistura de amor, de ter a honra de participar e quem sabe no futuro meus filhos ou netos tenham algum retorno desse investimento. É tudo delicado. Estão discutindo a questão tributária, querem virar empresa mas continuar pagando pouco imposto".


    O clube tem um papel social que o governo não faz, que é de tirar gente da rua. Talvez tenha que ter incentivos por isso, mas todo mundo com finalidade de lucro. Está na hora de falar sério nisso. O Governo pode ajudar reconhecendo o papel do clube. Quanto menos interferência melhor.


    Quais são os próximos passos para a criação da Botafogo S/A? Há uma reunião no Conselho Deliberativo na próxima terça-feira para exposição do projeto, certo?

    Vai ter uma reunião terça-feira, e não vai ser apresentado nada (risos). Uma reunião que foi mal convocada. É o nervosismo e a ansiedade. O presidente do Conselho Deliberativo (Edson Alves Junior), que adora basquete, adora vôlei e vive num mundo à parte, muito pressionado pelos conselheiros, convocou uma reunião.


    A gente não tem nada para falar porque não está pronto. Se tivesse alguma coisa para falar, eu falaria para vocês, porque vocês nos ajudariam a angariar investidores e etc. Ainda não está pronto.


    Vamos falar exatamente o que estou falando para vocês. Vamos fazer um fundo, o FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), depois vamos fazer a empresa. Agora a gente tá começando a trabalhar junto com essa lei (de transformar os clubes em empresa) que querem votar em outubro.


    Estamos adaptando, já temos vários fundos contactados, mas tudo com N.D.A (Acordo de Não Divulgação) assinado, tudo com termo de confidencialidade. Não se pode falar ainda. "Não, mas vamos fazer uma reunião no Conselho". Faz. A gente vai ficar brincando de falar coisas. Vai falar o quê?

    Quando vocês tiverem tudo definido sobre a SPE (Sociedade de Propósito Específico), aí sim farão uma nova reunião com mais respostas, certo?

    Vamos ter que fazer com o Conselho. E mais do que isso com a Assembleia Geral. Convocar todos os sócios, que são os que votam, e apresentar. Pode acontecer de o Conselho não aceitar, o que não acredito, e a Assembleia aceitar. Como se fosse uma eleição de presidente.


    Como convencer pessoas que não são botafoguenses a investir nisso? É possível que se tenha lucro mesmo com o Botafogo na atual situação?

    O Brasil, ao contrário da Europa, com esse negócio de não poder ter gente de fora. Ter limite de coisas... Clube de futebol depende de Conselho Deliberativo, de regras, e todos os investidores estrangeiros sempre fugiram disso. Não quero saber disso, é muito confuso.


    "O time perde, e eles mandam embora o técnico. O técnico fazia um bom trabalho, aqui na Europa ele ia ficar mais um ano. Então esse pessoal é maluco, não sabe administrar". Isso é o que o estrangeiro.


    Na Europa, você chega num clube e pergunta: "Quanto custa o clube?. São 250 milhões de euros? Bum, tá aqui, tchau. Vai embora todo mundo". Você é o dono do clube.


    Aí você bota o seu CEO, o seu financeiro, o seu comercial, o seu diretor de futebol, competições e etc. Acabou. O cara é dono de tudo. Comprou. A gente está tentando fazer um formato desse tipo aqui no futebol. Pode ser um cara só que chegue com 250 milhões de euros, por exemplo.


    Muita gente me pergunta. E se aparecer muita gente e chegamos aos 400 milhões de euros? O projeto que você fez para 30 anos vai ser feito em dois anos e meio. Já vai começar a distribuir, quitar tudo e reembolsar os investidores.


    "Esse pessoal tem que ter a segurança e a garantia que ele manda ao estar entrando. Se forem botafoguenses, ótimo. Senão, vai ser profissionais. O mais importante nesse projeto é dar segurança aos investidores de que eles realmente vão mandar".


    "Todo mundo fala: 'Eu quero profissionalismo, não quero mais amador'. Será que só existem profissionais botafoguenses no mundo? Os caras vão botar os profissionais em que eles confiam. Se não estiverem indo bem, manda embora. São cobrados, têm metas".


    Os irmãos Moreira Salles não estão na liderança desse projeto. Apenas formataram a ideia, certo?
    Se vocês repararem bem, eles saíram da mídia, nunca mais ninguém falou neles. Por quê? Porque eles não querem aparecer, porque eles acham que já cumpriram o papel deles, e eu também acho.


