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domingo, 5 de setembro de 2021

Análise: Botafogo sofre e vê sorte estar do lado para vencer jogando mal, essencial na Série B


Time finalizou menos da metade que o Remo, levou duas bolas no travessão e quase sofreu o gol de empate em confuso lance no fim, mas o importante é pontuar






Melhores Momentos: Remo 0 x 1 Botafogo pela 22ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro



O sábado à noite do botafoguense foi muito mais agitado do que se esperava. A vitória por 1 a 0 em cima do Remo na noite passada em Belém foi com muito sufoco. O time jogou mal, foi pressionado e viu os donos da casa dominarem na maior parte do tempo com direito a duas bolas no travessão e uma confusão danada na defesa no último lance. Mas, ainda assim, venceu - muito com a ajuda da sorte (ou azar do adversário). Para um time que quer subir na Série B é isso que importa no fim das contas.


Claro que a oitava vitória de Enderson Moreira em 10 jogos traz ainda mais tranquilidade para um time que agora está três pontos na frente do quinto colocado. Mas não é porque o resultado foi positivo que o desempenho também foi bom. Em um campeonato de 38 rodadas, é completamente natural a oscilação dos times e raro é aquele que vence e joga bem o tempo todo. No último sábado, foi a vez de o Botafogo ir mal e ganhar mesmo assim.


Ao todo foram apenas sete finalizações em toda a partida, contra 20 do Remo. Sem contar com Rafael Navarro, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Enderson Moreira precisou lançar Rafael Moura como titular pela primeira vez desde que o centroavante chegou ao time. Não deu certo. O Botafogo tentou muitos cruzamentos por cima e por baixo e foi até assim que o time teve a primeira oportunidade, mas o camisa 9 não acertou o chute dentro da pequena área com a perna esquerda.



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Chay esteve bem marcado na partida e não conseguiu criar tanto para o Botafogo — Foto: Fernando Torres/AGIF


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No primeiro tempo, outras duas oportunidades vieram com Marco Antônio em chutes de fora da área. Um deles passou perto do travessão e outro desviou no meio do caminho para sair em escanteio e gerar a principal chance do Botafogo nos 45 minutos iniciais. Carli cabeceou e a bola foi rente à trave direita do goleiro do Remo. A finalização por volta dos 30 minutos era um indicativo de que as coisas não estavam fáceis.


Se no início do jogo o time estava mais com a bola e tentava propor mais o jogo, da segunda metade do primeiro tempo em diante quem controlou o ritmo foi o Remo. O Botafogo se viu acuado e apostando nos contra-ataques, mas sem conseguir um jogador que corresse ou fizesse a bola ter esse trabalho. Apesar de não criar tantas chances na etapa inicial, a equipe também não sofreu tanto, mas ainda teria 52 minutos pela frente com uma umidade de quase 90% - que gera muito mais desgaste.



Cada vez mais cansado, o time de Enderson Moreira criava menos, e Chay não esteve tão à vontade na partida. Vendo que as finalizações rareavam, o técnico mexeu no time e resolveu fazer as estreias de Carlinhos e Luiz Henrique. Os recém-contratados do Fortaleza por empréstimo até o fim da temporada e conhecidos do professor fizeram valer a substituição.


Quatro minutos depois de entrarem, Carlinhos tocou para Luiz Henrique aberto na esquerda. Ele viu a infiltração de Pedro Castro e deu um belo passe por cima da defesa. O volante chegou na linha de fundo e cruzou rasteiro para Rafael Moura, que deixou passar e Warley deu dois chutes para abrir o placar.


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A partir dali, o sufoco foi comparável ao do jogo com o Vila Nova. Com o Remo na busca pelo resultado em casa, o time paraense foi mais pra frente e acertou o travessão duas vezes. Enderson ainda buscou dar fôlego novo ao time baqueado pelo clima diferente, mas Oyama não fez boa partida e perdeu bolas que viraram chances claras.


Para coroar o sofrimento, os sete minutos de acréscimo se encerraram depois de uma confusão na área com direito a bola explodida na defesa, goleiro defendendo um chute, uma furada quase na pequena área e, por fim, uma isolada. É como diz o ditado: há coisas que só acontecem com o Botafogo.



É importante ressaltar que para um time que tem na subida para a Série A praticamente a única possibilidade de continuar existindo, ganhar de meio a zero já é um bom resultado. A oscilação é natural em qualquer trabalho, ainda mais se for no início como foi a 10ª partida completada por Enderson Moreira. É muito necessário que se comemore o resultado por todo o esforço físico e emocional da partida. Mas também deve-se enxergar que não é porque venceu que está tudo certo, como corretamente lembra o técnico alvinegro.


Com três pontos de vantagem para o Náutico, quinto colocado, o Botafogo não sai do G-4 na próxima rodada e ainda pode terminar esta na terceira colocação, desde que o Cruzeiro vença o Goiás. A quatro pontos do líder Coritiba, pensar em título já começa a ser uma possibilidade viável para o torcedor alvinegro que há 10 rodadas se considerava satisfeito apenas em subir. O Botafogo volta a campo no sábado, quando recebe o Londrina, às 16h30 (de Brasília) no Nilton Santos.



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Fonte: GE/Por Davi Barros — Rio de Janeiro

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