Comissão técnica do Alvinegro 'revive' função, dá liberdade de criação para volante e, ao mesmo tempo, consegue um parceiro no suporte criativo para Keisuke Honda
Cícero com a bola: algo comum na vitória sobre a Cabofriense (Foto: Vítor Silva/Botafogo)
O conturbado retorno do Botafogo ao Campeonato Carioca ficou marcado pelas manifestações ao movimento "Vidas Negras Importam" e à situação de coronavírus no país. Quando a bola rolou, outro fator chamou a atenção: os novos posicionamentos dos jogadores na equipe escalada por Paulo Autuori. O resultado foi satisfatório: goleada por 6 a 2 na Cabofriense e segunda posição do Grupo A da Taça Rio.
Por cima, um esquema com três zagueiros parecia a grande novidade de Autuori na volta do futebol, com Cícero recuado a Benevenuto e Ruan Renato na linha de defesa. Na prática, uma variação tática de esquemas que variavam nos momentos ofensivos e defensivos, mas sempre a partir do movimento do natural volante.
Cícero era, de fato, um zagueiro. Quando a Portuguesa atacava, ele ajudava a primeira linha de defesa e formava um conjunto de três jogadores, com Luiz Fernando e Danilo Barcelos fechando como alas. A partir do momento que o Botafogo recuperava a bola, o camisa 8 avançava e se juntava à linha de Keisuke Honda, ajudando na distribuição de jogadas.
Cícero: ações na defesa e no meio (Foto: Reprodução/Footstats)
Os dois foram as cabeças pensantes do time do Botafogo. O brasileiro acertou 64 passes e o japonês 61 - primeiro e segundo na partida, respectivamente, no quesito -, totalizando pouco mais de 11% de toda a posse de bola que o clube de General Severiano teve durante a partida. Praticamente todas as jogadas começavam nos pés dos dois.
Cícero, por aparecer de trás, não tinha uma marcação individual, o que acontecia com Honda, sempre com um volante por perto. Com os dois atletas cuidando da criação, Bruno Nazário e Luís Henrique ficaram liberados para atacarem sem grandes preocupações - ambos marcaram gols e deram assistências para outros companheiros.
A questão negativa envolvendo o esquema do Botafogo foi a cobertura de ataques pela lateral. Com uma transição defensiva ainda não tão rápida, a Cabofriense teve algumas jogadas em situação de mano a mano nas laterais do campo - pela direita, inclusive, saiu o cruzamento do primeiro gol da equipe de Cabo Frio na partida. Com a entrada de Fernando, um lateral de ofício, o Alvinegro conseguiu controlar, em partes, o problema de posicionamento.
Apesar disto, a criação ofensiva do Botafogo compensou as poucas dores de cabeça que o Alvinegro teve durante a partida. Com um jogo focado no meio, o time esperava a hora certa para acionar Luís Henrique na esquerda - lado mais forte e intenso na partida. Mas tudo começou com Cícero, saindo da linha de zagueiros, e Honda, como um segundo volante.
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Fonte: LANCE! Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)
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