    Montenegro insiste no pedido para que os Moreira Salles finalizem o CT
    Eles estão torcendo pelo projeto que eles pagaram. Se através de vocês eu puder pedir alguma coisa aos irmãos Moreira Salles, peço de uma forma sincera e até emocionada que eles, pelo amor de Deus, terminem o mais breve possível o centro de treinamento do Botafogo.


    A gente precisa muito disso aí para que todos estejam lá no ano que vem. Até para que possamos devolver o Caio Martins. Isso até denigre a imagem, porque usamos o Caio Martins como um gatilho. As pessoas falam que o vestiário está ruim ou que o teto está sem pintura.A gente não tem interesse naquilo, nos serve de forma transitória. A gente precisa começar logo num negócio novo.


    "O Botafogo tem que ter os profissionais todos no Engenhão, inclusive a parte administrativa, a parte financeira e a comercial. Toda no Engenhão, que é enorme. E o futebol amador lá no Espaço Lonier, e às vezes com o futebol profissional indo lá, e o amador vindo cá".



    CT do Botafogo, no Espaço Lonier, ainda está longe da conclusão — Foto: Divulgação / Botafogo



    O futebol do Botafogo só precisa dessas duas coisas. Do Nilton Santos e as pessoas da base no CT. Mais nada. Não precisa de Marechal Hermes nem Caio Martins. De nada.


    Em que pé está a conclusão do CT? A impressão que temos é de que o dinheiro dos irmãos Moreira Salles serviu para comprar o espaço, mas que ainda falta verba para colocá-lo de pé.


    O formato inicial era o seguinte: João e Walter (Moreira Salles) comprariam o espaço. Compraram. Demorou um tempo, porque eles queriam tudo legalizado. Depois fariam uma obra onde entrariam com uma parte do dinheiro, e o Botafogo entraria com outra.


    Existiu aquela tragédia no Ninho do Urubu, eles ficaram preocupados com isso e ao mesmo tempo desconfortáveis com essa pressão toda em cima deles pelo projeto do clube-empresa. Então eles recuaram.


    Nesse novo formato, eles já sentiram que o Botafogo não tem um centavo para fazer nada. Então estão se predispondo a entrar e fazer tudo. Até por decisão do João, foi o que me falaram, fazer uma coisa mais moderna e eficaz para não ter nenhum problema. Eles cuidariam da administração, e o Botafogo, da parte esportiva.


    Ficaria tudo no nome deles, e eles passariam tudo ao Botafogo no dia em que achassem interessante. Como viajei, não me atualizei disso. Mas depois saberei qual será o ritmo e o que pretendem fazer para terminar isso. Sei que vai ter que mudar um pouco o que foi vendido no Conselho.


    Tem muito botafoguense pensando que o Botafogo vai virar o Real Madrid em janeiro. O fundo quitará as dívidas trabalhistas e tornar o Botafogo sustentável. Já pensam na montagem de um time que possa pensar em Copa do Brasil e brigar por G-4?

    Não. Eu acho o seguinte: esse pessoal que vai comprar é quem vai decidir. A ideia é zerar algumas dívidas a curto prazo, quitar alguns adiantamentos que foram dados e colocar uns R$ 20, R$ 30 milhões de capital de giro para não ter problema de pagamento.


    Essa é a ideia. A minha participação, se Deus quiser, acaba em novembro e dezembro. Aí eu vou para a arquibancada. Talvez acabe eu pagando a conta da Cedae de novembro, mas tem que acabar. Ninguém aguenta mais a forma doida, atabalhoada, angustiante e amadora de hoje.


    Você está começando a fortalecer um time a partir do momento em que você só se dedique ao futebol. Todos estão trabalhando muito por patrocínio. O pessoal da Arena do Palmeiras, a W Torre, tá interessada em entrar. Faz parte do projeto? Não. Mas vão entrar. Os caras querem fazer shows, isso e aquilo, e tornar rentável o Nilton Santos.


    Toda a ideia de receita do futebol, como sócio-torcedor, venda de jogadores da base, contratações de atletas, shows, naming rights e patrocínio master, é da empresa do futebol. E as despesas também.


    E a ideia é essa empresa nova pagar royalties que seriam para o "Botafogo que fica" (De Futebol e Regatas, sem fins lucrativos) pagar as dívidas. Por isso que o "Botafogo que fica" tem que fazer o dever de casa para saber com o que ele fica. Esse dinheiro, ele não vai poder usar, é para pagar dívida. É para pagar Ato Trabalhista, rescisão, impostos, despesas na área cível, fornecedores para os quais você esteja devendo.


