Meio-campista reconhece que começo não foi dos melhores, mas afirma que entorno foi essencial para ajudar na fase de adaptação necessária
Depois de um começo sem apresentar tudo que sabe no Botafogo, Patrick de Paula aos poucos vai mostrando o motivo de ter sido comprado por R$ 33 milhões (6 mi de euros na época). Quem reconhece que estava devendo para a torcida é o próprio meio-campista de 22 anos, que volta às origens das divisões de base.
Patrick chegou a atuar no Bota quando tinha por volta dos 12 anos. Pelas circunstâncias da vida de um menino vindo de família pobre não conseguiu ficar mais de um ano treinando em Marechal Hermes. Agora, ele fez o jogo virar. Morador da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, o volante tem se acostumado com uma vida diferente. Se tudo mudou para o garoto de Santa Margarida, bairro próximo a Campo Grande, por que não a função em campo?
- Acho que todo jogador precisa de adaptação. Fiquei seis anos no Palmeiras e vim para o Botafogo. Cheguei há pouco tempo, foi tudo tão rápido, cheguei e logo já tinha que começar o Brasileiro. Sempre fui de me dedicar e buscar melhorar. Quando cheguei não teve gols e nem atuações boas. Tenho reconhecimento disso, sei o que posso fazer. E nos últimos dois jogos eu pude fazer gols e dar alegria para o torcedor, é isso que eles esperam de mim, a entrega em campo. Estou aqui para isso. Deixar o torcedor bem acostumado (risos).
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Patrick de Paula marcou dois gols pelo Botafogo nos últimos dois jogos — Foto: Vitor Silva/Botafogo
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Sempre sonhador e desde pequeno com a vontade de ser jogador de futebol, o pequeno Patrick não foi limitado pelo sistema. Depois que a vontade de jogar pelo Botafogo não foi pra frente, quando garoto, Patrick se destacou pelo Cara Virada na Taça das Favelas em 2017. Dali, foi para o Palmeiras e subiu aos profissionais puxado por Vanderlei Luxemburgo.
Após a saída do técnico brasileiro, Patrick trabalhou com Abel Ferreira, quem define como obcecado por vencer, assim como Luís Castro. Para ele, a semelhança dos portugueses se dá muito pela relação de dedicação que têm com o trabalho
- Agora, podendo trabalhar com o Luís Castro, que me ajuda, incentiva e conversa comigo falando o que eu preciso, no que tenho que melhorar. Só estou aqui para ajudar e ouvir. Sei que quando ele fala que precisa disso é para o meu bem. Estou disposto a ouvir para poder ajudar o grupo. Ele pede muito para eu chegar perto da área, estar bem ativo no campo, intenso e ficar bem com a bola porque o time dele gosta de ficar bastante com a bola. Ele pede bastante isso pra mim. Ele tem me ajudado, dado força e só tenho a agradecer.
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Quem conversa sobre Botafogo com Patrick percebe a ênfase que ele dá ao citar os outros jogadores, comissão técnica e estafe do clube. Mas além deles, o volante tem a companhia de outros profissionais que o ajudam a melhorar o rendimento. Auxiliado por nutricionista, preparador físico, fisioterapeuta e coach motivacional próprios, o camisa 8 alvinegro tenta se cercar de quem possa dar um amparo profissional e poder jogar bem para torcida, família e amigos.
- Procuro sempre me manter bem, com a melhor forma física com tratamentos, treino, no clube ou fora. Não é desrespeitando o clube, sei que me dão tudo que eu preciso, mas preciso estar com meu corpo bem porque é minha ferramenta de trabalho. Preciso estar com minha musculatura e minha forma física em dia. Meu preparador físico e fisioterapeuta sempre estão me ajudando e acho que tenho evoluído. Sempre fiz um trabalho mental porque acho que o futebol vem da mente, não é só com as pernas. Sempre trabalhei, é importante a gente estar com a cabeça boa e sempre melhorando.
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Aos 43 min do 2º tempo - gol de falta de Patrick de Paula do Botafogo contra o Fortaleza (https://ge.globo.com/futebol/video/aos-43-min-do-2o-tempo-gol-de-falta-de-patrick-de-paula-do-botafogo-contra-o-fortaleza-10578169.ghtml)
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Confira outros temas da conversa de Patrick de Paula com o ge:
O que reencontrou no dia a dia que te fez tão bem?
