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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Ao L!, fundador do Footure comemora acerto com Botafogo e explica metodologia, visão e dados utilizados


Eduardo Dias explica que empresa auxiliará o Alvinegro a contratar, valorizar jogadores e buscar melhores acordos financeiros, mas ressalta: não faz contratações de atletas





Botafogo fechou com o Footure (Foto: Reprodução)



O Botafogo fechou um acordo na última semana, mas este necessariamente não terá uma relação com mais gols ou assistências. Indiretamente, contudo a tendência é que estes aspectos acabem melhorando: trata-se do Footure, empresa de scout e análise de mercado.



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Esses termos significam analisar números, dados de dentro e fora de campo e passar para o Botafogo. De possíveis jogadores a serem contratados a análises de adversários do Alvinegro durante a temporada, o Footure é um departamento de inteligência contratado pelo clube. Quem explica como a plataforma surgiu é o próprio fundador, Eduardo Dias:

– O Footure surgiu da minha inconformidade com a forma que o futebol era tratado dentro e fora dos clubes. A gente começou a gerar conteúdo, falando de maneira séria sobre tática, mercado. Essa abordagem acabou criando uma comunidade que se juntou a nós e notou que tinha muita ineficiência na indústria do futebol. Para a nossa surpresa, ela começou a atrair muitos profissionais de dentro dos clubes. Começamos a conectar pessoas e a gente conseguiu se estabelecer como uma referência e unir muitas pessoas que se sentiam perdidas sobre futebol - afirmou, em entrevista exclusiva ao LANCE!.


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O Footure surgiu em 2016 como um site para a divulgação de matérias e podcasts sobre futebol. O portal ainda existe e tem novas publicações semanalmente, mas eles deram um passo à frente, partindo para uma abordagem mais profissional visando os clubes de futebol. O Botafogo é o segundo cliente com um "contrato grande" com a empresa.

– No começo, a gente nunca quis apenas um criador de conteúdo. Nós queríamos colaborar, fazer a indústria crescer. Tem sido uma jornada incrível. A evolução para chegar aos clubes foi super natural, mas não foi rápida. Estamos nisso há cinco anos. Da maneira como a gente abordava, as pessoas que a gente sempre trouxe para conversar com a gente, profissionais de fora de país, scouts, analistas de mercado... Isso foi atraindo cada vez mais pessoas e o nosso primeiro passo fora de conteúdo foi produzir cursos online, sobre inovação, tecnologia, análise de desempenho - explicou.

– A partir daí, quem despertou essa fagulha foi o Bolívar Silveira, que logo depois foi para o Athetico Paranaense e hoje está no exterior. Pensamos que a indústria do futebol é ineficiente e isso que a gente faz aqui dificilmente é abordado nos clubes. Começamos a fazer puramente scouts, usando dados e muita observação nas janelas, mas conseguimos fazer contratos mais longos com alguns clubes. O Ceará é o nosso primeiro cliente de temporada inteira e estamos muito felizes de trabalhar com o Botafogo. Somos um departamento de inteligência dentro do clube. Trabalhamos visando melhorar a análise esportiva e financeira com muitos dados - completou Eduardo.



Eduardo Dias é o fundador do Footure (Foto: Reprodução)


A METODOLOGIA FOOTURE

Números fazem parte do dia a dia dos analistas do Footure. São plataformas, análises e leituras que geram interpretações que visam ajudar o Botafogo. O Footure, vale ressaltar, não ajudará o Alvinegro apenas no sentido de reforços: também faz análises de adversários e das atuações da equipe.

– Ninguém usa mais dados do que nós. Usamos uma abordagem de anaylitcs e BigData para identificar a valuation de jogadores, precificação para poder ajudar o clube se o valor do salário de um jogador é caro ou barato, depende de performance, posição, histórico... A gente consegue dar um norte para o departamento financeiro do clube para não ficar naquele achismo. Ajudamos a renovar salários, contratar jogadores e a abordagem financeira. Também usamos dados a favor do clube. Fazer comparativos dos adversários e identificar necessidades e jogadores para preenchê-las - afirmou.


Eduardo Dias nega que o Footure tenha "complexo de Moneyball" ("O Homem Que Mudou O Jogo", no Brasil), famoso filme. Nele, Billy Beane (Brad Pitt) faz uma revolução em um time de futebol americano e, após perder vários jogadores, contrata os substituitos utilizando apenas os números e dados feitos a partir dos cálculos do jovem Peter Brand (Jonah Hill), indo na contramão dos olheiros da equipe.

– Uma ressalva: nós não caímos no "Paradoxo Moneyball", de ou dados ou observação. Aqui nós somos os dois, temos muitas ferramentas, profissionais analistas de dados, mas também gastamos muitas horas assistindo jogos, tudo que envolve o jogador dentro e fora de campo, para que a gente diminua muito o risco de erro na contratação. Nossa metodologia é dados mais observação, conhecimento total do nosso negócio. Temos tudo mapeado, inclusive qual é o melhor destino para o jogador de um clube atuar, em qual que ele se encaixa mais pela biotipia. Nós entregamos tudo isso para o clube e isso potencializa muito o atleta. É inteligência de mercado, não é só compra. É também venda, toda a questão financeira - finalizou.


MAIS DA ENTREVISTA COM EDUARDO DIAS


L!: O Footure contrata jogadores?

​– É importante essa pergunta. O Footure não contrata jogadores, não toma decisão. O Footure abastece os tomadores de decisão de muita e muita informação, todas as informações necessárias para que ele tome a melhor decisão possível. Nós prestamos nosso serviço de consultoria para potencializar a tomada de decisão. Quem toma a decisão são os diretores, executivos, os profissionais dos clubes que são nossos clientes. Não contratamos jogadores, e sim aportamos uma camada de informação mais profunda para dar eficiência na tomada de decisão.


L!: O Footure participou das contratações de Daniel Borges e Chay, além dos acertos com Rafael Moura e Luís Oyama?

​– Um ponto muito importante do nosso trabalho é a sigilosidade. No momento que a gente está em um clube, estamos dentro do processo de inteligência de mercado do clube e nós formamos um time. Todos em um time precisam estar remando sempre para o mesmo lado. Nós fazemos parte do departamento de inteligência do Botafogo e nós fizemos do time do Botafogo e, com muito orgulho, do mundo Botafogo.


L!: Como é a relação com Eduardo Freeland?

​– O contato é online e presencial contínuo, o tempo inteiro. O Freeland é o executivo de futebol e nós somos o departamento de inteligência à disposição dele para tudo que ele precisar. Estamos ao lado dele para dar suporte, aportar informação em absolutamente tudo que ele precisar. Freeland é um grande cara, já o conhecia, tive o prazer de reencontrar com ele agora. O contato é o tempo inteiro.


Fonte: LANCE/Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)

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