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segunda-feira, 5 de abril de 2021

Análise: Botafogo tem tarde promissora, mas não segura resultado com um a mais e preocupa


Time consegue resolver problema da eficiência no início do jogo, mas termina partida com 12 finalizações e um problema novo: mais passes errados mesmo com menos posse




Melhores momentos: Botafogo x Portuguesa-RJ pelo Campeonato Carioca


O início não poderia ser melhor. Um minuto de jogo e já estava 1 a 0 para o Botafogo. O caminho para um chocolate no domingo de Páscoa estava traçado. Além do gol relâmpago, a partida contra a Portuguesa trouxe também um esquema novo, com dois centroavantes em campo e nenhum primeiro volante de origem.


Mas talvez seja na novidade a explicação para o jogo tão abaixo do esperado. Após sair na frente do placar, a tendência era que o time de Marcelo Chamusca jogasse com mais tranquilidade e tivesse menos trabalho para aumentar o placar. Só que não foi isso que se viu, o técnico inclusive disse ainda na parada técnica que o time fez o gol e parou de jogar.


A Portuguesa, que havia vencido as outras duas partidas contra times grandes no Carioca (Vasco e Fluminense), não se intimidou e foi pra cima, mas não conseguiu empatar no primeiro tempo. Para piorar, ainda viu o volante Muniz ser expulso, o que dificultaria demais aquilo que a equipe vinha fazendo de melhor: controlar o meio.


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Jogando de primeiro volante, Matheus Frizzo foi o que mais acertou passes pelo Botafogo: 65 — Foto: Vitor Silva/Botafogo


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Mas se engana quem acha que isso fez com que a equipe bem treinada por Felipe Surian abaixasse a cabeça. Por mais que não chegasse com frequência no gol defendido por Douglas Borges, a Portuguesa sufocava e não permitia ao Botafogo sair naquilo que poderia ser a melhor arma alvinegra: o contra-ataque em cima do time com um a menos. A Lusa chegou ao empate em um belo gol de Chay, o principal articulador da equipe, e ficou por isso mesmo: 1 a 1.


Se começou o jogo resolvendo o problema da falta de eficiência que assombra o time nas últimas partidas, o Botafogo criou um novo problema para si - e que também está atrelado ao mérito do time da Portuguesa. A equipe alvinegra teve menos posse de bola e acertou menos passes do que o adversário, mas, paradoxalmente, errou mais passes do que o outro time. E, no fim do jogo, o Botafogo chegou ao número de finalizações que normalmente precisa para marcar um gol: 12.


Matheus Frizzo foi o mais acionado no meio de campo. Responsável pelo início das jogadas e com um time postado no 4-2-4 quando tinha a bola a partir da defesa, o camisa 45 precisava percorrer um longo caminho com a bola no pé - ou acionando outros jogadores - e isso fazia parecer que o Botafogo estava distante. Por mais que a intenção fosse abrir os espaços na defesa da Portuguesa, a estratégia não deu certo, mesmo com a vantagem no placar.



Douglas Borges nada pôde fazer no chute de Chay que foi no ângulo — Foto: André Durão



Com dois jogadores amarelados, Chamusca resolveu fazer algo raro nos jogos até aqui pelo Botafogo. O técnico mexeu no intervalo e alterou o esquema do time. Com Sousa na lateral esquerda e Kayque no lugar de Matheus Babi para tentar povoar o meio de campo e fazer o time ter controle daquela faixa de campo, quase deu certo. O Bota chegou a acertar o travessão e teve uma bola salva pela defesa da Portuguesa em cima da linha. Mas seguia com problemas pra se livrar da pressão adversária e os erros de passe comprometiam a construção das jogadas.


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Apesar de toda a dificuldade exibida, há pontos de destaque na equipe de Chamusca. Há uma consciência e inconformismo por parte dos líderes do elenco e também do treinador com o resultado e o futebol exibido, como é possível ver nessa entrevista de Gilvan.


Além do incômodo interno, um jogador chamou a atenção. Utilizado com mais frequência desde o fim da temporada passada, Rafael Navarro mostra potencial para ser um atacante bastante útil para Marcelo Chamusca na Série B. Com bom trabalho de corpo, o jogador tem feito bem a função de pivô e parece estar cada vez mais pronto para jogar no profissional. Caso o Bota não consiga contratar um centroavante "cascudo" como busca no mercado, ainda mais com a saída quase certa de Matheus Babi, Navarro tem dado as credenciais de que pode ser o substituto natural do camisa 11.


Marcelo Chamusca vai ter quase sete dias para melhorar os velhos problemas que pareciam resolvidos na primeira finalização e também as novas dificuldades. O Botafogo volta a campo no próximo fim de semana, contra o Volta Redonda, líder do Campeonato Carioca, com 19 pontos. O Bota está na quarta colocação do Estadual, com 11 pontos, mas pode perder a posição caso Madureira (segunda, contra o Flamengo) ou Fluminense (terça, contra o Macaé) pontuem.


Fonte: Por Davi Barros — Rio de Janeiro

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