- Você jogando perto das pessoas que você gosta, que você ama... é sempre mais gratificante estar perto dos seus, que foram nascidos e criados contigo, sabem de onde você saiu e chegou... Então, estar perto dos meus amigos e, principalmente, da minha filha, namorada, empresários e toda família, é um momento único. Quando recebi a proposta do Botafogo fiquei super feliz porque sabia que poderia retomar meu futebol e graças a Deus eu posso estar aqui dando alegria para o torcedor.
Como é jogar no Rio?
- Quando eu era pequeno, sempre fui de sonhar alto, quando via jogo na televisão, jogava videogame e sonhava em jogar no Maracanã. Meu primeiro ano na Libertadores pude ser campeão, dentro do Maracanã, num campeonato que eu sempre sonhei e quis jogar e pude ser campeão. Dentro do Maracanã, no quintal de casa. Agora, poder voltar ao Rio de Janeiro e jogar em grandes estádios como o Nilton Santos é muito gratificante. Estou muito feliz por estar aqui e estar fazendo parte desse grupo maravilhoso e dessa torcida que tá me apoiando e tá junto com nós.
Oportunidade de mostrar que é o jogador que esperavam que era no Palmeiras?
- Sempre fui um cara de ter a cabeça boa e focado no meu objetivo. Sempre tento focar nas coisas que posso controlar e não no que não posso controlar. O jogador de futebol vive de momentos bons e momentos ruins, mas isso faz parte do futebol. Não vai ter só momento de flores e de alegria, vão existir lesões... Pude ter minha cabeça boa, ter a cabeça no lugar. Tive grande felicidade no Palmeiras, fui muito feliz, e o Palmeiras foi o clube que me revelou, me ajudou e abriu as portas para mim.
- Sou muito grato ao Palmeiras, que fez muito por mim. Hoje estou defendendo o Botafogo e hoje estou contra o Palmeiras, mas o Palmeiras sempre vai estar no meu coração, por onde eu for, porque foi o clube que me abriu portas e me divulgou para o Brasil. Agora estou podendo voltar ao Rio de Janeiro, ser a maior contratação da história do Botafogo, estou muito feliz. Agradeço a Deus pela oportunidade que ele tem me dado e espero retribuir da melhor maneira possível.
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Aos 40 min do 1º tempo - gol de dentro da área de Patrick de Paula do Botafogo contra o Ceilândia (https://ge.globo.com/futebol/video/aos-40-min-do-1o-tempo-gol-de-dentro-da-area-de-patrick-de-paula-do-botafogo-contra-o-ceilandia-10571499.ghtml)
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Processo de amadurecimento
- Sei o que é certo e errado. Tenho minha consciência bem tranquila com isso. O que aconteceu eu deixo pro passado. Agora estou vivendo outro momento, com outra cabeça, sou outra pessoa. Nós vivemos de erros e acertos. Eu sou ser-humano, a gente erra, mas graças a Deus estou bem melhor, com minha cabeça bem mais tranquila e com outros pensamentos agora. Sempre estive focado na minha carreira, que é o meu futuro, da minha família e de quem está próximo de mim.
- Quero poder ajudar a todos que me viram desde pequeno lutando pelo meu sonho. É isso que quero fazer no Botafogo: dar alegria ao torcedor, dar alegria a quem está próximo de mim, para minha filha, minha namorada, meus amigos, minha família e meus empresários, que estão sempre me ajudando. É isso que eu preciso, estar com a cabeça boa, sempre concentrado no Botafogo para chegando em campo poder demonstrar um bom futebol.
As coisas aconteceram muito rápido?
- As coisas aconteceram muito rápido na minha vida. Eu jogava na várzea, depois fui para o Palmeiras e agora sou a contratação mais cara do Botafogo. Deus fez as coisas muito rápido na minha vida e só agradeço por tudo. Estou com minha cabeça bem tranquila por ser a contratação mais cara do Botafogo. Vim com um pensamento de que cheguei para ajudar o grupo, dar alegria para o torcedor, sei da minha responsabilidade.
- O torcedor e eu sabemos do meu potencial, sei que posso dar mais. Estou com minha cabeça bem tranquila, sei o que tenho e o que não tenho que fazer. O grupo me abraçou quando cheguei, eles me abraçaram, todo o estafe, o diretor (André) Mazzuco tem me ajudado... Estou me adaptando e quero me adaptar o mais rápido possível para o torcedor ver o grande Patrick que todos conhecem. Estou trabalhando para isso e para dar alegria para eles.