    Dos fornecedores novos, por exemplo, você vai ter o cara que cuida do gramado. O cara que cuida do gramado pode ser o mesmo, mas a partir do dia X ele vai receber em dia da empresa nova e vai negociar pelo Botafogo a dívida dele com a empresa nova que vai pagar através do Botafogo.


    Se o "Botafogo que fica" começar a ter despesas sem ter receita, ele vai ter problema e não vai haver ninguém para ajudar. O compromisso é com o que aconteceu até 30 de dezembro, por exemplo.


    Se o "Botafogo que fica" for administrado de uma maneira que não se torne viável, é possível que o Botafogo de Futebol e Regatas não exista mais e fique só o Botafogo empresa?

    Teoricamente sim, poderia. Você está com uma empresa nova, vai ter que continuar pagando a dívida. A legislação nova faz coisas de modo que você nem precise separar, mas a gente acredita que sem separação não vem ninguém de fora.


    O que já discutem de 2020 sobre aproveitamento de pessoas que lá já estão? Casos do Anderson Barros e do Barroca, que têm segurado um rojão, por exemplo?


    "Nunca tinha convivido com Anderson Barros, estou convivendo com ele há um ano e meio. Há muito tempo não vejo um profissional tão competente, tão correto e transparente. Os jogadores o adoram, é uma pessoa muito pragmática, muito trabalhadora".


    Acho que uma das razões de o Botafogo estar de pé é ele. Óbvio que na torcida tem parte que gosta e que não gosta. Óbvio que a torcida reclama de contratações, isso vai ter sempre. Mas o Anderson Barros tem feito um belo trabalho.


    "E o nosso Barroca também. É elenco, mas vocês têm que analisar o custo. O Botafogo tem o pé no chão. Ele sabe até onde pode ir dentro das dificuldades dele".



    Montenegro é favorável às permanências de Anderson Barros (ao fundo) e Eduardo Barroca — Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.com


    Se perde dois jogos, você fala em contratar o Dorival, o Mano Menezes? Para fazer testes não adianta. Se perguntarem para mim, você ficaria com eles ou não? Eu ficaria, porque são profissionais sérios.


    Têm muitos jogadores em final de contrato. Se você me perguntar se precisa de reformulação, temos que pensar de acordo com a nossa perna. Vai ter mais verba? Vamos ter isso no orçamento? Então vamos pensar em fortalecer o time.


    "A gente até estava com time arrumadinho e só perdeu gente. Erik tava muito bem e foi embora. Biro Biro estava arrebentando nos treinos e teve problema no coração. A gente não tá dando sorte também. E não está repondo. A gente precisaria de reforços para o ataque, precisaria, mas não tem condição. Vamos esperar o ano que vem".


    Para esboçarmos como será essa manutenção ou contratação de pessoal para o ano que vem, vamos fazer um beabá. Serão criados fundos de investimento e uma empresa...


    Não, já há fundos que existem, mas você terá um fundo master, o que a gente chama de FIDC.


    Mas quem vai definir quem é o dono e qual será a equipe que vai comandar o futebol?

    O que tiver mais ações. Você pode ter um fundo que entra com 20 milhões de euros, outro com 30 milhões, mas entra um com 80 milhões de euros. Esse cara que vai mandar.


    Se mais adiante, João e Walter quiserem entrar com alguma coisa na frente, vão entrar. Eles têm pessoas de confiança na vida deles e que gostam do modo de trabalhar. Gostam do Manoel Renha, do Paulo Mendes, têm várias pessoas da área financeira em quem eles confiam.


    Podem indicar pessoas ou não. Se a CVM permitir, junto a esses fundos, você pode ter pessoas físicas.


    O que pode acontecer para esse projeto tão promissor não se concretizar? Há alguma resistência?


    "Zero, até hoje não soube de ninguém contra. O que pode acontecer é de não encontrar os investidores".


    Há avanços significativos nesse sentido de captar investidores?
    Pelo feedback que a gente tem recebido, sim.


    E o novo CNPJ seria obtido até dezembro?

    "CNPJ você faz em 15 minutos, a gente precisa de grana. De gente querendo investir".


    A ideia é até final de outubro você montar um sumário de coisas mostrando como é e pegando os OKs da empresas para o fundo. Dia X marca, deposita-se no fundo, e o fundo começa a jogar na SPE. Em outubro, começa a viajar e mostrar às empresas.


    Aí você tem que viajar ou esperar que muitos fundos venham aqui. Podemos ter fundos do Brasil também. Até o final de outubro temos que estar com o formato pronto para começar a angariar.


    Fonte: GE/Por Edgard Maciel de Sá, Edson Viana e Fred Gomes — Rio de Janeiro