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segunda-feira, 11 de julho de 2022

Análise: Botafogo oscila de novo e joga mal em derrota fora de casa


Time não conseguiu controlar o meio de campo e sofreu gol no primeiro tempo mais uma vez







O pêndulo do Botafogo voltou a pender para um jogo ruim. A derrota para o Cuiabá por 2 a 0 mostrou novamente uma equipe com dificuldade de se organizar em campo, espalhado e que - mais uma vez - não consegue se impor.


Ainda que o time inteiro de desfalques que Luís Castro tenha que administrar interfira em quem ele leva a campo, o revés na Arena Pantanal desanima. Do outro lado, havia um time em que poucos jogadores seriam titulares no Bota que entrou em campo no último domingo. Além disso, António Oliveira está há menos tempo no cargo que o compatriota e conseguiu mostrar ideias de jogo com ultrapassagem e pressão no campo adversário que o Botafogo não teve com Castro.


E por que cito que os desfalques pesam mesmo se os titulares do Cuiabá não começariam jogando no Botafogo? Porque isso impacta em alteração no estilo de jogo que Castro queira implementar no time, ou em variação tática, por exemplo. Em entrevista coletiva depois do jogo, o português ressaltou que isso não são desculpas, mas que o fato de ter levado quatro zagueiros para o banco de reservas no domingo mostra que o elenco alvinegro é curto - por mais que ele goste de trabalhar com 30 jogadores.


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Rodriguinho jogou de centroavante na derrota do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo



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Além de o elenco ser curto, Castro considera que não tem como usar algumas das opções porque por mais que sejam jogadores talentosos, não estão prontos para a pressão de uma Série A - segundo ele. Então, o que resta ao Botafogo? Basicamente o time que entrou em campo na Arena Pantanal, com poucas brechas para mudanças, já que do meio para frente o time tinha dois volantes, um meia e dois atacantes.


Porém, isso não explica tudo. Não explica, por exemplo, o motivo de o time não conseguir agredir o adversário e, ainda assim, ficar exposto. Na noite de domingo, o Botafogo levou novamente um gol no primeiro tempo, aos 21 minutos, o sexto gol entre os 15 e os 30 minutos da etapa inicial na competição. Dos 21 gols sofridos pelo time no Brasileirão, 14 (dois terços), foram no primeiro tempo. É difícil diagnosticar a razão para isso, mas fácil é perceber que o time precisa consertar essa deficiência que acompanha a equipe.


Pressionado pela marcação alta da equipe mato-grossense, Cuesta tentou aliviar o sufoco dando um chute até a intermediária. A força e qualidade não foram como ele queria, e o Cuiabá aproveitou. Rodriguinho pegou a bola, correu para trás sem ser perturbado pela marcação e tocou para Wendel. Ele, também sem ser pressionado, avançou na intermediária e bateu cruzado. Gatito não segurou e Cuesta e Hugo não acompanharam o rebote. O 1 a 0 no placar não era o único sinal negativo. O problema era que o Botafogo não levou perigo ao time adversário quase em momento algum.



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“Botafogo de Oscilação e Regatas”, ironiza Pedro Dep | A Voz da Torcida (https://ge.globo.com/futebol/voz-da-torcida/video/botafogo-de-oscilacao-e-regatas-ironiza-pedro-dep-a-voz-da-torcida-10746259.ghtml)


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Na Arena Pantanal, o Bota finalizou pouco e com uma qualidade bem abaixo. Erison, único centroavante relacionado já que Matheus Nascimento foi poupado por dores musculares, deu apenas um chute a gol que foi facilmente defendido por Walter. Houve outro lance também que levou perigo, mas o assistente marcou impedimento.


O centroavante, inclusive, parecia com alguma limitação nos movimentos. Da tribuna de imprensa, a sensação era de que ele evitava o esforço físico por causa da lombalgia que teve. Como não tinha jogador que pudesse substituí-lo, a impressão era que El Toro estava se poupando. Castro, porém, garantiu que ele estava 100%.


Na volta para o segundo tempo, o técnico português optou por Chay no lugar de Del Piage. O meio de campo não vinha atuando bem e cedia espaços para os jogadores do Cuiabá. Mas o problema não parecia ser esse e sim o fato de jogar com três zagueiros e apenas três homens no meio de campo, já que os alas ficavam bem abertos na tentativa de dar amplitude ao time. Apesar das dificuldades, no início da etapa final os alvinegros levaram algum perigo, mas foi pouco.


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O time do Cuiabá continuava ameaçando mais o Botafogo e poderia até sair da Arena Pantanal com uma vantagem maior, não fosse o impedimento milimétrico que o VAR encontrou, para alívio de Gatito Fernández, que falhara bisonhamente. Mas o segundo gol veio mesmo assim. Quando Carli estava no campo de ataque, quase como centroavante numa última tentativa de ao menos voltar com o empate, o Bota perde a bola. Ela é lançada nas costas de Klaus, que havia acabado de entrar, e André Luís tocou na saída do goleiro paraguaio.


Há de se pesar principalmente os desfalques pelo jogo de hoje, mais até do que as expulsões de Hugo e Daniel Borges. Porém, o fato de o cobertor estar curto para o Botafogo não é o mais correto para ser a resposta. O contexto indica a importância de um elenco mais recheado, mas os jogos escancaram a necessidade de o time mostrar mais, principalmente quando se tem de reverter um placar de 3 a 0 para o adversário no próximo jogo.


No Campeonato Brasileiro, o Botafogo está no meio da tabela. Com 21 pontos e na 10ª colocação, a equipe está a quatro pontos do sexto lugar (que se classifica para a Pré-Libertadores) e a três do primeiro time da zona de rebaixamento. O time volta a campo na próxima quinta-feira, pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, quando enfrenta o América-MG. No Brasileirão, encara o Atlético-MG, domingo, às 18h (de Brasília), no Nilton Santos.


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Fonte: GE/Por Davi Barros — Cuiabá

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