Atuação na base do Botafogo
- Quando eu era pequeno, tinha 11, 12 anos, vim fazer teste no Botafogo e passei. Mas por causa das dificuldades da vida eu não pude continuar. Fiquei um ano no Botafogo e depois fui parar no Palmeiras. Mas agora estou aqui de volta, vestindo essa camisa em que eu passei no primeiro teste que fiz e agora estou podendo ser a contratação mais cara do clube. Mas eu vim para ajudar e dar alegria porque acho que é isso que eles precisam. Vim para ganhar títulos pelo Botafogo e acho que vamos lutar por isso com todo o grupo, elenco e estafe. Acho que é isso que a gente tá precisando.
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Patrick de Paula comemorou o primeiro gol pelo Botafogo no melhor estilo "sai zica" — Foto: Vitor Silva/Botafogo
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Trabalho fora do clube
- Todo jogador vive de trabalho e todo trabalha dentro ou fora do clube. Procuro sempre me manter bem, com a minha melhor forma física com meus tratamentos com treino, no clube ou fora. Não é desrespeitando o clube, sei que eles me dão tudo que eu preciso, mas preciso estar com meu corpo bem porque ele é minha ferramenta de trabalho. Preciso estar com minha musculatura e minha forma física em dias. Isso tem me ajudado bastante. Meu preparador físico e fisioterapeuta sempre estão me ajudando bastante e acho que tenho evoluído nisso.
- Sempre fiz um trabalho de mentalidade porque acho que o futebol vem da mente, não é só com as pernas, é bem mental. Trabalho bastante isso e sempre trabalhei, é importante a gente estar com a cabeça boa e sempre melhorando.
Abel e Castro
- O Abel foi o primeiro português que eu trabalhei. Meu primeiro treinador foi o Vanderlei (Luxemburgo), que me ajudou bastante quando eu subi e me deu oportunidades. Depois veio o Abel, que continuou me ajudando, apoiando e incentivando para que eu melhorasse cada dia mais. É um super treinador, vitorioso, tem seu trabalho e suas ideias, sempre querendo ganhar. É isso que precisa. O Luís Castro é a mesma coisa, sempre quer ganhar com trabalho, trabalho, trabalho. Futebol é trabalho.
- São dois treinadores vitoriosos, que vieram da Europa, muito bons e não tenho o que falar do Abel, que me ajudou e abriu portas para mim. E agora, podendo trabalhar com o Luís Castro, que me ajuda, incentiva e conversa comigo falando o que eu preciso, no que tenho que melhorar. Só estou para ajudar e ouvir. Sei que quando ele fala que precisa disso é para o meu bem. Estou disposto a ouvir para poder ajudar o grupo.
- Ele pede muito para eu chegar perto da área, estar bem ativo no campo, intenso e ficar bem com a bola porque o time dele gosta de ficar bastante com a bola. Ele pede bastante isso pra mim. Ele tem me ajudado, dado força e só tenho a agradecer.
Como é viver o renascimento de um clube?
- O momento é muito bom. A gente se baseia em vitória, sempre queremos ganhar, trabalhamos para trazer vitória para nosso torcedor. O momento está muito bom no clube, o grupo, os torcedores... Não é à toa que estamos lotando os estádios. A torcida sempre quer o bem do time e não tenho o que falar da festa que a torcida vem fazendo, só tenho a agradecer pelo carinho que eles têm. Sobre o John, ele comentou no meu Insta, foi um cara super gente boa, bacana, que vive o momento junto com a gente.
- A torcida está gostando e nós também. Se Deus quiser vai ter muita coisa boa para acontecer. Ele gosta de estar no meio de nós, da torcida, tanto que pegou a bandeira e se emocionou com a festa que a torcida fez. O Botafogo precisa disso, de vitória. E mesmo no momento da derrota a gente sempre vai estar junto, apoiando um ao outro e a torcida nunca vai nos deixar na mão. Eles estão vivendo o momento com a gente e vamos buscar sempre alegrar o torcedor.
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Fonte: Por Bernardo Serrado, Davi Barros e Edson Viana — Rio de Janeiro
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